Conselhos de psicólogos para consolar quem sofreu tragédias
Pouca gente realmente sabe como apoiar alguém que está passando por uma situação difícil.
Nós, do Incrível.club, recorremos aos especialistas de uma das profissões mais difíceis emocionalmente e mais responsáveis: os psicólogos para situações de emergências. Descobrimos como consolar adequadamente uma pessoa que passou por uma desgraça, como a perda de um ente querido. Este artigo não é fácil de ler, mas é importante saber.
As lágrimas são sempre boas
Normalmente, nós tendemos a confortar uma pessoa, cujo coração se partiu em mil pedaços, com um "não chore" e com alguns tranquilizantes que temos à mão.
Porém, você deve se lembrar de algo importante: chorar é uma reação natural quando uma desgraça acontece. É por isso que você precisa dar à pessoa a oportunidade de chorar tudo o que quiser, em vez de tentar acalmá-la a todo custo.
Mas se a pessoa não chorar (se, por exemplo, tiver um riso histérico, cair numa letargia, comportar-se de uma forma estranha e inadequada), provavelmente quer dizer que está no estado de negação. Não quer aceitar a tragédia, o que pode levar a consequências ainda mais lamentáveis, até mesmo ao suicídio. Aproxime-se e converse com a pessoa: faça perguntas sobre a situação. Por exemplo, no caso da perda de um ente querido, comece a falar dele. Pergunte como era essa pessoa, o que ela significava para o seu interlocutor, sobre o que conversaram a última vez que se viram. Geralmente, a pessoa não suporta e começar a chorar. E, como já mencionamos, as lágrimas são um bom sinal. Com elas vem a compreensão e aceitação da nova situação: agora sem a pessoa amada.
Não tenha medo de falar sobre o infortúnio
Continuando o ponto anterior, mesmo se a pessoa está histérica e chorando sem parar, não tenha medo de falar com ela sobre o que aconteceu, nem evite o assunto. Em primeiro lugar, é melhor dar vazão às suas emoções agora, estando com você, do que sozinha em casa. Em segundo lugar, a pessoa pode não estar pensando em mais nada no momento. Deixe-a dizer tudo o que ocupa sua mente, deixe-a desabafar: é importante dar-lhe esta oportunidade.
Pinte o futuro próximo
O próximo ponto importante é planejar com a pessoa o seu futuro depois do que aconteceu e estabelecer as suas razões para viver (porque às vezes ela pode achar que elas já não existem mais).
O que fazer depois? Por exemplo, cuidar dos filhos, manter a memória da pessoa, realizar o sonho dela (se, por exemplo, o falecido sonhava em viajar para Londres, vá no seu lugar, viva o sonho dele), dedicar-se à caridade, etc. Mais uma vez: é preciso incentivar a pessoa a continuar com sua vida.
Se for com crianças, diga sempre a verdade
Uma das situações mais complicadas é falar com as crianças. Veja a opinião dos especialistas sobre o assunto:
Sem repreensão, por favor
Sua tarefa é ouvir pacientemente a pessoa (de preferência, colocar-se na mesma altura, dar-lhe a mão ou abraçá-la), sem interrompê-la, mantendo a calma, ainda que ela tenha uma crise histérica. O mais importante é esquecer as repreensões. Mesmo se a pessoa tenha dado passos errados antes da tragédia, não a lembre disso.
Destaque os pontos fortes da pessoa
Finalmente, o pior de tudo é quando a pessoa tem a sensação de que é vítima das circunstâncias, que o destino lhe é injusto e que todos devem ter pena dela. A coisa mais lamentável é que os próprios entes queridos incentivam este sentimento, porque acreditam que é o melhor a fazer.
Em suma, lembre-se que, obviamente, você deve ajudar um amigo ou um ente querido, mas também deve integrá-lo neste processo. A superproteção mata, leva a pessoa a pensar: "se todos dizem, na verdade tudo é tão ruim que eu não posso lidar com isso". Ela então passará a acreditar e tudo realmente dará errado.
Uma pessoa em desgraça é muito suscetível. Se você lhe diz o tempo todo, "deite-se, coitadinha, você está tão mal", ela vai se sentir assim. Mas, se você semear a ideia de que ela é forte e pode suportar, então irá acreditar e se sentirá melhor.