4 Razões pelas quais o tempo passa cada vez mais rápido com a idade

Psicologia
há 3 anos

Talvez todos tenham sentido alguma vez na vida que o tempo, durante a infância, passava lentamente e ganhou velocidade à medida em que envelhecia. E, se aos 5 anos de idade um ano parecia uma eternidade, aos 30 anos esse tempo voa quase imperceptivelmente. Do que se trata? Há alguma maneira de, digamos, fazer o tempo passar mais devagar? Bem, de certa forma, sim.

O Incrível.club vai lhe contar por que cada ano passa mais rápido e o que você deve fazer se deseja "desacelerar" sua vida.

A falta de novas experiências

Quando somos crianças, todos os dias descobrimos algo novo, aprendemos constantemente e vemos objetos e situações pela primeira vez. Com a idade, esses momentos se tornam cada vez menos frequentes, então começamos a medir o curso dos acontecimentos sem objetividade. Esse ponto de vista foi confirmado pelo neurocientista americano David Eagleman, que conduziu pesquisas mostrando diferentes imagens às pessoas.

Algumas das imagens já tinham sido vistas por esses sujeitos anteriormente, e as restantes eram completamente novas. Descobriu-se que, em termos de suas sensações subjetivas, as pessoas passavam mais tempo olhando para as novas imagens do que para as já conhecidas, embora todas as imagens fossem exibidas absolutamente com a mesma duração.

Portanto, para uma pessoa cujo cérebro está ocupado com o processamento de uma nova informação, o tempo é subjetivamente mais lento. E isso explica por que os anos da infância parecem longos e a vida adulta pareça ter curta duração. Por exemplo, algumas pessoas pensam que o ano de 1970 foi há 30 anos, mas, na verdade, já se passaram 48 anos.

Teoria dos pedaços

Essa teoria também está associada às impressões, ou seja, como nosso cérebro as interpreta de acordo com a idade. O cientista cognitivo americano Douglas Hofstadter acredita que o cérebro humano tende a reunir certas experiências em uma espécie de "pedaços" (chunks). Por exemplo, as situações cotidianas, como limpar, cozinhar e ir ao supermercado, combinam em um pedaço (ou categoria) chamado "tarefas".

Imagine que uma mãe vai passear com seu bebê. Para uma criança, trata-se de um evento cheio de novas experiências: conhece outras crianças, vê uma borboleta ou um besouro interessante, aprende a fazer coisas na areia, etc., mas, para sua mãe, trata-se de uma ocorrência muito comum; não foi a primeira nem será a última vez em sua vida que terá essas experiências.

Acontece que, durante a vida, nosso cérebro agrupa impressões em categorias bem amplas: família, trabalho, entretenimento, hobbies, esportes, etc.

Provavelmente, esta prática ajude o cérebro a otimizar a memória, mas, como resultado de eventos passados, essas impressões parecem ser fugazes.

Processos neurofisiológicos

No cérebro humano, não foi encontrada uma estrutura responsável pelo tempo. Mas, à medida que a pessoa cresce, os níveis de dopamina se reduzem, um neurotransmissor que (além de causar uma sensação de satisfação) desempenha um papel importante na atividade cognitiva. Como resultado, a capacidade de perceber o tempo varia para menos em adultos e idosos.

Isso foi confirmado pelos resultados de uma pesquisa realizada pelo psicólogo da Universidade de Virgínia, EUA, Peter Mangan. O cientista comparou a capacidade de estimar o intervalo de tempo de 3 minutos em 2 grupos de pessoas: jovens (19 a 24 anos) e idosos (60 a 80 anos). Os sujeitos tiveram de marcar mentalmente 3 minutos e dizer quando, na opinião deles, esses 3 minutos tinham acabado.

No grupo de jovens o tempo foi avaliado com uma maior precisão: para eles, os 3 minutos duraram 3 minutos e 3 segundos. Mas, de acordo com a avaliação dos idosos, esses 3 minutos se passaram em 3 minutos e 40 segundos do tempo real. Portanto, pode-se concluir que as pessoas mais velhas realmente percebem intervalos de tempo mais curtos do que realmente são.

Escala de M. Kiener

O consultor de design de uma unidade da BMW da Áustria Maximilian Kiener desenvolveu uma escala simples, a partir de uma constatação óbvia, de acordo com a qual quanto mais tempo você vive, mais curto parece ser o ano. Por exemplo, aos 5 anos, um ano significa 1/5 de sua vida, o que é bastante significativo. Já aos 50 anos de idade, apenas 1/50 e, portanto, não parece ser um grande valor.

De acordo com essa teoria, aos 76 anos, um ano de vida é percebido em termos de duração como se fossem férias tiradas depois do primeiro ano de faculdade.

Você pode retardar o tempo?

Como deu pra perceber nos parágrafos anteriores, um dos principais fatores que "aceleram" o tempo é a falta de novas experiências. É claro que nem todos podem se dar ao luxo de viajar com frequência ou de participar de entretenimentos caros, mas sempre é possível achar tempo para aprender algo sozinho, percorrer lugares por onde normalmente não passa, conhecer pessoas novas e muito mais.

Dica: não adie assuntos importantes para depois. A procrastinação pode levar à sensação de que, ao olhar para trás, gastou seu precioso tempo em vão e que a vida passou muito rápido, como se você não tivesse feito nada.

Portanto, não tenha medo de mudanças positivas, como mudar de emprego, se sempre sonhou em fazê-lo, mas não se atreveu a sair de sua zona de conforto.

Ao dominar um novo tipo de atividade de que gosta, você não apenas se sentirá mais feliz, mas também vai deixar seu relógio pessoal mais lento.

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