Ninguém pode saber mais da vida de seu filho do que você

Psicologia
há 1 ano

Recentemente ouvi uma professora do ensino fundamental dizer para a mãe de um aluno da quarta série o seguinte:

— Ele tem muito pouco conhecimento de matemática! Não conseguirá entrar em nenhuma faculdade. Após a última série, terá de escolher uma escola técnica. Ele nunca irá para a Universidade. Terá de aprender alguma profissão mais fácil.

Professores celestiais! Santos adivinhos! Ou para quem da Instância Superior eu deveria clamar? Como uma pessoa pode ter tanta coragem, eloquência e confiança em si mesma para desenhar o futuro de uma criança de 10 anos de idade? De onde veio esse inusitado dom: saber quem está em sua frente, como vai crescer este menino quieto, que desenha árvores tão maravilhosas? E por que a mãe fica parada e concorda?

Meu nome é Evgenia Gorina e quero dizer aos leitores do Incrível.club como centenas de histórias semelhantes me convenceram de uma coisa: o principal papel da mãe é amar, sentir orgulho, confiar e ajudar seu filho.

Certa manhã, meu filho Alex esqueceu seu caderno de arte em casa. Fui à escola para deixá-lo com o segurança, entrei e ouvi a diretora desafiar uma criança que tinha chegado atrasada, com um tom de voz que fez minha pele ficar toda arrepiada:


— Por que você está atrasado? Você não vê a hora que o relógio está marcando? Você não pode sair de sua casa mais cedo? Não sabe que tem de estar na hora certa nas aulas? Quem te deu permissão para se atrasar? E quem te deu permissão para vir à escola de jeans, hein? Você não tem uniforme? Você não conhece as regras? Eu posso te expulsar agora mesmo! Você não pode vir para a escola vestido assim! E você não pode se atrasar!

O menino mal conseguia se manter em pé na frente da reitora. Todas essas perguntas, feitas com aquele tom de voz assustador, não foram feitas para ouvir uma resposta, mas sim para colocar dentro da cabeça do menino algo como “aqui ninguém precisa de você, você não é importante; você é inútil, estúpido, ridículo, inapto”.

Não aguentei e, claro, intervi.

— Senhora Maria, e se você ouvir o que o jovem tem a dizer? Talvez ele tenha uma boa razão para ter chegado tarde. Quem sabe. Somos todos humanos, certo?
Eles me notaram e me reconheceram. A diretora franziu a testa e perguntou com desdém:

— E então? Você tem um motivo? Por que chegou atrasado?

O menino limpou o nariz e murmurou:

— Eu estava chegando... e caí na lama, enquanto caminhava. Eu tive de voltar e trocar de roupa. Eu não tenho outro uniforme. Minha avó me deu um jeans. Não me expulsem, por favor, minha avó vai brigar comigo.

A avó. Ela vai repreendê-lo. Santos pais, além de tudo a avó!

O filho da minha amiga era considerado um “caso difícil”. Ele tem paralisia cerebral. Mas ele é um lutador. E ainda mais lutadora e heroína é a sua mãe. Faz quatro anos que ela o leva todos os dias para todos os tipos de procedimentos: de massagens a agulhas, de terapia de calor à equitação. E, nos finais de semana, à piscina.

Ela ainda o leva para fazer tratamentos em outras cidades. Compra calçados de um ortopedista alemão. Ela trabalha e cuida dele, cuida dele e trabalha. Hoje a criança tem cinco anos de idade. Caminha sozinhoa E já consegue ler um pouco. O menino ama cachorros e abraços.

A Comissão Pedagógica que o avaliou há poucos dias para lhe dar uma bolsa de estudos para o jardim de infância com aulas gratuitas com fonoaudiólogo determinou: atraso na fala e atraso no desenvolvimento. “Você tem um filho fraco” e colocam um carimbo na capa . “Pouco desenvolvido. E dos seis objetos que eu coloquei na mesa e depois escondi, só conseguiu se lembrar e descrever quatro. Entende? Apenas quatro!”

E, em seguida, a mãe desconsolada disse que a criança tem paralisia cerebral, que ela trabalha com seu filho muito e muito seriamente, que quatro respostas corretas de seis, na opinião dela, mãe dele, é um resultado brilhante.

O professor da comissão ficou terrivelmente surpreso. Paralisia cerebral? Mas o carimbo já tinha sido colocado. O diagnóstico sobre o atraso foi inserido e você, mãe, não é uma especialista. Além disso: “Se ele tem esse tipo de problema, que vá a um cirurgião.” E o que um cirurgião tem a ver com isso? O professor parece saber.

E lá estava a minha amiga, contando-me sua história e sinceramente sofrendo: “Fiquei muito orgulhosa do meu filho, até que vieram com isso: Um atraso aqui, Um atraso ali!” Por acaso o céu desmoronou por causa disso?

Meus queridos amigos, mães de colegas de classe e amigos dos meus filhos...existem umas 100 mil histórias semelhantes às que contei aqui e elas só me convenceram de uma coisa: o principal papel da mãe é amar, sentir orgulho, confiar e ajudar. E não importa o que todos pensam e tudo mais. Absolutamente! Seu papel como mãe é amar!

Os médicos, os professores, os vizinhos, os professores do jardim de infância e, em alguns casos, até mesmo os parentes muitas vezes ficarão extremamente insatisfeitos com a criança. Eles farão diagnósticos terríveis e vão apontar sua idiotice e seus defeitos. Vão jogar na cara dela suas notas ruins, os versos não memorizados ou as bordas das folhas de caderno desenhadas e vão responsabilizar você por não estar com ela até uma hora da manhã resolvendo a tarefa, forçando-a a escrever prolixamente.

As crianças chegam em casa cansadas, mas felizes. Este exército de sábios vão tirar a criança do sério por todas as manchas em sua camiseta ou pelas calças rasgadas dizendo, com desaprovação: “Lave suas roupas de uma vez” ou “Será que é tão difícil de costurá-la?”

Mães e filhos têm uma desgraça em comum: o exército de conselheiros. Um exército que não pode ser desligado, não pode ser demitido, não pode ser reprogramado. Você não conseguirá silenciar, não vai conseguir baixar o volume e, mais importante, não se sentirá satisfeita. Nunca! Com nada. Mas você não pode deixar isso se tornar importante. Você pode não prestar atenção nessas coisas, ignorá-las como ervas daninhas na floresta. E amar a criança com toda a alma, considerá-la a melhor, encorajá-la e acreditar nela o tempo todo, sem cessar. Mesmo se ela apareceu com uma nota ruim. Mesmo que, novamente, rasgou as calças. Mesmo se adormeceu, se chegou atrasada, não estudou, foi muito preguiçosa, escreveu tudo errado e se esqueceu das tarefas, se perdeu e assim por diante: amar e pronto!

Quem é que importa? Nem a diretora, nem o professor, nem o vizinho, ninguém sabe nada sobre você, seu filho ou sua vida com ele. Os que importam são os três: a mãe, o pai e o filho. E isso não deve existir: “Estava orgulhosa dele, até que eles me disseram...”. Você é mãe. Você está orgulhosa do seu filho. Sempre. E esta é sua armadura e também a dele!

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