Grupo usa materiais recicláveis para construir aquecedores para famílias carentes

Gente
há 4 anos

Ter habilidades e conhecimentos em uma área específica é fundamental para que consigamos nos estabelecer profissionalmente. Ainda assim, não há nada que nos garanta mais satisfação enquanto seres humanos do que usar nossas capacidades para fazer o bem. Esse é o caso dos responsáveis pelo projeto Energias Solidárias, que consiste em usar apenas materiais reciclados para construir aquecedores solares voltados a famílias que não têm acesso a água aquecida.

O Incrível.club entrevistou esse grupo de amigos e quer compartilhar com você uma história marcada pela solidariedade e dedicação ao outro.

Os mentores

Francisco, Manuel, Ramiro e Pablo são de Córdoba, capital de uma província argentina que tem o mesmo nome e que é a segunda mais populosa do país. Lá, eles se dedicavam unicamente à instalação de equipamentos solares tradicionais, como aquecedores painéis fotovoltaicos.

Pontapé inicial

Por acaso, eles descobriram um projeto dedicado à construção de aquecedores solares a partir de materiais reciclados, desenvolvido em Buenos Aires. Então, resolveram viajar até lá para conhecer o novo método de perto e se capacitar, já pensando em aplicar aqueles conhecimentos no que viria a se concretizar como o projeto Energias Solidárias — que dá às pessoas de baixa renda a possibilidade de ter água quente em casa, algo que antes não possuíam.

As oficinas

Para a produção dos aquecedores, o Energias Solidárias ministra oficinas para qualquer pessoa interessada em aprender sobre a instalação e funcionamento dos equipamentos, já que o método pode ser replicado em qualquer lugar do mundo. Essas capacitações costumam contar com um grupo de 15 a 25 participantes, incluindo a família que irá se beneficiar após a instalação do aquecedor. Vale ressaltar que as oficinas são realizadas na rua ou na casa da família.

Os aquecedores

O dinheiro arrecadado nas oficinas é usado para construir o aquecedor que será destinado a alguma família. Além de insumos importantes de encanamento (que, em muitos casos, são adquiridos pelos próprios participantes das oficinas), construir um único aquecedor exige o uso de mais de 300 garrafas PET, 100 latas de alumínio e 75 embalagens Tetra Brik — ou Tetra Pak.

O cuidado que materiais reutilizados exigem

Antes de reutilizar o material, é preciso limpar e acondicionar cada objeto, ou seja, é necessário esvaziar cada embalagem e lavá-la com bastante água. Tudo isso é retirado de um lixão, assumindo a incrível missão de se transformar em um dispositivo que garante a uma família necessitada um serviço tão importante em regiões frias, como a oferta de água quente.

A relação com as famílias

Outro aspecto importante do projeto é o vínculo que Francisco, Manuel, Ramiro e Pablo estabelecem com as famílias que irão receber o equipamento pronto. Essas pessoas se envolvem já no início do processo de construção do aquecedor, oferecendo as próprias casas para a realização das oficinas e participando ativamente de cada etapa.

Antes das capacitações, os mentores do projeto se aproximam das famílias, interagem com os integrantes e os conhecem melhor. O objetivo é fazer com que todos entendam bem do que se trata o projeto, já que, no começo, muita gente enxerga com desconfiança a ideia de transformar lixo em água quente. Porém, todo o trabalho realizado vale a pena, sobretudo quando, no dia da instalação, as famílias exibem um sorriso no rosto e agradecem os jovens pela ajuda oferecida.

Conscientização

Como o dispositivo tem uma capacidade de cerca de 60 litros, é preciso que a família tenha consciência suficiente para evitar o desperdício de água. Para tanto, os mentores fazem o possível para ensinar às famílias como aproveitar o recurso da melhor forma, garantindo que os 60 litros sejam suficientes para atender às demandas diárias da casa.

O toque humano

O Energias Solidárias se caracteriza pela amizade criada entre os mentores e as famílias beneficiadas. O contato estabelecido perdura por muito tempo depois da instalação do equipamento.

Outro ponto positivo é que os participantes das oficinas geralmente são pessoas que não se conheciam entre si, mas que após cada instalação, se integram tanto que passam a formar grandes grupos humanos. Além disso, Francisco, Manuel, Ramiro e Pablo também aprenderam a cuidar melhor do meio ambiente no dia a dia, já que ficaram muito mais atentos na hora de lidar com os resíduos em suas próprias casas. E nem precisamos dizer que eles se especializaram em separar e guardar materiais que podem ser usados futuramente para a construção de novos aquecedores.

O que você achou do “Energias Solidárias”? Conhece outras iniciativas similares? Comente!

Comentários

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o legal e q os participantes das oficinas geralmente são pessoas que não se conheciam entre si, mas que após cada instalação, se integram tanto que passam a formar grandes grupos humanos

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Resposta

Sempre quis participar de projetos assim, mas eu nunca acho essas coisas aqui no Brasil

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Resposta

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