7 Princípios da sociedade moderna que envenenam nossas vidas

Psicologia
há 3 anos

Embora tenhamos, como nunca na história da humanidade, um padrão de vida melhor que os dos nossos antepassados - em termos de oferta de alimentos, tratamento de doenças, etc., a depressão é um mal dos dias de hoje. Para lidar com a questão, países como os Emirados Árabes Unidos e o Butão criaram ministérios da felicidade. Na Europa e na Rússia, as autoridades avaliam seriamente em repetir essa experiência. Já no Brasil, existe o Centro de Valorização à Vida, o CVV, associação civil reconhecida como de utilidade pública. Mas o que fazer no dia a dia para ser mais feliz?

O Incrível.club decidiu selecionar algumas barreiras que nos impedem de vivermos com mais alegria.

1. A angústia de ter de escolher

A civilização moderna nos proporciona muita liberdade de escolha. Costumávamos acreditar que uma grande possibilidade de escolhas seria algo positivo, mas, paradoxalmente, a abundância causa uma grande angústia.

O sociólogo americano Barry Schwartz, em seu livro O paradoxo da Escolha, diz que a tomada de decisões diárias se torna cada vez mais complicada devido à grande quantidade de opções. A necessidade de escolher constantemente pode privar-nos de energia, tirando-nos o tempo e fazendo-nos questionar qualquer uma de nossas decisões antes de aceitá-las. Por fim, tudo isso, pode provocar irritação, estresse e até depressão severa.

O que fazer?

  • Entenda que, em sua maior parte, a escolha é uma ilusão. Quando você quebra a cabeça em um supermercado para escolher um dos 10 chocolates, pense que 8 deles provavelmente foram produzidos da mesma maneira.
  • Crie hábitos. Ao invés de provar dezenas de cremes dentais, fique com a que seja mais adequada às suas necessidades em preço, qualidade e propriedades.
  • Não questione as suas decisões tomadas. Peça para que seus familiares e amigos apoiem suas escolhas.

2. Sobrecarga de informação

O acesso à Internet nos deu alcance a quase qualquer tipo de informação, mas o problema é que a maior parte delas são dispensáveis. O fundador da Internet, Tim-Berners-Lee, em uma carta aberta, disse que, na Web, somente uma única mentira é expandida mais rapidamente do que a verdade, em função dos recursos recebidos pela quantidade de cliques. Instintivamente, damos mais atenção às notícias ruins que às boas e isso gera um grande estresse. Aliás, a informação desnecessária - seja ela positiva ou negativa - sobrecarrega nosso cérebro, o que provoca fadiga e tende a causar transtornos neurológicos.

O que fazer?

  • Não se inscreva em sites com perfis parecidos. A informação deles pode ser repetitiva e, como resultado, você gastará seu tempo vendo materiais repetidos ou muito similares.
  • Para proteger-se do spam desnecessário, evite fornecer seu email a qualquer site. Se ainda assim entrarem em contato, solicite que retirem seus dados da base de dados, fazendo referência à lei sobre não divulgação de dados pessoais.

3. Dispositivos eletrônicos

Não é necessário explicar o quanto os gadgets ou dispositivos eletrônicos simplificaram nossas vidas. Mas também sabemos que eles criam problemas, desde a deterioração da visão até a dependência grave. Aliás, os cientistas da Universidade do Texas em Austin (EUA) acreditam que o uso diário do celular piora as habilidades mentais e deprime a psique. Hoje em dia, já não imaginamos nossa vida sem um smartphone ou um computador. No lugar de usá-los para os fins previstos, escondemo-nos da vida real e social atrás desses dispositivos.

O que fazer?

  • Tente usar os dispositivos eletrônicos com menos frequência. O escritor canadense Daniel Sieberg dedicou um capítulo a esse tema em seu livro chamado Dieta digital, no qual compartilha exercícios e regras que ajudam a deixar de usar os dispositivos por inércia. Por exemplo, aconselha que o dormitório seja um lugar livre de celular e usar despertador comum.
  • Desative o som. Assim, você se distrairá menos e reduzirá a tentação de pegar o celular.
  • Mantenha a ordem de sua caixa de emails, mensagens e páginas em redes sociais.

4. Ritmo de vida frenético

Cada vez mais, vivemos uma vida frenética, com milhares de decisões para tomar, milhares de compromissos pessoais e profissionais, milhares de dietas, de programas de treinamento, etc. Mas, por outro lado, indo muito rápido, você pode ter um ataque de nervos, uma doença ou um estado de estresse constante no trabalho. Seu tempo é nossa moeda mais valiosa. Portanto, reduzimos as palavras, fazemos reunião só por negócios e ser uma pessoa multitarefa é percebida como requisito básico para o mundo profissional.

O que fazer?

  • Planeje passar de 10 a 15 minutos por dia meditando ou simplesmente contemplando uma vista. Olhe os peixes em um aquário ou uma vela acesa. Isso ajudará a reduzir a velocidade e refrescar a cabeça.
  • Tente substituir a multitarefa com um plano passo-a-passo sempre que seja possível. Os cientistas da Universidade de Stanford, nos EUA, consideram que essa opção de organizar o dia seja a mais efetiva.

5. Sociedade do consumo

O conceito de consumismo mudou drasticamente nos últimos tempos: já não reparamos nas coisas. O sociólogo e psicólogo alemão Erich Fromm estava seguro de que muitas pessoa já não vivem em pleno sentido da palavra, pois estão tratando de expandir seu mundo através da obtenção de coisas, e sua vida é reduzida à carreira para possuir algo. Assim, quando uma pessoa estuda, geralmente quer ter um diploma, não o conhecimento e a experiência. Não existe uma compreensão de como ela mesma existe neste mundo e qual o significado de seu destino.

A moda muda o tempo todo, coisas novas e ainda mais sofisticadas são lançadas diariamente, a cada hora aparecem atualizações para elas. Na busca pelo consumo, a pessoa se perde e compromete a própria capacidade de analisar adequadamente suas necessidades.

O que fazer?

  • Dê uma segunda vida às coisas usadas. Isso não só reduzirá os custos, como também ajudará a apreciar o que você tem. Conheça o movimento DIY ("faça você mesmo", pelas siglas em inglês) e inspire-se.
  • Escolha coisas que sempre estão na moda: jeans, casacos, camisas brancas, etc.
  • Anote seus gastos diários: dessa maneira, compreenderá claramente o que realmente você está precisando e o que foi comprado por impulso.

6. A obceção por estar em dia com a música e a cultura pop

A música de Mozart tem mais de 200 anos, mas é perfeita e insuperável. A música contemporânea é mais simples, costuma ser feita de modo mais prático para tornar-se um êxito para ser consumido aqui e agora. O sucesso das paradas de rádio (e do Youtube) hoje em dia não dura mais que duas semanas. Isso é um fato não só para a música: a cultura popular provoca emoções fortes e imediatas, mas é rasa como um pires.

Além disso, os padrões de beleza, os super-heróis e outros ideias da cultura moderna requerem muito da pessoa comum para poder chegar a esse ideal. O pai da piscanálise, Sigmund Freud, em seu livro O mal-estar na civilização, aponta que, se a cultura oferece imagens pouco realistas para uma pessoa, isso provoca-lhe neuroses ou faz que uma pessoa seja infeliz.

O que fazer?

  • Tenha claro que as estrelas da cultura popular são pessoas reais, com seus medos e complexos, que sem maquiagem e retoque não são melhores que nós depois de correr. Tudo o que vemos nos meios é o resultado do trabalho de um grupo de pessoas (publicitários, maquiadores, fotógrafos, etc). Por isso, não há razão para buscar esses ideais que sequer são reais.
  • Não seja refém se uma só tendência, amplie seus horizontes. Invista em tradições populares, escute rap e música clássica, olhe filmes em preto e branco e também vá à estreia do último filme da Marvel. Não se encasule, busque algo que dê prazer e motivação ao seu coração.

7. Sucesso a todo custo

Todos queremos ter sucesso, e é um desejo normal. Entretanto, na busca de nosso lugar ao sol, frequentemente perdemos nossa essência, experimentando a frustração devido às expectativas infladas e traições dos nossos sonhos por objetivos mais materialistas. O alemão Alfred Langley, professor de psicologia, já disse que o cansaço constante é um grave problema da nossa época. Para ele, as razões são a tensão constante e a orientação para um sucesso sem sentido e sem equivalência com nossos valores e objetivos.

O que fazer?

  • Encontre seu ikigai. É uma fórmula japonesa que pode ser traduzida como: "o que nos faz despertar pela manhã e desfrutar a vida". Você pode averiguar aqui como fazê-lo.
  • As metas motivam e os sonhos inspiram. Sonhe para encontrar sempre suas forças.

Vivemos em uma época melhor, todos os caminhos estão abertos para nós, e somos livres para escolher. O mais importante é não se perder entre a variedade de caminhos e encontros, e não ser refém dos hábitos que nos impedem de desfrutar a vida.

Você tem segredos para manter sua vida feliz? Compartilhe conosco nos comentários! :)

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