11 Dilemas sobre educação infantil e como lidar com eles

Psicologia
há 3 anos

Dizem que educar um filho é uma das tarefas mais difíceis da vida, sobretudo porque os pais nunca acreditam que estão suficientemente preparados. Cada criança é única, tem uma personalidade própria, interesses pessoais e um mundo de pensamentos que exigem sempre uma atualização por parte dos pais. Mas a dificuldade não está apenas no lado deles. Ser criança também não é fácil, e é por isso que o processo de criação se torna tão complexo.

No entanto, apesar de todas as dificuldades e das diferentes situações que os pais podem passar com os filhos, existem formas de melhorar o processo educacional. Hoje, o Incrível.club vai contar um pouco sobre os diferentes dilemas da infância e como lidar com eles.

1. Não cooperar com nada

A escassa ou nula colaboração de nossos filhos pode estar relacionada com a simples falta de vontade, com uma preferência por outras atividades ou pode estar relacionada com pequenas ações nossas (muitas vezes inconscientes) que influenciam a criança a se comportar dessa forma: não deixar que ela cometa erros e aprenda sozinha, ou perder a paciência com facilidade e não valorizar o esforço do filho.

Se a criança apresenta esse tipo de comportamento, tente elaborar com ela uma tabela de recompensas e uma tabela com as tarefas correspondentes. As recompensas (não precisam ser materiais) devem premiar de alguma forma a sua colaboração. O processo deve mostrar à criança que estamos conscientes de seu esforço e deve deixar claro que suas ações sempre têm consequências.

2. Os castigos não surtem efeito

Algumas crianças simplesmente não estão nem aí para os castigos, portanto esse tipo de conduta por parte dos pais pode complicar ainda mais a situação.

A falta de interesse e preocupação nas consequências de suas ações pode acontecer pela ausência de relação entre o castigo e o que o causou, ou seja, quando a ação da criança não tem relação nenhuma com o castigo imposto, o que faz com que ela simplesmente não entenda por que está sendo castigada daquela forma. É importante, quando decidirmos que o comportamento da criança precisa da nossa intervenção, que o castigo esclareça o erro para a criança. Além disso, é importante que os pais se esforcem para entender o que motivou a criança a se comportar daquela forma, para evitar que o mesmo se repita no futuro.

3. Comportamentos inapropriados ou agressivos

A violência e as agressões são totalmente inaceitáveis e devem ser eliminadas completamente da vida familiar. As crianças podem mostrar comportamentos inapropriados em relação aos pais, outros adultos ou amigos como uma forma de extravasar seus sentimentos. Quando o pequeno não tem as ferramentas necessárias para expressar o que pensa ou o que sente, ou quando não é capaz de controlar sua frustração, esse tipo de comportamento pode aparecer. Além disso, pode ser uma tentativa desesperada de chamar atenção.

Em casos assim, é importante definir e estipular uma série de regras e normas com a criança, para ela entender que esse tipo de comportamento não vai ajudá-la a alcançar o esperado. É preciso que o adulto converse e explique quais são as formas corretas de manifestar os sentimentos; além disso, é importante mostrar que a criança precisa refletir sobre o que faz, antecipando as consequências. É importante mencionar que o castigo físico nunca é o caminho, já que não podemos nos comportar de uma forma e exigir que a criança se comporte de outra. O nosso exemplo vem em primeiro lugar.

4. Desafiar constantemente os pais

As crianças tendem a testar os pais para saber até onde a corda pode esticar. Nossos filhos vão medindo até onde vai a nossa paciência e o nosso limite para entender até onde vai o seu poder. Quando nossos filhos nos colocam em situações como essas, é fundamental não ceder à pressão e não se deixar chantagear ou manipular emocionalmente.

Quando uma criança nos desafia é fundamental explicar e mostrar que determinadas ações têm consequências. É preciso conhecer os motivos que levam uma criança a se comportar assim e mostrar o que ela ganhou por se comportar dessa forma. Não se trata de eliminar a capacidade crítica dos filhos, ou de eliminar a capacidade deles de ver as coisas com os próprios olhos, mas de ensinar que tudo que fazemos deve ter um motivo razoável.

5. Muito trabalho e falta de tempo de qualidade

Em muitas famílias, tanto o pai quanto a mãe trabalham, uma situação que pode ser ainda mais complexa em se tratando de famílias monoparentais. Em casos assim, o trabalho pode se transformar em uma espécie de refúgio e pode nos absorver por diversos motivos, mas a grande questão é que essas situações podem afetar e prejudicar a relação que temos com nossos filhos. Muitos pais se sentem culpados por não passar muito tempo com os filhos, mas aqui o importante é que o tempo que passamos com as crianças seja de qualidade.

Situações como essas podem ser emocionalmente cansativas para as duas partes. No entanto, é possível criar tempo de qualidade se:

  • Durante o tempo que passamos juntos nos entregamos completamente ao que estamos fazendo com nossos filhos.

  • Sempre realizamos as refeições juntos.

  • Conseguirmos transformar os momentos em que estamos juntos em momentos especiais.

6. A refeição é uma luta diária

Se para nós, adultos, é muito irritante comer determinados alimentos que não nos agradam, para uma criança é ainda pior. Sabemos que é necessário fazer refeições ricas em vitaminas e outros componentes fundamentais para o desenvolvimento da criança, mas obrigá-la a comer é um grande erro.

Quando tínhamos a idade dos nossos filhos também não gostávamos de algumas coisas, e nossos pais podiam decorar o prato da maneira que fosse que não mudávamos de ideia. O mesmo acontece com nossos filhos. Eles estão descobrindo sabores e texturas, e nem tudo é agradável. Contudo, obrigar uma criança a comer pode prejudicar a relação e criar uma tensão que sempre será associada à refeição, piorando ainda mais o quadro geral. Peça que a criança experimente novos pratos, mas não a obrigue a comer.

7. Não escutar

É natural querer que a criança nos escute e preste atenção no que temos para dizer, mas às vezes parece que estamos falando sozinhos. Em primeiro lugar, é importante lembrar que por mais que queiramos explicar e falar sobre as nossas experiências para evitar que ela passe pelos mesmos problemas, é fundamental deixar que a criança viva o seu próprio caminho. Uma criança deve aprender com os próprios erros.

Existem alguns aspectos que sempre devemos considerar, como o tom de voz, as palavras que usamos, os gestos que fazemos ou mesmo os exemplos que damos. Um tom de voz adequado, palavras claras, uma linguagem concisa e um bom exemplo é a melhor forma de fazer o nosso filho nos escutar.

8. A hora de dormir é um desafio

Conseguir que as crianças durmam na própria cama a noite toda é um grande desafio para muitos pais.

Infelizmente, não existe uma fórmula secreta que funciona sempre, mas há uma série de coisas que podemos fazer para transformar a hora de dormir em um momento mais agradável:

  • Estabelecer uma rotina: é importante fixar um horário para dormir. Podemos ler uma história, cantar uma música ou simplesmente abraçar a criança até a hora de dar boa noite.

  • Evitar os estímulos: é melhor desligar as telas de computador, celulares tablets e televisão antes da hora de dormir.

  • Criar um ambiente adequado para o sono: um espaço tranquilo onde a criança se sinta confortável e segura.

  • Falar com a criança sobre seus medos: se seu filho tem um pesadelo recorrente ou um medo que não o deixa dormir, fale com ele, converse sobre os motivos e procure tentar racionalizar o medo, sem invalidar os sentimentos da criança.

9. O uso da tecnologia

O uso da tecnologia por parte das crianças é um dos maiores dilemas hoje em dia. Cada família tem suas próprias regras e normas, mas é importante saber que a tecnologia tem suas vantagens e suas desvantagens.

A tecnologia proporciona às crianças (sempre sob a supervisão e o controle dos pais) um mundo de informação, conhecimento e diversão. Elas podem fazer perguntas sobre qualquer tema e podem ver vídeos educativos que além de ensinar, entretêm. No entanto, como a maioria das coisas, tudo em excesso é ruim. Ou seja, é importante estipular limites de tempo em função da idade. E claro, é importante verificar o tipo de acesso que a criança tem, pensando, sobretudo, em tudo que podemos encontrar na internet. Além disso, vale a pena mencionar que as atividades ao ar livre não devem ser substituídas. O segredo está em tentar encontrar um equilíbrio saudável.

10. Constantes interrupções

As crianças são impacientes e têm pressa na hora de falar e na hora de tirar dúvidas. Contudo, muitas vezes a ansiedade de obter respostas e de contar algo superimportante acaba fazendo com elas nos interrompam.

As crianças precisam treinar a paciência e precisam entender que nem sempre terão aquilo que desejam na hora. Isso exige um trabalho longo por parte dos pais. Ensinar um filho a esperar a vez de falar não é fácil, mas não é impossível.

11. Bullying ou comportamento ofensivo com outras crianças

Essa conduta deve ser trabalhada e eliminada imediatamente porque pode causar um grande mal-estar em outras famílias. Se percebermos que nossos filhos têm esse tipo de comportamento, é importante fazê-los entender que os outros também têm sentimentos; ou seja, trabalhar a empatia e ensinar o filho a se colocar no lugar do outro. Além disso, é importante descobrir se a criança não presenciou esse tipo de comportamento. Se isso de fato aconteceu, é importante que não se repita.

Que outros dilemas relacionados com a educação infantil você conhece? E como lida com esses tipos de situações?

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