A história da diva que deu origem à personagem principal do filme “Bonequinha de Luxo”

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há 4 anos

Barbara Cushing foi reconhecida como uma das mulheres mais charmosas do século XX e um ícone de estilo. Em seu tempo, enlouqueceu a sociedade de Nova York com sua beleza, seu bom gosto e sua elegância. O escritor Truman Capote disse que “ela só tem um defeito: é perfeita”. E se manteve perfeita até o último dia.

Incrível.club compartilha com você a história de Barbara, que se tornou o protótipo do personagem principal do romance Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s, no original) e que serviu como roteiro para o filme homônimo estrelado por Audrey Hepburn.

Bárbara “Babe” Cushing

Barbara Cushing, carinhosamente apelidada de Babe (Bebê), nasceu em 1915 na família de um famoso neurocirurgião e professor nas prestigiadas universidades de Yale e Harvard. Desde pequena, tinha perspectivas de vida bastante otimistas: recebeu uma excelente educação e formação. Suas irmãs mais velhas se casaram com homens bem-sucedidos e uma delas se tornou esposa de um dos filhos do presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt.

Na sociedade, eram conhecidas como “as incríveis irmãs Cushing”.

Estilo

Aos 19 anos, a jovem Babe triunfou no baile de debutantes em Boston, onde estavam presentes os filhos do então presidente dos Estados Unidos. A partir desse momento, começou a levar uma vida social ativa. Alguns anos depois, foi escolhida editora de moda na versão norte-americana da revista Vogue, papel que soube exercer com maestria. Durante sua vida, Babe esteve por 14 vezes na lista das “mulheres mais bem vestidas do mundo”, promovida pela revista Time. Mais tarde, seu nome foi gravado no The International Best-Dressed Hall of Fame, o hall da fama das mulheres mais elegantes, que conta com nomes com os de Coco Chanel e da Princesa Diana.

Babe não só sabia se vestir com elegância, mas também marcou algumas tendências da moda. Ela foi a criadora do estilo popular “misturar e combinar”. Em um look, conseguia combinar habilmente roupas baratas com acessórios exclusivos e com peles de luxo. Todos os estilistas da época sabiam: se Babe comprasse uma peça deles, a coleção seria um sucesso. Ao mesmo tempo, não era esbanjadora: bastava comprar alguns itens da moda da nova temporada e combiná-los com o restante das peças de seu guarda-roupa para ficar perfeita.

O estilista Oscar de la Renta disse sobre ela: “Qualquer peça que usasse, ficava inesquecível”. Seu estilo sempre foi pensado nos mínimos detalhes, era refinado sem esbanjamento.

Ela se tornou modelo para milhares de mulheres dos Estados Unidos, que tentavam copiar seu estilo. Por exemplo, uma vez, durante um almoço, Babe tirou o lenço de seda e o amarrou em volta da bolsa, para não incomodá-la. A foto foi publicada em uma revista e, pouco tempo depois, muitas nova-iorquinas adotavam essa moda.

Ao mesmo tempo, Babe costumava decidir por conta própria quais tendências da moda lhe caíam bem e quais evitar. Em particular, quando percebeu que seus cabelos começaram a ficar grisalhos, decidiu não se deixar levar pela moda e se recusou a tingir os fios, surpreendendo o público.

Em um esboço de seu livro Música para Camaleões, Truman Capote descreveu uma conversa com Marilyn Monroe. A diva perguntou-lhe qual de suas conhecidas, na opinião de Capote, era a mulher mais atraente. O famoso escritor, sem hesitação, disse que era Barbara. Marilyn respondeu: “É aquela que chamam de Babe? Claro, não parece uma garota para mim. Eu a vi na Vogue. É tão elegante... É encantadora. Só de olhar para fotos dela, me sinto como um esfregão”.

Vida pessoal

O primeiro marido da beldade foi o magnata do petróleo Stanley Mortimer. Viveram juntos por cerca de seis anos e Babe deu à luz dois filhos. Um ano após a separação, ela se casou pela segunda vez e deixou seu emprego na revista Vogue. Seu marido era o presidente da rede de televisão da CBS, William Paley. Paley sempre havia sonhado em fazer parte da alta sociedade e foi Babe quem abriu essas portas para ele.

O casal teve mais dois filhos. Infelizmente, o segundo casamento de Babe dificilmente poderia ser considerado feliz: seu marido lhe proporcionou uma vida próspera e status social, mas rapidamente perdeu o interesse por ela, preferindo as belezas mais jovens. Ao mesmo tempo, Babe procurou manter a imagem da família ideal e seu status como um ícone de estilo, compreendendo que continuava sendo o centro das atenções de dezenas de jornalistas.

Ela nunca criou escândalos públicos e sempre procurava agradar ao marido. De acordo com as lembranças de seus amigos, Barbara costumava levar uma agenda de encadernação dourada e anotava a opinião de Paley sobre todos os temas, desde gastronomia e livros até temas políticos. Ela queria saber de tudo o que seu marido gostava. Se suas ideias não combinavam de alguma forma com as dele, preferia ficar em silêncio. Babe decidiu por si mesma que a família seria seu melhor trabalho e, até o último momento, foi a esposa perfeita.

Truman Capote e Bonequinha de Luxo

Um capítulo separado na vida de Babe foi seu relacionamento com Truman Capote. Ele a chamou de um dos seus “cisnes”: as glamourosas celebridades de Nova York e, mais tarde, imortalizou Barbara no romance Bonequinha de Luxo, na imagem de Holly Golightly. Ela era uma verdadeira musa para ele, que dizia que Babe era perfeita e admitia que gostava absolutamente de tudo nela. Capote também a chamou de “a mulher mais bonita do século XX”.

O escritor não ficou muito feliz em ver Audrey Hepburn interpretando Holly Golightly no filme. Um dos biógrafos de Audrey, o jornalista Barry Paris, assegura que a primeira escolha para o papel, na opinião de Capote, deveria ser a própria Marilyn.

Babe Paley foi imortalizada no cinema em três ocasiões, em particular, no filme Confidencial, de 2006. No filme, ela foi interpretada por Sigourney Weaver.

Cena do filme Confidential, Sigourney Weaver interpreta Babe Paley e Toby Jones, Truman Capote

A retirada

Aos 59 anos, os médicos diagnosticaram um câncer de pulmão em Babe Paley. Mesmo nessa situação, a musa não mudou e se comportou com elegância e dignidade. Ela mesma planejou seu funeral e o velório, levando em conta os menores detalhes, incluindo a escolha da comida e do vinho. Babe também deu a seus amigos e conhecidos sua coleção completa de joias no valor de aproximadamente 1 milhão de dólares, incluindo as peças da Cartier, Van Cleef & Arpels e Tiffany & Co. Babe morreu em 1978, aos 63 anos de idade.

Mesmo depois de sua morte, continua sendo um ícone no mundo da moda e de estilo. Muitos estilistas continuam a se referir a ela em seus trabalhos.

Babe é citada, ainda, nos romances A Máquina do Amor, de Jacqueline Susann; e em The Swans of Fifth Avenue: A Novel, de Melanie Benjamin.

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