Por que o apego é considerado fundamental para o desenvolvimento emocional das crianças e os riscos de não praticá-lo

Psicologia
há 2 anos

Muito se tem falado ao longo dos anos sobre os melhores métodos de criação dos filhos, sobre o que é preciso fazer ou não, e como determinadas coisas podem ser proveitosas ou contraproducentes. O fato é que o apego, ou a criação de um vínculo sólido e afetuoso com os nossos pequenos, não é uma exigência, mas uma necessidade, tanto para eles como para nós, os pais.

Incrível.club quer lhe mostrar os benefícios e a importância de dar os cuidados e o amor necessários aos nossos filhos.

O que entendemos por apego

O apego, apesar de ser de vital importância na relação entre pais e filhos, pode passar despercebido, ou acabar sendo pouco valorizado. John Bowlby, psicanalista, médico e psiquiatra inglês, preocupado e interessado no desenvolvimento infantil, desenvolveu a teoria do apego. Segundo Bowlby, esse tipo de vínculo busca ser comprovado e reafirmado por meio de comportamentos, para manter a proximidade e a sintonia com outra pessoa. Tratam-se de ações para confirmar a existência da proximidade com alguém que se considera importante, ou de ações para consolidar e manter essa ligação e o que ela proporciona. É um vínculo emocional duradouro entre duas pessoas e uma conexão psicológica inestimável.

No caso específico do apego na relação mãe-filho estaríamos falando sobre o que a criança faz para ter certeza que sua mãe está com ela, poder contar com seu apoio, que não está sozinha e que há alguém responsável por cuidá-la e protegê-la.

Um vínculo realmente importante

O apego, às vezes, tem sido subestimado e inclusive já foi considerado desnecessário ou contraproducente, mas, na verdade, não é bem assim. A relevância desse vínculo, do contato, da proximidade, da atenção às suas solicitações mostra ter repercussões positivas no desenvolvimento emocional e psicológico das crianças.

A existência de apego aos pais proporciona não apenas segurança física, mas também emocional. É a certeza de contar e ter alguém incondicionalmente, de se sentir amado e aceito e, também, de saber estar protegido. Isso proporciona aos pequenos a confiança para explorar o mundo, de se relacionar e aprender, pois, está intimamente relacionado com suas inseguranças, sua regulação do estresse e sua capacidade de adaptação. Além disso, uma situação estável nesse sentido fará com que, ao se tornar adulto, tenha uma maior estabilidade mental e psicológica.

Dependendo das circunstâncias e da situação da criança, assim como da relação existente ou inexistente com os pais e a atitude deles em relação ao pequeno, Bowlby apresentou quatro categorias de apego.

1. Apego seguro

Esse tipo de apego mostra a existência de uma relação amorosa e próxima entre pais e filhos. Nessa situação, a criança se sente amada, protegida e cuidada, o que lhe permite desenvolver relações saudáveis ​​e estáveis ​​com as pessoas ao seu redor. Da mesma forma, os pequenos criados com esse vínculo acreditam mais em si mesmos e possuem maior autoestima, por isso se sentem mais seguros ao interagir com os outros e isso os leva à idade adulta conquistando relações mais duradouras, sem desenvolver o medo de serem abandonados.

2. Apego ansioso e ambivalente

Quando a relação não é tão próxima, ou oscila continuamente entre a prestação de cuidados e a ausência deles por parte dos adultos, as crianças tendem a buscar constantemente a aprovação de figuras de referência, na tentativa de sentirem a proximidade e o amor dos pais. Os filhos que crescem com esse vínculo são mais inseguros, tendem a ter baixa autoestima e medo do abandono e de explorar o mundo. Esses pequenos provavelmente crescem emocionalmente dependentes e têm dificuldades em suas relações com seus parceiros, porque não se sentem amados ou correspondidos.

3. Apego evitado

Nos casos de relações que deveriam ser de apego, mas não proporcionam os cuidados necessários ao pequeno, que tende a buscar soluções próprias, aprendendo a se desenvolver e vai se tornando autossuficiente. Ocorre um distanciamento emocional em relação aos pais, o que gera, progressivamente, o fim do choro quando eles precisam sair e deixar o filho com alguém.

Esse comportamento pode parecer um sinal de segurança, mas não é. É algo que foi aprendido por necessidade, não por prazer, que produz grande sofrimento na criança, além de altos níveis de estresse e problemas de autoestima.

4. Apego desorganizado

Esse tipo de apego se caracteriza, sem dúvida, pela confusão. Quando os pais se mostram instáveis, inseguros e não cuidam ou proporcionam cuidados insuficientes aos filhos, produz uma mistura entre os dois tipos anteriores: ansioso e o que evita.

A criança não confia e até sente medo ou temor da figura, ou das figuras que deveriam ser suas provedoras de proteção e cuidados, por isso desenvolve uma personalidade bastante insegura, com tendência a reações impulsivas e, às vezes, desproporcionais. Tudo isso leva a um mau gerenciamento das emoções e de sua expressão, bem como a uma postura complicada diante das relações interpessoais.

O aconselhado e o desaconselhado

Já mencionamos que o apego mais recomendado e desejado é o conhecido como “apego seguro”. Praticá-lo e conseguir estabelecer um vínculo sólido e estreito com nossos filhos, não significa estarmos mimando os pequenos, oferecendo tudo que desejam. Estamos proporcionando estabilidade emocional, tranquilidade e segurança, o que não se refletirá somente na fase da infância, mas também na vida adulta. Se queremos que nossos filhos desenvolvam sua personalidade de maneira adequada, com menores chances de problemas emocionais, em termos de relacionamento interpessoal e do seu autoconceito e aceitação, o apego nos ajudará.

Por outro lado, esse vínculo não supõe que super protegemos a criança a ponto de não deixá-la explorar, de limitá-la ou torná-la dependente, muito pelo contrário. Estamos fornecendo as ferramentas necessárias para se tornar autossuficiente e desenvolver relacionamentos saudáveis, sem medo ou dependências.

Que tipo de apego você busca desenvolver com os seus filhos? E qual os seus pais desenvolveram com você? Comente.

Comentários

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HOJE AS PESSOAS NAO TEM MAIS TEMPO DE CONVERSAR COM FILHO TA SEMPRE NA INTERNETE E NO CELULAR FALANDO COM OUTRA PESSOA E NEM LIGA PROS FILHO

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eu sempre vivi pelo meu filho e mesmo não tendo toda a paciencia do mundo eu acho que criei dando bastante atenção

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eu nao tenho o que reclamar, apesar de nao ter convivido muito com meu pai, a minha mae sempre me ajudou e valorizou minhas pequenas e grandes conquistas

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eu criei meu filho até os 7 anos quase que sozinha, entao eu fiz o meu melhor e sempre deixava ele livre para já fazer suas pequenas escolhas, estudar para provas e tirar boas notas era uma delas, mas ele sempre se deu bem e nunca repetiu

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eu fui criado na teoria de que o bebe não deve ser acolhido semre que chora, n sei se deu certo, é dificil saber pq tem muitas ideias diferentes

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gente a minha infância foi assim, eu sentia tanta falta de um elogio um abraço um carinho um eu te amo, meus pais eram muito secos, nao abraçava nao nos beijavamos e nem elogiava, hoje em dia sofro de depressão ansiedade insegurança, e faço de tudo e rezo pra eu dar tudo pro meu filho o que senti falta na infância, nao qur meus pais foram ruins mas eu acho que se eles tivesse me criado com mais abraço e papavras doce eu era outra pessoa, a criação influencia muito na vida das crianças

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