Sinais psicológicos de que você é vítima da violência doméstica

Psicologia
há 1 ano

A esmagadora maioria da população sabe que pessoa alguma pode ser humilhada, agredida nem insultada. Porém, quando alguém se encontra em meio a uma rede de técnicas sutis de manipulação, é possível que nem sequer perceba que está sendo metodicamente maltratada e levada a um ponto perigoso das relações humanas. E a situação fica ainda mais nebulosa quando o comportamento violento vem de um ente querido.

Frequentemente, nos esquecemos do fato de que maus-tratos nem sempre ocorrem de maneira física. A violência psicológica se apresenta naquelas situações em que uma pessoa controla a vida da outra com o intuito de distorcer o senso de realidade e a percepção do que realmente está ocorrendo. É comum que o quadro seja associado às emoções: a vítima se afasta de sua própria vida e de suas tarefas e se concentra em cumprir os desejos do agressor, ou seja, de uma pessoa inclinada à crueldade e à manipulação.

O abuso psicológico causa graves danos à autoestima e provoca um sentimento de culpa e desalento na vítima. É difícil notar quando você ou uma pessoa do seu convívio sofre esse tipo de abuso, afinal, não é todo mundo que percebe imediatamente o fato de que há algo de errado.

Um abusador pode ser uma pessoa de qualquer gênero e idade, e suas estratégias podem variar muito em função das circunstâncias. Psicólogos e funcionários de entidades que atuam nesses tipos de casos recomendam levar a sério qualquer pensamento e sentimento preocupante que exista a respeito. Por isso, o Incrível.club preparou para você uma lista com sinais de alarme ligados ao assunto. Caso alguns dos pontos a seguir provoque uma forte resposta emocional, talvez seu relacionamento não esteja muito bem e você precise de ajuda imediata.

Você é vítima de abuso psicológico se:

  • Acha que precisa esconder algo para que o parceiro não descubra.
  • Sente ansiedade, apatia, depressão, sem encontrar o motivo.
  • Se considera feio/feia e acha que não atende às expectativas do outro.
  • Acredita que não conseguirá enfrentar nenhuma situação sem o parceiro.
  • O relacionamento vai de um extremo para outro: ou tudo está “muito bem” ou tudo está “muito mal”. Não tem meio termo.
  • Tem a sensação de que os problemas aparecem sem sentido, mas ainda assim, se sente culpado (a) por eles.
  • Tem medo de dividir seus segredos e experiências, por saber que a outra pessoa contará para todo mundo.
  • Faz algo só para obter a provação do parceiro.
  • Acha que ninguém se interessa por você, com exceção do parceiro atual.
  • Abre mão dos próprios desejos pelo bem do parceiro.
  • Acha que tem culpa de qualquer coisa e que deve receber um castigo por isso.
  • Passa a se comunicar menos com parentes e amigos.
  • Começa a falar sobre algo importante, mas a conversa é sempre interrompida e não dá em nada.

Você é vítima de abuso psicológico se seu parceiro:

  • Costuma adotar um ar paternalista que esconde insultos (“Você não vai entender”, “Por acaso você sabe o que é profissionalismo?”).
  • Desvaloriza suas conquistas (“Qualquer um poderia fazer isso”).
  • Critica seus desejos e sonhos. A minimização é uma manipulação muito sutil, aplicada para fazer com que você passe a ver suas próprias inquietações como exageradas, de modo que o número de suas necessidades vai caindo até que passa a se sentir uma “pessoa insignificante”.
  • Diz que as pessoas ao seu redor fazem uma péssima ideia ao seu respeito e dizem coisas desagradáveis pelas suas costas.
  • Perde a calma quando você não segue instruções dadas (fazer café, preparar o jantar).
  • É capaz de passar horas ou até dias sem falar com você.
  • Controla sozinho o orçamento da família, decidindo por si só o que pode ser comprado ou não.
  • Ao se sentir ofendido, recusa o acesso ao dinheiro, à liberdade e à proximidade física.
  • Controla como você se veste, onde e com quem pode sair.
  • Faz piadas ao seu respeito que provocam incômodo.
  • Depois de encontros com amigos, aponta situações em que você teria se comportado inadequadamente.
  • Dá ultimatos: “Se você não fizer isso, então eu...”.
  • Estabelece condições para o amor: “Eu te amo, mas...”.
  • Quando você se ofende, ele se irrita em resposta. Muitos abusadores tentam se colocar no lugar de vítima em busca de mais atenção.
  • Culpa você pelos fracassos do outro, tanto pelos pequenos quanto pelos grandes (“Esqueci do guarda-chuva porque você não me lembrou”).
  • Culpa por coisas que você não fez.
  • Insulta quando vocês estão sozinhos, mas em público, quer passar a imagem de casal perfeito.
  • Superdimensiona todas as suas imperfeições (se você se atrasar algumas vezes, dirá que você é uma pessoa nunca pontual).

O que fazer numa situação assim

Alguns abusadores parecem ser pessoas educadas e carinhosas no começo do relacionamento, mas com o tempo, vão mostrando a verdadeira face. Portanto, é importante que você não se prenda ao passado e saiba que é praticamente impossível fazer com que uma pessoa mude.

Caso esteja vivendo uma situação de violência psicológica, em primeiro lugar, livre-se do sentimento de culpa e da responsabilidade por todos os problemas que afetam o casal. Se o comportamento agressivo continuar ainda por muito mais tempo, confie em seus instintos e procure amigos e parentes, ou então entidades que realizem o acompanhamento de vítimas de maus-tratos. No Ministério Público, por exemplo, é possível procurar a Promotoria de Violência Doméstica ou de Direitos Humanos. Tente não dar importância quando seu parceiro diz que “cometerá uma loucura” se você procurar ajuda, nem acredite nas promessas de que “tudo será diferente daqui para a frente”. É possível encontrar mais instruções aqui.

Você tem outras dicas para enfrentar uma situação difícil como a descrita neste post? Por favor, deixe um comentário com os seus conselhos!

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