Judoca autista e campeão mundial enche os brasileiros de orgulho e prova que vale a pena lutar contra o preconceito

Psicologia
há 1 ano

O judoca João Vitor Silva Ferreira nasceu em Timbó, município de Santa Catarina. Portador da Síndrome do X Frágil com autismo, com apenas 22 anos já fez história ao ter se tornado o primeiro brasileiro campeão mundial de judô para pessoas com deficiência intelectual, na Alemanha.

Sua infância dolorida foi o que o tornou forte. Agora, além de fazer parte da Seleção Brasileira de Judô para Todos, João foi vencedor de diversos campeonatos em âmbito estadual e internacional, como na Itália e na Holanda.

Dessa forma, o Incrível.club decidiu compartilhar com você a história de superação e orgulho desse verdadeiro campeão. Confira só!

As complicações de seu nascimento até a infância

João nasceu prematuro, aos 8 meses, com “circular de cordão” — situação em que o cordão umbilical enrola no pescoço. Sua mãe, Adriana Ferreira, sofreu um acidente que resultou numa gravidez conturbada e um parto difícil. Dos 4 meses até 1 ano de idade, o pequeno apresentava quadros de convulsões diárias e logo foi diagnosticado com epilepsia, além de, mais tarde, apresentar refluxo gastroesofágico de grau 4.

Ao ingressar no jardim de infância, ele mostrava maneiras atípicas de comportamento: não socializava com os demais, não falava e, ao brincar, apenas engatinhava. Com 6 anos começou a falar apenas algumas palavras, porém com bastante dificuldade para ser compreendido.

A injustiça e decepção que o motivaram

Sua mãe conta que, quando o João estava na sexta série, frequentava um escola que lhe causou muito sofrimento. Frequentemente chegava em casa triste e calado mas, um dia, pelo simples fato de ter recebido um cumprimento de “bom dia”, ele já voltou da escola muito feliz.

Por outro lado, em uma determinada ocasião, o menino chegou em casa tremendo, vermelho e triste — sua professora auxiliar, pela qual ele tinha muito apego, havia lhe dito que ele não passava de um “retardado mental” e que não conseguiria nada na vida.

Como João iniciou nos esportes

João era diferente das demais crianças: ele costumava se isolar, não respondia prontamente aos estímulos e ficava a maior parte do tempo disperso. Aos 6 anos, começou a fazer natação para melhorar sua coordenação motora e respiração, e judô, que trabalha a sociabilidade, a concentração
e a disciplina.

O diagnóstico tardio

João não falava até os 8 anos de idade, e inclusive, passou pelo procedimento de retirar as amígdalas porque os médicos acreditavam que essa era a razão para ele ficar calado. Somente com 13 anos, após a realização de exames genéticos, o rapaz foi diagnosticado.

Quando uma pessoa é diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista, ela pode apresentar também outros transtornos médicos associados, e a Síndrome do X Frágil (FXS ou SXF) é a segunda mais recorrente, depois da Síndrome de Down.

Tal condição é determinada pela uma mutação no gene FMR1, localizado no cromossomo X, e se dá pela falta ou pouca produção de uma proteína que é fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso e de várias funções cerebrais.

A lei, o autista e a escola

A Lei nº 12.764 regula a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Isso faz com que os autistas passem a ser considerados oficialmente pessoas com deficiência, tendo direito a todas as políticas de inclusão do país — entre elas, as de Educação.

Essa foi uma batalha travada há muito tempo por pais de autistas. A inserção deles em todas as políticas de inclusão lhes dá direito à educação em escolas regulares, ou, em caso de necessidade, com acompanhamento especializado.

No caso do João, ele começou a receber acompanhamento de um professor auxiliar a partir da
sexta série do ensino fundamental. E, desde então, ele teve a cooperação dos estabelecimentos em que estudava.

Quando ele ingressou no ensino superior, no curso de Fisioterapia, teve bastante dificuldade porque nem os professores e nem a Universidade estavam preparados, além das provas não serem adaptadas. Atualmente, João é bolsista em uma Universidade particular por ser atleta e suas provas foram ajustadas de acordo com as suas necessidades.

As pequenas e grandes vitórias

Até os 18 anos, João não conseguia amarrar seu tênis sozinho. Agora, realiza exercícios complexos, além de trabalhar sua postura corporal e autoestima. Em 2017, participou do Campeonato Mundial para DI (deficientes intelectuais) na Alemanha, com 110 judocas de 13 países diferentes — precisou enfrentar 6 adversários para conquistar o título.

São as pequenas vitórias do dia a dia que fazem com que as grandes vitórias sejam alcançadas — e o estímulo para seguir em frente para conseguir conquistar uma vitória maior.

A grande vitória é o resultado de constantes e dedicados esforços, ou seja, a soma, o acúmulo de pequenas vitórias. Antes de ter o objetivo de vencer, determine jamais perder.

E você, vai ficar parado aí? Conte aqui nos comentários o que tem feito para vencer as pequenas e grandes barreiras da vida ??

Comentários

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Nossa, a primeira coisa q eu faria seria processar essa professora. Q absurdo!

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Eu tb n pensaria duas vezes em processar. Mas q bom q ele deu a volta por cima e hj está esse rapaz enorme e feliz! Parabéns

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Joãozinhoooooo. Maravilhoso :)
Lutador, vitorioso e o cara mais legal da Uniasselvi

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PARABENS MEU RAPAZ VC E UM CAMPEAO MUITO ESFORÇADO E VAI CHEGAR MUITO LONGE. O MUNDO Q TE SEGURE

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