“Tenho uma vida perfeitamente feliz sem filhos”, o desabafo de Ana Paula Padrão sobre a decisão de não ser mãe

Psicologia
há 1 ano

Maternidade ainda é um assunto que assola muitas de nós, mulheres. Afinal, quanto mais os anos passam, mais somos questionadas sobre os futuros filhos. Cada uma leva a vida do seu jeito: enquanto algumas sonham com esse momento, para outras a ideia nem passou pela cabeça. A jornalista Ana Paula Padrão é dona de muitos feitos dentro da profissão e fala abertamente sobre o tema, inclusive em suas redes sociais. A apresentadora optou por não ser mãe, e segue com a decisão de uma maneira muito tranquila e serena.

Nós, do Incrível.club, entendemos que a decisão de ser mãe é algo pessoal. Com isso, trouxemos o ponto de vista de Ana Paula Padrão, que escolheu uma vida sem filhos e sem ceder às pressões da sociedade.

Uma carreira para poucos

Ana Paula Padrão pode ser conhecida por muitos como a apresentadora do MasterChef Brasil. Todavia, a carreira dela engloba muitas outras coisas. A jornalista já passou por diversas emissoras brasileiras, conquistando prêmios pelo seu trabalho. Ela é formada pela Universidade de Brasília e iniciou a carreira na TV Brasília, na época afiliada à Rede Manchete, em 1986. Entretanto, não ficou muito tempo por lá, ganhando espaço na Rede Globo no ano seguinte.

Na Globo, ela conquistou algo que muitos de sua área almejam: ser correspondente internacional, em Nova YorkLondres. Foi lá também que Ana Paula conseguiu feitos que poucas pessoas alcançaram, indo contra o pensamento de quem duvidava de sua competência. Com tantas experiências positivas, ela logo foi convidada para assumir o cargo de editora-executiva e apresentadora do Jornal da Globo. Ainda na emissora, chegou a dividir a bancada do Jornal Nacional com William Bonner, Chico Pinheiro e outros colegas de profissão.

Mas Ana Paula não criou raízes no canal e, tempos depois, foi para uma nova casa, o SBT, onde permanece por quatro anos. Estreou no jornal SBT Brasil e, depois, apresentou o SBT Realidade, um programa de documentários com reportagens especiais. Porém, não foi lá que a jornalista decidiu permanecer, migrando, em seguida, para a Record, onde conduziu o Jornal da Record ao lado de Celso Freitas por mais alguns anos. A estadia da jornalista também não foi muito prolongada na emissora. “Não podia ficar mais quatro anos na Record. Eu optei por me dedicar às minhas empresas, afinal, se eu pari os bebês eu tenho de cuidar deles”, afirmou.

Mudança de ares

Com uma carreira tão bem consolidada e uma certeza enorme sobre a vida, não é de surpreender que Ana Paula Padrão não pare de alçar novos vôos. Um deles foi migrar do telejornalismo para o entretenimento, encarando o desafio de apresentar um reality show gastronômico, o MasterChef Brasil. O programa que lança majoritariamente cozinheiros amadores tem versões em vários países e já alcançou o primeiro lugar no índice de atrações mais vistas da televisão brasileira. “Ganhei um público infantil e pararam de pedir para eu voltar a usar o cabelo chanel dos tempos de Jornal da Globo”, contou.

Diferentemente do que podemos imaginar, Ana decidiu ir além das telinhas, conquistando outros territórios. A jornalista possui um portal de dicas, o Tempo de Mulher, que aborda temas voltados para o público feminino. E ela não para por aí. Em parceria com a repórter Natália Leite, da Record TV, ela começou a Escola de Você, um projeto que traz uma série de cursos on-line sobre autoconhecimento. “Nós nos baseamos em conceitos de filosofia e sociologia e traduzimos para uma linguagem acessível”, explica a apresentadora.

A carreira não foi um impeditivo para a maternidade

A carreira nunca foi um impeditivo para a maternidade, afinal, é só olharmos à nossa volta para percebermos quantas mães existem que trabalham fora, desempenhando uma dupla jornada, trabalhando dentro e fora de casa. Para algumas, isso é um sonho realizado, mas, para outras, o sentimento é diferente.

Mesmo com uma carreira tão consolidada e única como a de Ana Paula, o assunto maternidade ainda entra em pauta e ela fala com sinceridade sobre o tema. “Tenho tido uma vida perfeitamente feliz sem filhos. As coisas que eu vi no mundo, os lugares que eu visitei, a carreira que eu construí, talvez não fossem possíveis se eu tivesse tido filhos”, revelou.

“Quero mesmo ser mãe ou estou sendo levada a cumprir o papel social esperado de uma mulher?”

Em uma postagem sincera durante o Dia das Crianças, a jornalista foi ainda mais incisiva sobre a vida sem filhos, afirmando que uma trajetória sem crianças não é vazia. Mas se engana quem acredita que ela não cogitou engravidar durante a vida: “Até pensei em engravidar tempos atrás, quando a idade soou o alerta ‘agora ou nunca’! Algumas tentativas fracassadas me fizeram, no entanto, compreender que eu estava inventando uma frustração que não existia antes”.

Ela conta que nunca foi uma adolescente que sonhava com uma casa cheia de filhos e, mesmo quando a vida adulta chegou, o pensamento não corria por sua mente. Ainda assim, muitos à sua volta afirmavam que, em algum momento, o desejo chegaria. Para Ana Paula, no entanto, isso nunca aconteceu. Ela chegou a fazer tratamentos para engravidar, mas, ao mesmo tempo, se questionava: “Quero mesmo ser mãe ou estou sendo levada a cumprir o papel social esperado de uma mulher?”

Para a jornalista, ser mãe não é um problema, mas ela acredita ser importante pontuar que não ser também não é uma falha e nem a faz ser incompleta ou triste. “Ter tido a possibilidade de viver minhas escolhas me realiza porque elas combinam com quem eu sempre quis ser”, escreveu. Apesar de não ter tido filhos, Ana Paula Padrão gerou outros frutos. Foi “mãe” de muitos projetos, ajudou a inspirar muitas pessoas e, acima de tudo, nunca olhou para trás com arrependimento.

Sem medo de ser feliz

Com tanta assertividade quando o assunto é maternidade, seria estranho se ela falasse sobre idade de forma diferente. Para Ana Paula Padrão, ter passado dos 55 não é motivo para se sentir deprimida e desanimada. Pelo contrário, se sente melhor do que aos 30, mas admite que as escolhas que fez no passado a ajudaram a ser quem é agora, tanto emocional quanto fisicamente falando. “Sei que pertenço a uma geração privilegiada de mulheres que chegaram aos 50 contribuindo ativamente com os processos sociais e recomeçando a viver de acordo com suas próprias opções pela primeira vez na história”, pontuou.

A jornalista ainda afirma que envelhecer é mais do que ganhar idade, é também um acúmulo de sabedoria. “Sociedades milenares valorizam os mais velhos por aquilo que eles têm em vez de desprezá-los pelo que deixaram de ter. Temos um longo caminho pela frente, mas, enquanto não mudamos coletivamente, decido eu aqui, individualmente. Não serei julgada pelo meu corpo, pela minha aparência, por minhas marcas. Permanecerei visível pelo que produzo”, completou.

Para você, a maternidade é uma necessidade? Qual a sua opinião, de um modo geral, sobre o assunto? Conhece alguém que optou por não ser mãe e isso nunca foi um problema? Compartilhe com a gente nos comentários!

Comentários

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Me desculpe, mas uma pessoa que faz tratamento para engravidar é pq no fundo no fundo tem o desejo de ser mãe, como o tratamento não funcionou, Inês é morta, aí vem com essa baboseira de auto afirmação feminista que dá pra ser feliz sem ter filhos. Se não queria não tivesse feito o tratamento ora bolas.

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