Como foi criado Toy Story, o desenho animado que deu um impulso para a Pixar

Crianças
há 4 anos

O desenho animado Toy Story vem atraindo a atenção de milhões de espectadores que há 24 anos acompanham as aventuras de Woody e seus amigos com grande interesse. Muitas pessoas cresceram assistindo a todas as falas deste filme de animação e lembram-se delas de cor. No entanto, poucos sabem o que acontece nos bastidores da famosa produção. Por exemplo, Buzz Lightyear estava prestes a mudar seu nome. E o segundo filme teve que ser recuperado após um grave erro cometido por um dos animadores.

Em homenagem ao sucesso da quarta parte, deste ano, o Incrível.club decidiu lembrar a história da famosa franquia.

Toy Story

Na década de 1980, um jovem animador da Disney, John Lasseter, viu com o filme Tron o potencial da animação feita por computador. Naquele momento, ele percebeu que seria o futuro da animação e ofereceu ao estúdio sua visão inovadora do filme que estava em produção, A Torradeira Valente, mas suas ideias passaram despercebidas e o animador logo foi demitido.

Alguns anos depois, Lasseter tornou-se um dos fundadores do estúdio Pixar, que mais tarde foi vendido para Steve Jobs. Naquela época, a empresa vendia equipamentos e softwares de animação, e os desenhos produzidos eram apenas publicidade para esses produtos, que não tiveram uma demanda especial e a Pixar sofreu perdas significativas.

Em 1988, Lasseter realizou seu sonho e lançou o curta-metragem de animação Tin Toy, no qual o brinquedo Tin Toy tenta escapar de um garotinho que quebra seus brinquedos. A história recebeu críticas positivas e ganhou um Oscar como o melhor curta-metragem de animação. Graças a esse trabalho, a Disney prestou atenção ao seu ex-funcionário. Assim nasceu a ideia de colaborar na entrega futura deToy Story. Apesar das condições extremamente desfavoráveis ​​para a Pixar (a Disney possuía os direitos dos personagens e a produção de sequências sem a participação da Pixar), o projeto foi colocado em produção.

Inicialmente, o enredo do primeiro filme foi muito diferente do que vimos na tela. Na Disney, eles queriam que Woody fosse o principal personagem negativo, contra quem os personagens de Tin Toy se juntavam. No entanto, estes personagens foram considerados ultrapassados, então surgiu a ideia de criar Buzz Lightyear, que poderia ser chamado de Lunar Larry ou Tempus de Morph.

As constantes intervenções da Disney no desenvolvimento levaram ao fato de que a ideia original de Lasseter desapareceu quase completamente da animação. John achava que aquela versão de Toy Story era uma história sobre os personagens mais miseráveis ​​e mesquinhos que ele já havia visto. Até mesmo Tom Hanks (a voz de Woody) descreveu seu personagem como um tolo. A prévia da primeira metade do filme provocou um acalorado debate entre os criadores, e o projeto foi ameaçado de cancelamento.

Lasseter, querendo salvar seu projeto, ofereceu à Disney reescrever o roteiro em apenas duas semanas. Como resultado, os personagens se tornaram como os vimos pela primeira vez. O desenho animado foi lançado em novembro de 1995, se tornou um campeão de bilheteria e recebeu um Oscar honorário por suas realizações gráficas.

Toy Story 2

Os rumores sobre a segunda parte da animação começaram um mês após o lançamento da primeira. Os autores discutiram o enredo e adiaram o início da produção até o início de 1997. Quando começou, a maior parte da equipe criativa estava trabalhando em Vida de Inseto, então na continuação da história de Woody e seus amigos, apenas uma equipe reduzida trabalhou.

Em junho de 1997, a Disney exigiu acelerar a produção. A equipe de produtores foi substituída e John Lasseter, que acabara de terminar Vida de Inseto, também se uniu ao projeto.

Após quase 2 anos de produção, descobriu-se que por engano um dos funcionários havia eliminado 90% da animação. Este foi um verdadeiro choque para a equipe. Felizmente, um dos colaboradores que trabalhou remotamente havia feito, anteriormente, um backup dos materiais e restaurou 70% dos dados. O resto foi recriado pela equipe durante vários dias de trabalho exaustivo. No final, descobriu-se que essa não havia sido a etapa mais difícil da produção da segunda parte.

O livro sobre a história da empresa Pixar, chamado Pixar Touch, joga um pouco de luz sobre o difícil destino da continuação. De acordo com a obra, depois de retornar da turnê de publicidade de Vida de Inseto, John Lasseter examinou todo o material e, junto com a equipe, chegou à conclusão de que Toy Story 2 deveria ser totalmente refeito. Essa decisão foi recebida de forma muito negativa pela administração da Disney e de outros sócios, pois eles não queriam nem falar sobre a extensão dos prazos.

Lasseter e seus codiretores, Ash Brannon e Lee Unkrich, assumiram total responsabilidade, retomaram a equipe criativa da primeira parte e começaram a trabalhar em ritmo acelerado. No recesso de Natal, os membros da equipe dedicaram-se completamente a reescrever o roteiro. Da primeira versão restaram apenas os personagens principais, a loja de brinquedos “Al’s Barn Toys” e o quarto de Andy.

A equipe tornou-se tão unida que os animadores trabalharam horas extras gratuitamente. Eles não viram suas famílias durante meses e trabalharam quase sem dormir para cumprir o prazo. Um membro da equipe até esqueceu seu filho no carro porque sua mente estava ocupada com pensamentos sobre a sequência. Quando a produção terminou, muitos funcionários foram diagnosticados com síndrome do túnel do carpo e esgotamento nervoso. Mas ninguém se arrependeu de nada.

Toy Story 2 foi chamado pelos críticos de “um exemplo brilhante do fato de que a sequência pode ser melhor do que a primeira parte”. O trabalho quebrou o recorde de bilheteria do primeiro filme e ganhou vários prêmios de prestígio.

Toy Story 3

Os direitos para produzir as sequências de Toy Story pertenciam à Disney. Como durante as negociações de 2004 o estúdio não conseguiu chegar a um acordo com a Pixar, a próxima parte do filme de animação foi confiada à Circle 7 Animation, que propôs a seguinte versão do enredo:

  • A mãe de Andy envia Buzz Lightyear para Taiwan para consertá-lo. No entanto, depois de pesquisar na internet, os amigos de Buzz descobrem que muitos brinquedos em todo o mundo têm problemas operacionais e a empresa que os produziu começou retirá-los do mercado em massa. Temendo que Buzz simplesmente seja destruído por causa do defeito, a equipe de brinquedos de Andy vai resgatá-lo. Ao mesmo tempo, o Buzz se encontra com outros brinquedos de todo o mundo que conseguiram conquistar os corações de seus donos, mas depois foram retirados pelo fabricante.

A estreia da animação estava prevista para 2008. Mas essa versão nunca veio à tona, pois, em 2006, Steve Jobs vendeu a Pixar para a Disney. Conforme os termos do acordo, os executivos da Pixar eram agora totalmente responsáveis pelo setor de animação da Disney. O cenário existente da continuação de Toy Story não foi sequer considerado.

O enredo do terceiro filme começou seu progresso em direção ao fim lógico: Andy está crescendo, se preparando para ir para a faculdade e os brinquedos estão preocupados com o seu futuro. O novo enredo foi inventado ao longo de um fim de semana. Para atrair os atores de dublagem que participaram das edições anteriores, foi decidido enviar-lhes o roteiro gráfico completo com imagens em movimento, música e vozes. E os atores não demoraram muito para confirmar sua participação.

Em geral, o processo de produção foi mais tranquilo em comparação com as entregas anteriores, mas ainda assim não foi desprovido de problemas. Todas as técnicas utilizadas com os modelos de personagens de filmes anteriores não eram compatíveis com o novo software, e todos os personagens tiveram que ser redesenhados. E a cena final levou quase um ano e meio de trabalho.

Toy Story mais uma vez conquistou os corações do público e da crítica. A maioria dos que assistiram ao filme disse que era impossível criar um final melhor. O desenho estabeleceu um novo recorde de bilheteria e ganhou dois Oscars nas indicações “Melhor filme de animação” e “Melhor canção”.

Toy Story 4

Depois de um final tão colorido e emocionante, a próxima edição de Toy Story não estava nem programada. Mas a paixão por essa franquia e a nova ideia para o roteiro acabaram sendo tão empolgantes que a continuação se tornou uma obsessão para os criadores, e foi decidido lançar uma nova parte.

A maioria dos atores de dublagem voltou a dar sua voz para os personagens. A única exceção foi Don Rickles (o Sr. Cabeça de Batata) que faleceu em 2017. Mas a pedido de sua família e graças ao arquivo de gravação de voz da Disney, sua voz ainda pôde ser ouvida em algumas cenas. Até Keanu Reeves apareceu na animação, fazendo a voz de um personagem chamado Duke Caboom. A produção não ficou isenta de piadas reais: quando Tony Hale foi chamado para fazer o papel do garfo com trauma emocional, respondeu o seguinte: “A crise existencial dos talheres? Estou dentro!”

A nova parte surpreendeu todos os céticos e também recebeu ótimas críticas. Para o próximo ano, outros trabalhos terão que se esforçar para tirar o cobiçado Oscar de Toy Story 4. E não é de surpreender, basta olhar para o nível de detalhes e texturas a que os criadores chegaram ao longo dos anos.

Embora já se tenha assumido que as duas últimas partes tenham sido as finais, os criadores do Toy Story não não descartam a possibilidade de uma sequência.

Qual é a sua atitude em relação à “máquina insaciável de sequências”? Você viu todas as partes desta comédia de animação?

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