7 Truques de consciência que nos fazem tomar decisões equivocadas

Psicologia
há 5 anos

Os cientistas desmistificaram há muito tempo que usamos apenas 10% do nosso cérebro. De fato, mesmo quando tarefas elementares são realizadas, mais da metade está envolvida. Neste caso, o cérebro usa um quinto de toda a nossa energia. Não é de surpreender que, no processo de análise de dados, ele invente vários truques para coletar informações importantes e, com base nisso, tomar uma decisão o mais rápido possível. Mas esta decisão nem sempre é a melhor.

No Incrível.club, reunimos para você várias falhas de pensamento pelas quais, às vezes, tiramos conclusões erradas e complicamos nossas vidas, bem como conselhos sobre o que fazer para evitar essa mudança dos acontecimentos.

1. Experimento doce

Imagine uma situação: se você reviver um de seus dias mais felizes, eles lhe darão um bolo; mas se você reviver o acontecimento mais desagradável de sua vida, eles estarão dispostos a lhe dar 3 bolos. O que você escolheria?

A maioria das pessoas prefere a segunda opção. Mas o prazer de comer doces será eclipsado por lembranças desagradáveis, e essas pessoas não serão mais felizes por terem escolhido uma variante com mais bolos. Pela mesma razão, muitas pessoas não param de fumar: divertir-se aqui e agora é mais importante do que ameaças de consequências desagradáveis no futuro.

  • Dica: Quando você tomar uma decisão, tente se orientar não apenas pelos benefícios imediatos, mas também pelos que poderá obter no futuro. Comprar um vestido ou um celular de última geração recém-lançado ao preço de vários dos seus salários trará uma euforia efêmera, seguida de um mês de vida com pão e água. Você realmente precisa disso?

2. Nosso cérebro gosta de nos enganar

Nosso cérebro funciona de maneiras diferentes: podemos usar o pensamento difuso e comparar diferentes opções, mas podemos nos concentrar no objeto e ignorar todas as informações adicionais. Imagine que você decidiu comprar um novo robô de cozinha. Há um modelo com funções padrão, e há uma novidade de luxo, que pode moldar e assar croquetes e assar tortas com uma crosta crocante. Você compra o segundo modelo, mesmo que este custe o dobro, leva para casa e começa a experimentá-lo.

Acontece que você raramente faz empanadas caseiras e só pode grelhar 6-7 croquetes de cada vez. O fato é que, no modo de comparação, determinamos melhor as diferenças quantitativas e, no modo teste, as qualitativas.

  • Dica: Antes de fazer uma compra importante, proteja-se escrevendo uma lista de todas as razões pelas quais quer comprar este produto e as tarefas que precisa executar. Dessa forma, será mais fácil para você escolher a opção ideal que pode satisfazer todas as suas solicitações e, ao mesmo tempo, não terá funções que, de fato, sejam desnecessárias.

3. O caminho mais fácil

Os autores do livro Nudge. O Empurrão Para A Escolha Certa, Richard Thaler e Cass Sunstein, acreditam que as pessoas costumam tomar decisões que exigem o mínimo de esforço, mesmo que não seja rentável para elas. E as empresas usam ativamente. Por exemplo, uma vez por mês, você receberá uma mensagem sobre as renovações automáticas de assinaturas para qualquer site ou revista. Muitos deste modo estão pagando por jornais que nem sequer abrem.

Imagine: você instala um novo programa no qual pode encontrar as opções de instalação padrão ou personalizadas. Inicialmente, a opção “instalação padrão” já vem marcada e a maioria das pessoas escolhe esta opção automaticamente, sem querer fazer um clique extra e entrar em detalhes. Os criadores de software sabem disso, e baseiam-se em dois princípios: conforto e benefício. E esses valores, por padrão, geralmente influenciam nossas decisões.

  • Dica: não tome a decisão mais simples e óbvia a toda velocidade. Considere todas as alternativas e pense qual delas será mais útil a longo prazo.

4. Otimismo injustificado

Otimismo e fé em um futuro melhor, sem dúvida, são excelentes qualidades, mas às vezes nos pregam peças. Em 2017, o US Census Bureau informou que 110 milhões de pessoas nos Estados Unidos eram divorciadas ou solteiras, e esse número representa mais do que 45% de todos os americanos com mais de 18 anos de idade. Quase metade de todos os casamentos termina em divórcio, mas, no momento da cerimônia, todos têm certeza de que é para sempre. Mesmo aqueles que não estão subindo o altar pela primeira vez. Os empresários que abrem uma empresa também têm certeza de que terão sorte.

Richard Thaler e Cass Sunstein acreditam que a confiança em nossa própria invulnerabilidade e excepcionalismo faz-nos olhar em uma direção e não ver obstáculos, não procurar alternativas e não ter um “colchão de segurança”, caso as coisas não saiam de acordo com o plano

  • Dica: antes de tomar uma decisão importante, faça uma pausa e tenha uma visão realista das coisas. Não descarte a possibilidade de falha total e tente se proteger neste caso: faça um contrato de casamento, abra um pequeno depósito, invista em projetos diferentes.

5. O Pacto de Ulisses

De acordo com o antigo mito grego, Ulisses, navegando em seu navio perto da ilha das sereias, ordenou que todos cobrissem seus ouvidos, e que o amarrassem ao mastro para não morrer nas mãos das cruéis habitantes marinhas. E o plano funcionou: todos sobreviveram.

Agora, o “Pacto de Ulisses” é chamado de decisão voluntária de limitar-se de alguma forma. Tudo bem se é um mau hábito, como fumar ou comer um bolo à noite. Às vezes, a tentação pode ser mais forte do que nós e, nesse caso, é muito bom ter apoio externo. Mas, de fato, muitas pessoas se limitam voluntariamente a coisas boas e agradáveis. Por exemplo, compram uma saia mais longa, pensando que suas pernas não são bonitas o suficiente.

  • Dica: Se você acha que não tem força de vontade para tomar a decisão certa, faça algumas alterações. Inscreva-se na academia, prometa dar a uma amiga o seu melhor vestido se deixar o treinamento. Ou inscreva-se para uma conferência se tiver medo de subir ao palco. Se você não tem chance de voltar atrás, não terá escolha a não ser agir na direção certa.

6. Distorção do benefício pessoal

Um agente imobiliário está interessado em que você compre um apartamento. Um cabeleireiro quer fazer um novo penteado em você. O vendedor na loja o convence a comprar produtos que vencerão em breve. A maioria das pessoas o inclina para ações e decisões que são benéficas para elas mesmas. E não é apenas o desejo de ganhar mais dinheiro: por exemplo, seu amigo pode investir dinheiro em Bitcoins e aconselhá-lo fazer o mesmo, de modo que, se ele falhar, pelo menos não estará sozinho.

Avinash Dixit e Barry Nalebuff em seu livro The Art of Strategy (A Arte da Estratégia) contam que
as pessoas procuram usar tantos recursos quanto possível, muitas vezes em detrimento de outros. Eles citam o aquecimento global como um exemplo: se todos pensarem apenas em si mesmos,
todos sofrerão.

  • Dica: Não confie cegamente nas pessoas, mesmo que elas pareçam ter as melhores intenções. Pense em qual sua motivação pode ser. Às vezes, é até útil mostrar que você conhece o jogo deles e sinceramente perguntar sobre isso, o que mostra que não é fácil enganá-lo.

7. Síndrome do patinho

O cientista Konrad Lorenz estudou o comportamento dos gansos e descobriu que um ganso recém-nascido considera sua mãe o primeiro objeto em movimento que vê. A síndrome do patinho (em inglês chamada de imprinting — cunhagem) aplica-se a uma situação em que uma pessoa enfrenta um novo campo e considera a melhor opção a primeira coisa que encontra em seu caminho.

Muitas vezes, nosso livro ou música favorita é um dos primeiros lidos ou ouvidos na infância. O que acontece é que quando uma pessoa faz algo pela primeira vez, no cérebro se formam conexões neurais e se produz dopamina, o hormônio do prazer. O perigo desse comportamento é que consideramos que a primeira coisa é a melhor. Lembre-se de como foi difícil para seus pais mudarem de telefones com teclas para smartphones.

  • Conselho: esteja aberto a tudo o que é novo, não tenha medo de experimentar e não se apresse para tirar conclusões. Não espere por prazeres momentâneos: deixe seu cérebro analisar algo incomum e experimentar a alegria. E não se limite muito: às vezes você pode se permitir um pouco de fraqueza.

Bônus: aprecie as pessoas e os eventos que aconteçam com você

Você se lembra de sua juventude, quando ficava feliz até com batatas fritas sem condimentos e a possibilidade de comprar um vestido novo uma vez por ano? As pessoas geralmente se lembram dessa época, já que era o nível mais básico de felicidade, do qual elas começaram a construir suas vidas. Essa característica, que consiste em retornar a um nível relativamente estável de felicidade, mesmo após grandes mudanças na vida, é chamada de adaptação hedônica.

Mas, com o tempo, as pessoas se acostumam com tudo o que é corriqueiro: com seus parentes, casa e hábitos diários. E é muito importante tomar essas decisões, graças às quais ocorrem eventos inesperados, agradáveis e positivos na vida. Encontros com amigos constantemente ocupados, uma viagem emocionante, o nascimento de uma criança: uma pessoa não pode se acostumar com esses eventos, e eles apenas trazem para nossas vidas uma sensação de felicidade a longo prazo.

Qual dos truques do nosso pensamento você achou mais insidioso? Já fez algo de que se arrependeu depois? Compartilhe com a gente nos comentários.

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