9 Valores falsos que a sociedade moderna tenta nos impor

Na infância, você achava que, quando fosse adulto, finalmente poderia fazer tudo que quisesse. Mas ao crescer, nota que não falta gente querendo se meter em sua vida. Os pais exigem o nascimento de netos, os amigos sugerem que você abra um negócio próprio ou compre uma casa, e os fabricantes dos mais diferentes produtos insistem em te convencer de que você precisa ter um iPhone 10 ou uma saia caríssima. Quase todo mundo se acha no direito de dizer o que você precisa fazer, afinal, é o que “deve” ser feito, e “todo mundo também faz”.

O Incrível.club sabe que praticamente todo mundo já caiu nessas armadilhas psicológicas, e tratou de refletir sobre como essas imposições chegam até nós afetando nossas vidas.

1. “Uma pessoa bem-sucedida precisa ter um carro, um apartamente e o mais recente modelo de iPhone”

Na sociedade atual, a vida satisfatória é tida como aquela cheia de novos gadgets, perfumes caros e até de frigideiras antiaderentes. Ao mesmo tempo, nos é imposto um modelo de comportamento similar ao de uma criança, que precisa de um brinquedo novo agora mesmo (é exatamente essa expressão que muitas propagandas utilizam).

Não importa se, para ter um novo modelo de iPhone, a pessoa tenha de passar meses jantando apenas macarrão instantâneo, ou se seu carro do ano ficará parado na garagem por falta de dinheiro para a manutenção. O fundamental é aparentar para a sociedade que tudo vai muito bem, obrigado.

2. “Por que valemos menos que uma estrela da TV?”

Psicólogos da atualidade têm verificado a existência de um fenômeno de imitação do estilo de vida de outros grupos sociais. Em outras palavras, são as tentativas que as pessoas fazem de viver como as estrelas da TV ou os homens de negócios, que têm dinheiro suficiente para qualquer capricho.

É óbvio que uma jovem moradora de uma pequena e pobre localidade provavelmente não terá dinheiro para comprar um vestido de alta costura, para férias luxuosas na Europa ou para colocar silicone nos seios em uma clínica cara. O problema é que, inconscientemente, ela se achará pior do que as divas que vê nas capas de revista ou nos perfis do Instagram. Com o passar dos anos, é bem provável que desenvolva um complexo de inferioridade.

3. “Não consigo viver sem o Instagram”

Falando em Instagram...a questão aqui é simples: quanto mais fotos bonitas você tiver nas redes sociais, mais será considerado bem-sucedida. Pelo menos na opinião de quem não tem a sorte de viajar todo ano nem de poder pagar jantares em restaurantes caros.

Os psicólogos têm uma opinião diferente a respeito disso. Eles acreditam que aquelas pessoas que gostam de mostrar a própria vida desenvolvem características narcisistas, e os visitantes de seus perfis podem começar a sentir inveja ou até mesmo depressão ao ver aquelas fotos.

4. “Me esforço para ser a melhor mãe do mundo”

Se você não está cansada, é porque não é uma boa mãe. Muitas mulheres vivem sob esse lema após o nascimento do filho. Principalmente quando leem revistas e sites com dicas supostamente infalíveis sobre criação e educação dos pequenos.

Por outro lado, essa “mãe modelo” acaba sem tempo suficiente para si mesma. Além disso, pedagogos e psicólogos avisam que, devido à superproteção dos pais, as crianças de hoje não conseguem tomar decisões por conta própria e têm dificuldades em se concentrar nos estudos.

5. “Ser cozinheiro ou costureiro é motivo de vergonha”

Ao longo dos anos, surgiu em nossa sociedade o conceito de que, se a pessoa não tem formação superior, pertence a uma “casta inferior”, enquanto que aqueles que possuem diplomas se transformam necessariamente em excelentes especialistas, que terão as portas das melhores empresas abertas diante de si.

O resultado disso é que perdemos totalmente o respeito pelos trabalhos manuais e pelos cursos técnicos. Hoje, poucos estudantes declaram abertamente que querem trabalhar, por exemplo, como costureiros ou eletricistas, profissões que, muitas vezes, ofecerem mais oportunidades de trabalho e maior salário que algumas vagas que exigem curso superior.

6. “Quero meu primeiro milhão para já”

Muita gente não está preparada para se desenvolver na carreira e obter a reputação de um bom profissional. É muito mais fácil recorrer a um daqueles vídeos de coaching que se multiplicam na Web. Neles, dizem que a pior coisa do mundo é ‘trabalhar para os outros", recomendando que você nunca aceite um trabalho num escritório.

Por conta do desejo de alcançar o sucesso rapidamente, muitas pessoas não se dedicam ao trabalho. Pulam de emprego em emprego com a esperança de que, ao menos em algum lugar e sem fazer esforço, ganharão muito dinheiro e o reconhecimento geral. Mas, acredite: o que vale para a grande maioria de nós é a velha regra do sem esforço, sem recompensa. Se quer conquistar algo grande, talvez você tenha de se submeter a trabalhos ’menores’ e não há nada de ruim nisso.

7. “Duas horas em frente ao espelho para fazer uma maquiagem natural”

As mulheres estão hoje em dia entre a cruz e a espada. Ao mesmo tempo em que a beleza “natural” está na moda, supostamente permitindo que elas usem o mínimo de cosméticos, o mercado mostra que, para ser bela, é preciso seguir todas as tendências e dominar técnicas de maquiagem praticamente num nível profissional.

Não é de se estranhar que, nos últimos anos, cada vez mais mulheres venham lutando contra a “ditadura da maquiagem”, se orgulhando da própria beleza e deixando de passar tanto tempo em frente ao espelho.

8. “Para onde você foi este ano?”

As pessoas se sentem incômodas quando precisam responder a essa pergunta com: “A lugar nenhum”. Ou que, pela quinta vez consecutiva, passaram as férias no mesmo lugar. Ou (pior ainda) que compraram o pacote mais barato, e parcelado.

Tudo isso graças a uma “moda” que parece ter surgido espontaneamente e que promove uma espécie de competição não oficial para ver “quem visitou mais países”. Férias na Índia, um fim de semana na Argentina, treinamento empresarial em Nova York... tudo para deixar as outras pessoas impressionadas e para publicar belas fotos no Instagram.

9. “O mais importante é o seu conforto. Não se preocupe com os problemas dos outros”

Imagine que você escorregou, caiu bem no meio de uma rua movimentada e machucou o braço. Agora tente imaginar como os demais pedestres reagiriam a isso. Na melhor das hipóteses, desviariam de você. Na pior, filmariam tudo com o celular. E ainda por cima, fariam piada com quem se dispusesse a te ajudar: para que se envolver? Você está mesmo disposto a perder seu precioso tempo com alguém que nem sequer conhece?

Talvez agir assim pareça ser mais fácil e natural do que ajudar a quem precisa. A verdade é que se sentir indiferente em relação a outras pessoas parece ter se tornado uma tendência.

Você está disposto a contrariar a opinião pública? Ou adota algum dos comportamentos mencionados no post? Comente!