Por que as “garotas malvadas” são mais felizes que as “boazinhas”?

Psicologia
há 3 anos

Jill Weber, psicóloga de uma clínica em Washington (capital dos EUA), argumenta que as mulheres, desde muito cedo, tentam agradar aos outros e satisfazer seus desejos. Elas assimilam a disciplina e a obediência mais rapidamente e, portanto, ouvem mais elogios do que os meninos.

Depois de adultas, as mulheres muitas vezes procuram a confirmação de sua “bondade”, que às vezes acaba prejudicando a própria felicidade. No entanto, também podemos encontrar “garotas malvadas”, aquelas que se preocupam principalmente com o próprio bem-estar e prazer. Vale a pena seguir esse exemplo?

O Incrível.club resolveu averiguar como essas “garotas malvadas” vivem de verdade, e por que elas costumam ser mais felizes que as “boazinhas”.

E é você quem decide se elas são realmente “malvadas”, ou não!

1. Dormem o suficiente

Para as mulheres que valorizam a saúde e beleza, o sono é mais importante do que tocar um projeto de trabalho, lavar pratos sujos ou as camisas de seu marido. Elas não sacrificam horas de sono por conta de fluxo inesgotável de coisas envolvidas pela rotina. Sabem que privar-se de uma ou duas horas na cama pode prejudicar consideravelmente sua produtividade e capacidade de tomar decisões, bem como, ao mesmo tempo, prejudicar seus relacionamentos.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia advertem que casais cansados ​​agradecem menos uns aos outros. E isso, é claro, causa mais danos aos sentimentos dos envolvidos do que alguns pratos sujos na pia. Aliás, ao não abrir mão de dormir para cumprir tarefas domésticas, você pode incentivar o cônjuge a ajudar nessas tarefas. Segundo a opinião de psicólogos, os casamentos em que o trabalho doméstico é compartilhado entre os dois membros fazem surgir vínculos mais sólidos e felizes.

2. Não se envergonham dos próprios interesses

Todo temos nossos guilty pleasures (“prazeres vergonhosos”), cuja existência não gostamos de admitir na presença de outras pessoas. Mas as mulheres seguras de si mesmas não têm vergonha disso. Elas não acham que se tornam menos educadas e interessantes quando, de vez em quando, preferem assistir “MasterChef” em vez de ver um filme cult. Ou quando, numa tarde de domingo, optam por ler “Crepúsculo” no lugar de Hemingway. Aliás, “um Big Mac, nove nuggets e refrigerante” depois da academia é algo bem característico entre elas.

Leonard Reinecke, da Universidade de Mainz, na Alemanha, considera esse comportamento como razoável. Ele assegura que, muitas vezes, é importante eliminar o tabu representado pelos prazeres proibidos, pois a cada vez que renunciamos a algo, nossa força de vontade diminui. Ou seja, de vez em quando, nos rendendo às pequenas fraquezas, ganhamos a capacidade de exercer mais autocontrole e conquistamos mais perseverança na hora de atingir grandes metas.

3. Não sofrem por um amor não correspondido

Isso não significa que todas as “garotas malvadas” são sedutoras fatais, que não conhecem um homem sequer capaz de dizer não a elas. De jeito nenhum; afinal, o sentimento delas nem sempre é correspondido. Contudo, após ouvirem que são rejeitadas, elas não passam meses vendo fotos de seu objeto de desejo, acreditando num um futuro feliz que nunca vem.

Por que as “boazinhas” passam tanto tempo sem conseguirem se livrar de seus sentimentos não correspondidos? Pesquisadores dizem que tudo tem a ver com a clássica educação “feminina”: desde cedo, as meninas aprendem que sua força e poder estão em sua capacidade de agradar os outros. Ao crescerem, elas continuam acreditando nisso, pensando que a rejeição por parte de um homem é um sinal de que elas não fizeram o suficiente por ele, passando a tentar melhorar a situação.

Mulheres inteligentes se recusam a sofrer por esse tipo de ilusão. Pelo contrário, elas permanecem abertas para conhecer novas pessoas, buscando e criando relacionamentos nos quais são amadas, independentemente de seus “esforços”.

4. Vão embora sem esperar quem se atrasou

A regra de tolerância dos 15 minutos por educação não funciona para elas. E nem venham falar da dos 30 minutos. Os engarrafamentos, um salto quebrado, um café derramado na camisa a ajuda para que uma velhinha atravesse a rua não são considerados por elas como motivos sérios para atrasos, e sim sinais claros de falta de respeito ou de falta de interesse em comparecer ao encontro.

Psicólogos consideram que, chegando tarde, as pessoas demonstram inconscientemente que aquela atividade não é a melhor opção para passar seu tempo. Quando, durante o caminho, surgem todos os imprevistos possíveis, é melhor adiar o encontro do que obrigar a pessoa a lhe esperar durante uma hora. Uma mulher que valoriza o próprio tempo dificilmente esperaria tanto por alguém, seja para um encontro amoroso, um café com as amigas ou um contato profissional.

5. Expressam insatisfação de imediato

Quantas vezes o mundo foi informado de que esconder emoções negativas é perigoso, tanto para o corpo quanto para relacionamentos saudáveis com outras pessoas? Só que muitos continuam, regularmente, engolindo ofensas, descontentamentos e decepções, e fazem isso apenas para evitar discussões e não demonstrar agressividade. Mulheres “malvadas” sabem que, ao evitar uma situação de conflito, o relacionamento não melhora.

Ao adiar o esclarecimento de um problema no relacionamento, começamos a evitar inconscientemente as pessoas, os lugares e os momentos em que essas emoções desagradáveis são provocadas. Quanto mais frequentemente isso acontece, mais frágeis nos sentimos em nível social, e mais limitamos nossa experiência de vida.

Portanto, quando surge algum mal-entendido, as “garotas más” falam imediatamente e eliminam o problema. Ou então cortam uma relação tóxica pela raiz, sem tabus.

6. Não têm medo de entristecer a mamãe

Kira Birditt, reconhecida pesquisadora do University of Michigan Institute for Social Research (ISR), dos EUA, afirma que os pais se preocupam mais com suas filhas adultas do que com seus filhos, já que a relação entre duas mulheres é geralmente mais próxima. E é exatamente na relação entre mãe e filha adulta que tensões são observadas com maior frequência, devido a uma tentativa de controle excessivo por parte da mãe.

As “mulheres malvadas” não são tão más a ponto de, conscientemente, levarem suas mães a um estado de “quase infarto”. Mas elas entendem perfeitamente a diferença entre o que significa a obediência de um filho e o respeito que deve ser dado a uma pessoa adulta, já independente. E mesmo que os pais não concordem com uma decisão da filha adulta, ela não mudará sua forma de pensar, pois é capaz de assumir toda a responsabilidade por cada passo dado. Além disso, estará pronta para as possíveis consequências desagradáveis ​​que isso pode trazer.

7. Não reclamam dos filhos ingratos

A escritora Peg Streep detalhou o que seriam as 6 piores razões para ter um filho: para se sentir amado; atender expectativas alheias; para ser socialmente aceito; para dar sentido à vida; para ter a quem deixar a própria herança; ou ainda para dar novo fôlego ao relacionamento. Mulheres felizes e livres não colocam bebês no mundo pelos motivos descritos acima.

Quando tomam a decisão de se tornarem mães, as “mulheres malvadas” entendem claramente duas coisas: os filhos não serão o centro do universo. Eles serão pessoas independentes, que não estarão destinadas a atender às ambições dos pais. Não surpreende então que essas “mães malvadas” criem filhos mais autônomos e emocionalmente estáveis. São eles que, com gratidão, chegarão à idade adulta com mais chances de se desenvolverem plenamente como pessoas.

8. Suas ideias não têm a pretensão de serem perfeitas

Frequentemente, adiamos projetos ousados usando como justificativa a falta de experiência, tempo e dinheiro. As “mulheres malvadas” gostariam de ter as condições ideais para a implementação de seus planos, mas a falta dessas condições não é algo que as impede. Um liquidificador barato não as impede de preparar sobremesas deliciosas, e o curso universitário de engenharia não as impede de trabalhar como caixa de supermercado enquanto não se formam.

Segundo explica Olivia Remes, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em vez de pensar em como executar um projeto da maneira ideal, é melhor se concentrar no próprio prazer da realização. É preciso tomar a decisão rapidamente e mantê-la até que seja cumprida, ainda que no final você perceba que o plano era ambicioso demais. Aquelas pessoas que ficam em dúvida por muito tempo e adiam seus atos são as que mais sofrem com depressão e baixa autoestima.

Como você já deve ter notado, as “mulheres malvadas” não são seres agressivos, e sim mulheres corajosas e respeitosas, que valorizam muito a luta pela própria felicidade. Aliás, a que grupo você acha que faz parte: das “boazinhas” ou das “malvadas”?

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