10 Informações sobre a menstruação que não passam de preconceitos

Mulher
há 4 anos

Ao longo da vida, uma mulher vivencia cerca de 450 ciclos menstruais, perdendo aproximadamente 60 ml de sangue em cada um deles. Além disso, estar “naqueles dias” não sai muito barato: em média, elas gastam aproximadamente R$ 23 mil em artigos de higiene íntima feminina ao longo da vida. Nem sempre as pessoas param para pensar nesse tipo de estatística, nem em dados óbvios sobre o próprio corpo e a própria saúde. Sobretudo quando o assunto é menstruação.

Neste post, o Incrível.club derruba alguns dos mitos mais populares sobre o ciclo menstrual. Esperamos que isso ajude muitas mulheres a deixar de lado estereótipos, tornando a própria vida muito mais simples.

Mito № 1: não pode tomar banho de banheira

“Naqueles dias”, algumas mulheres negam a si mesmas o prazer de um bom banho de banheira. Há quem pense que a água quente aumenta o sangramento, enquanto outras temem contrair uma infecção. Porém, a verdade é que, na menstruação, não há sangramento de ferida alguma. O que ocorre é simplesmente que o endométrio se separa do útero. A água consegue chegar apenas ao início do canal vaginal (assim como nos demais dias do ciclo), e não penetra além do colo uterino.

Um banho morno durante a menstruação pode até fazer bem. A água quente melhora o funcionamento do sistema vascular, relaxa os músculos e alivia as cólicas menstruais. Portanto, é bem possível que você se sinta muito melhor após fazer esse tipo de tratamento com água. Obviamente, a banheira precisa estar limpa. Caso ainda assim não se sinta segura, use um absorvente interno ou coletor menstrual.

Mito № 2: não pode nadar em piscina, no mar ou água doce

Muitas mulheres acham que o hábito é anti-higiênico, mas isso não é verdade. Em primeiro lugar, um absorvente interno ou coletor menstrual não permitirá vazamentos nem entrada de água (aqui, os absorventes tradicionais, externos, não funcionam). Em segundo lugar, nadar, assim como praticar outros exercícios físicos, alivia a dor.

Contrair uma infecção vaginal na piscina também é algo pouco provável. De acordo com algumas estatísticas, os problemas mais propagados através da piscina são doenças gastrointestinais, conjuntivite e de pele. Para evitar irritação na pele delicada, tome um banho logo após nadar e troque a roupa íntima por uma limpa e seca.

Mito № 3: os ciclos de mulheres que vivem juntas sincronizam

Quem escreveu sobre o fenômeno pela primeira vez foi Martha McClintock, em um artigo publicado em 1971 na revista Nature. Por sua observação, amigas, parentes ou companheiras de quarto acabam menstruando mais ou menos ao mesmo tempo. Segundo a opinião dela, isso ocorre em decorrência da troca de feromônios específicos produzidos pelo corpo feminino.

Estudos mais recentes, no entanto, refutaram a relação entre os ciclos menstruais e a frequência de comunicação entre duas ou mais mulheres, questionando as hipóteses de McClintock. Ela não levou em consideração vários fatores que acompanham o fenômeno, de modo que outras experiências nas mesmas condições levaram a resultados diferentes. Até hoje, a sincronização dos ciclos menstruais não é algo confirmado pela comunidade científica. Por isso, é considerada um mito.

Mito № 4: é melhor adiar a tintura de cabelo

Do contrário, a cobertura dos fios ficará com manchas e o cabelo ganhará um aspecto desleixado. Em fóruns na Internet, isso é associado a supostas flutuações nos níveis hormonais. Especialistas se interessaram pelo assunto e chegaram à seguinte conclusão: mesmo que durante a menstruação o cabelo fique um pouco mais rebelde que o normal, isso não afeta a produção de oleosidade.

Segundo os estudos, o cabelo rebelde é fruto do cuidado inadequado ou de uma predisposição genética. Cabeleireiros são unânimes em afirmar que é seguro tingir o cabelo em qualquer dia.

Mito № 5: bebidas alcoólicas podem alterar o ciclo

Não existe uma opinião unânime sobre a questão: o segredo está na quantidade. As mulheres que bebem mais e com mais frequência são mais propensas aos ciclos irregulares, à anovulação e amenorreia. O consumo excessivo de álcool afeta negativamente não apenas o sistema reprodutivo, mas o corpo, de forma geral.

Mas se você quiser tomar uma taça de vinho em uma ocasião especial ou alguns drinks em uma festa durante “aqueles dias”, não se preocupe. Estudos revelaram que o consumo moderado de bebidas alcoólicas não interrompe as fases do ciclo, nem tem efeito negativo na saúde da mulher.

Mito № 6: é melhor adiar também depilação, visitas à esteticista e tatuagens

Alguns tatuadores avisam que é melhor adiar uma sessão para depois da menstruação, dizendo que, no período, a tatuagem “pode dar errado”. Há esteticistas que também não recomendam alguns procedimentos (por exemplo, injeções de botox). Mas na realidade, a qualidade da tatuagem, assim como o efeito dos tratamentos, vai depender do profissional. Não faz sentido adiar uma visita ao salão de beleza “naqueles dias”, mas lembre-se: eventuais incômodos podem ficar ainda mais dolorosos.

Mito № 7: é preciso aguentar as cólicas

Sim, quase todas as mulheres sofrem com as cólicas, mas o incômodo se manifesta em intensidades diferentes. O problema afeta de 45% a 93% das mulheres em idade reprodutiva — notadamente as mais jovens, como mostra um trabalho conjunto envolvendo pesquisadores das universidades italianas de Siena e de Florença e da Universidade Federal de Minas Gerai (UFMG). Segundo o mesmo estudo, entre 3% e 33% das mulheres sofrem com dores intensas, febre alta, vômitos, tonturas e outros sintomas podem dificultar a rotina por 1 a 3 dias.

Se as cólicas a impedem de realizar suas atividades do dia a dia, é preciso consultar um ginecologista para verificar a necessidade de tratamento. Geralmente, o tratamento dura três ciclos menstruais e o efeito se prolonga entre dois e quatro meses. Depois disso, a dor volta, só que menos pronunciada.

Mito № 8: durante a menstruação, é impossível engravidar

Trata-se de um dos mitos mais comuns sobre a menstruação. De fato, nesse período, a fertilidade fica em seu nível mais baixo: o mais alto fica entre 12 e 16 dias antes do início do ciclo seguinte. Só que não podemos esquecer que, em algumas mulheres, o ciclo não dura 28 dias, e sim 21, ou pode ainda ser irregular.

Além disso, os espermatozoides conservam sua capacidade de fertilização no corpo da mulher por cinco a sete dias, o que aumenta a chamada janela fértil. Uma relação sexual sem proteção nesse caso pode coincidir com o período de ovulação e provocar uma gravidez.

Мito № 9: o ciclo depende das fases da Lua

O mito tem origem na antiguidade. Já as pesquisas recentes não encontram qualquer ligação entre as fases da Lua e o início da menstruação. Foi a essa conclusão que chegou um time de analistas que estudou 7,5 milhões ciclos femininos. A explicação é bem simples.

O ciclo lunar dura 29,5 dias enquanto o período menstrual, em média, pode variar entre 21 e 35 dias. Sem falar que a duração do ciclo pode mudar bastante ao longo da vida da mulher. As fases lunares e o ciclo menstrual podem coincidir mais ou menos se a duração do ciclo for de 29-30 dias, por uma simples coincidência.

Mito № 10: é perigoso alterar o ciclo menstrual com pílulas anticoncepcionais

Boa parte das mulheres já quis, ao menos uma vez na vida, adiar a chegada da menstruação em uma ou duas semanas. Porém, várias só decidem seguir esse caminho em casos extremos, temendo que isso possa prejudicar o organismo. Mas a ciência comprova que uma “interrupção” na menstruação não provoca consequências perigosas. É o que afirmam especialistas da americana Rede Nacional de Saúde das Mulheres (National Women’s Health Network). Em certos casos, isso pode até ser benéfico, por exemplo quando uma mulher apresenta cólicas intensas. Obviamente, o método não deve ser usado constantemente.

Você conhece outros mitos a respeito da menstruação? Deixe seu comentário! Tentaremos confirmar se existe fundo de verdade por trás deles.

Imagem de capa Depositphotos

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