Mãe escreve carta para a professora da filha e causa polêmica na Web

Crianças
há 5 anos

“Infelizmente, minha filha não quer mudar de turma para as aulas de inglês. Ela é uma criança, e acha que suas amigas são mais importantes que as notas. Por favor, pare de dizer a ela que nós, seus pais, não nos esforçamos suficiente para que ela aprenda esse idioma”, escreveu em seu blog a roteirista e radialista russa Olga Dori.

O assunto abordado acabou sendo considerado familiar por muitos usuários das redes sociais. O post que Olga publicou no Facebook logo viralizou, contabilizando mais de 18 mil likes, 5 mil compartilhamentos e muitos comentários, tanto concordando com a autora quanto defendendo a escola. O Incrível.club sugere que você leia o texto abaixo e deixe um comentário em nosso site com suas impressões. De que lado você está nessa disputa?

"É preciso entender que os pais são autoridades para os filhos. E o fato de você estar o tempo todo dizendo para minha filha que eu e o pai dela não somos capazes, talentosos ou inteligentes, acaba destruindo minha menina.

Não, não irei mais à escola para conversar com você, como você pedia naquele bilhete escrito com tinta vermelha. Na última vez, você me acusou, na frente da minha filha, de ter um comportamento inadequado. Passou um sermão numa mãe diante de sua filha. E aí eu precisei me justificar, como se fosse uma ovelhinha indefesa.

Não quero mais ser uma ovelha na frente da minha filha. Quero ser forte e inspirar confiança. Vou contar um segredo: na verdade, eu sou uma mãe-leoa. Meu único medo era de que, na escola, esse comportamento não fosse visto como apropriado. Por isso, é melhor que não nos vejamos mais. Joguei fora a fantasia de ovelha.

Não sei como explicar à escola moderna que os pais não deveriam fazer os deveres com as crianças. NÃO MESMO. E que se a criança não consegue entender algo, então a culpa é do professor, do livro didático, da grade curricular que não é apropriado para a idade, das altas expectativas, etc.

Bom, não iremos convencer ninguém e tentaremos trabalhar em casa.

Quero explicar que minha filha tem ajuda do pai, meu ex-marido, que a visita duas vezes por semana. Sim, nem sempre ele faz o dever direito. Mas para ser honesta, não acho que um cientista não seja capaz de dar conta desse tipo de tarefa. Porém, também não perderei tempo falando sobre os motivos que ele pode ter. Até porque ele nunca faz o que você pode. É isso, e ponto final.

Mas acredita que minha filha está sempre esperando pelo pai, e só quer estudar com ele? E, sinceramente, não me surpreenderia se soubesse que eles ficam estudando alemão. Ou mesmo jogando cartas. Não me importa. É isso. Não me importa, e seja como for, não irei culpá-lo pela falta de assiduidade. E nem vou fazer escândalos. Um dia, minha menina aprenderá inglês. Mas a infância e o relacionamento dela com o pai nunca voltarão.

Eu mesma aprendi inglês ao morar em Nova York quando tinha 24 anos. Falo o idioma fluentemente.

Sim, considero que a nota que minha filha tirou não afetará em nada o futuro dela. E nem acho que perseverança seja uma virtude importante. E o livro de textos que vocês usam me parece antipedagógico. Se eu tivesse estudado por ele quando estava em Nova York, provavelmente estaria falando chinês.

Talvez você esteja se perguntando como outros alunos conseguem aprender usando o mesmo livro.

Algumas crianças têm talento natural e uma facilidade para os idiomas. Mesmo estudando sozinhos, acabam dominando a língua. Ou, por exemplo, têm aulas particulares.

Não acho necessário contratar um professor particular. Até porque antes da chegada do professor, minha filha terá de estudar matéria extra, e eu não entendo o motivo pelo qual a criança deve fazer algo que não aplica na vida real e pelo qual, ao menos por enquanto, não tem interesse. Sim, acho que não é preciso desenvolver todas as habilidades tão cedo assim.

Por outro lado, uma aula com um professor particular custa 20 euros, ou seja, 40 por semana ou quase 1.200 por ano. Durante 7 anos da vida escolar, são quase 10 mil euros. Aulas entediantes com livros de texto e de gramática, além das duvidosas gravações em áudio. Com esse dinheiro, daqui a 5 anos posso mandar minha filha para Londres por 2 meses e pagar uma jovem e alegre professora para acompanhá-la. Elas passearão pela cidade durante a primavera, coberta de flores amarelas.

Percebe a diferença?

Assim como eu, ela aprenderá inglês em poucos meses. Ou então, assim como o pai, aprenderá assistindo a algum seriado americano interessante.

Por isso, é tão importante para nós que continuemos sendo um pilar de apoio aos olhos da nossa filha. Para que ela seja capaz de aproveitar os benefícios da nossa experiência, o que é muito mais produtivo que a grade curricular da escola.

Por favor, diga a ela que nós, seus pais, somos ótimos.

Obrigada".

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