Por que esta mulher chocou os médicos ao decidir tirar os seios

Mulher
há 9 meses

Em 2021, Stephanie Germino passou por uma cirurgia para retirar ambos os seios. O motivo? Prevenir o aparecimento do câncer de mama, já que ela possui uma predisposição genética para desenvolver essa doença. Porém, ela não se deixou abalar e usa sua experiência para conscientizar outras pessoas sobre o problema, que é um dos tipos de câncer mais comuns do mundo. E neste artigo, contamos essa história inspiradora para você. Confira!

O exame que mudou tudo

Quando Stephanie Germino, que mora na Flórida, recebeu a notícia de que ela tinha uma mutação no gene BRCA1, a vida dela mudou. Nesse momento, ela tomou a decisão de fazer uma dupla mastectomia, aos 27 anos, para prevenir o desenvolvimento do câncer de mama. Isto é, a retirada total do tecido dos dois seios. Isso aconteceu porque, devido a esse problema, ela tem mais chances que o normal de desenvolver a doença que ela viu sua avó lutar contra duas vezes na vida.

A mutação que Stephanie possui, e que também foi identificada na sua avó materna e mãe, faz com que ela tenha entre 50% e 72% de chances de desenvolver o câncer de mama até os 70 anos. Porém, devido a outros fatores, ela tem ainda mais probabilidade de desenvolver a doença, chegando até os 87%. “Eu sabia desde meus 15 anos que podia carregar essa mutação, porque minha mãe a tem. Ela fez uma mastectomia dupla como prevenção aos 40 anos”, disse ela em uma entrevista, ao revelar que a notícia não foi exatamente uma surpresa.

Uma decisão nem tão difícil

Devido a isso, ela resolveu seguir os passos da mãe e se submeter a cirurgia de retirada dos seios, aos 28 anos. “Eu não ia esperar alguma coisa realmente acontecer comigo antes de fazer algo para evitar. Eu não queria correr o risco”, revelou. Porém, ao contrário da mãe, ela resolveu não passar por uma segunda operação, dessa vez para reconstruir os seios e optou por seguir a vida sem implantes.

“Eu fiquei um pouco ansiosa uma semana antes da cirurgia, mas acho que tive tempo o suficiente para processar as possibilidades e a real situação”, comentou ela. Stephanie ainda revelou que acha que seus seios já tinham “cumprido seu propósito” após amamentar seu filho, quando ele era pequeno. Por isso, após conversar com sua noiva, Diana, ela resolveu enfrentar a situação de cabeça erguida.

Sobre a decisão de não fazer a reconstrução após a mastectomia, Stephanie disse que sua escolha foi baseada em três pontos. Primeiro, “a doença do silicone é uma coisa real e várias pessoas que eu conheço sofreram com isso, e esse não era um risco que eu queria tomar”, comentou e continuou dizendo: “Segundo, fazer a manutenção dos implantes a cada 10 anos significa mais cirurgias desnecessárias”. O terceiro motivo foi que ela não gostava de como os implantes ficariam, já que não teria o tecido natural do seio ao redor.

O apoio para passar pela tempestade

Em meio a essa decisão e todas as mudanças que ela traria, Stephanie contou com o apoio da sua família e da sua noiva, Diana, que esteve com ela durante todo o processo e foi sua principal cuidadora, após ela receber alta do hospital. “Não tive nada além de suporte da minha família, mesmo que eles tivessem outras opiniões sobre a escolha de ficar ’reta’”, disse ela.

Porém, nem todo mundo foi tão compreensivo e até a equipe médica tentou fazê-la mudar de ideia. “Um cirurgião me disse que eu iria me arrepender”, revelou. Porém, ela não deu ouvido às críticas e foi para a cirurgia mesmo assim. “Para mim, a recuperação não foi tão ruim”, comentou Stephanie e ainda adicionou: “Eu me sentia dolorida, mas de bom humor”.

Se sentindo mais confiante

Após se recuperar da cirurgia, Stephanie diz que se sente mais feminina e confiante. “Eu ganhei limões e estou fazendo uma limonada. Estou aqui, estou viva, estou prosperando e ajudando outras pessoas no processo. O que mais alguém posso pedir?”, disse. “Estou 100% mais confiante com o meu corpo agora do que antes da cirurgia, já que eu nunca amei os meios seios”, falou ela em entrevista e ainda completou dizendo que “eles [os seios] não eram minha única fonte de feminilidade”.

Mesmo levando algum tempo para se acostumar com a nova realidade, a mastectomia trouxe coisas boas para Stephanie, como a possibilidade de livrar dos sutiãs. Segundo ela, “eu absolutamente amo o fato de que nunca mais vou precisar usar sutiãs” e “levou um minuto para eu me livrar do meu sutiã”. Atualmente, ela diz que apenas usa tops de esporte durante o dia. “É fofo, me serve e eu até questionei se devia continuar com eles, o que eu fiz, como uma lembrança de coisas melhores”.

A importância de conscientizar as pessoas

Atualmente, Stephanie está recuperada da cirurgia e mantém perfis no Instagram e no TikTok, além de usar suas redes sociais para conscientizar as pessoas sobre a mastectomia e a importância de diagnosticar a predisposição ao câncer de mama precocemente. E mesmo recebendo alguns comentários negativos, ela não se arrepende da sua decisão ou se deixa abalar. “Muitas pessoas dizem que eu estou fazendo isso para ganhar atenção e eu estou mesmo, essa é a minha missão”, revelou.

Sobre isso, Stephanie ainda comentou que “infelizmente, vivemos em uma sociedade que coloca muita ênfase em como as pessoas se parecem. Eu quero que as mulheres se aceitem como são, quer seja com implantes [nos seios] ou não”. E ela também disse algo para pessoas que estão passando pelo mesmo que ela: “Você não está sozinha. Apenas entenda que, independentemente do que você escolher fazer com o próprio corpo, é para você e é importante que siga sua escolha” e “olhe para o seu corpo e o ame por ele estar com você durante o seu pior momento”.

Por que precisamos falar sobre o câncer de mama?

Ao compartilhar sua história para o mundo, Stephanie vem ajudando a conscientizar milhares de pessoas sobre a importância de se falar sobre o câncer de mama. Aliás, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, o Inca, esse é o segundo tipo mais comum em mulheres brasileiras, ficando atrás apenas do câncer de pele. A OMS, Organização Mundial de Saúde, diz que, em 2020, mais de 2 milhões de mulheres foram diagnosticadas com essa doença em todo o mundo.

Por esse motivo, é crucial que todas façam o autoexame e fiquem atentos aos sintomas, que costumam ser: aparecimento de nódulos ou alterações na forma, ou tamanho dos seios, vermelhidão na pele e dor, entre outros. Caso sinta qualquer um desses, é importante procurar um médico, pois o diagnóstico precoce pode aumentar as chances de cura em até 90%.

Histórias de superação como essa sempre nos deixam com o coração quentinho. Outro exemplo é o caso de Turia Pitt, que encontrou forças no amor verdadeiro para garantir sua felicidade após sofrer um acidente grave.

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