Por respeito aos animais, circo decide usar hologramas no lugar dos bichos de verdade

Quando remontamos as atrações circenses na memória, é natural que recordemos de leões enjaulados, tigres atravessando círculos de fogo, ou até mesmo elefantes se equilibrando em bolas ínfimas se comparadas ao seu tamanho. Contudo, é realmente imensurável o preço que os animais podem pagar em prol da diversão dos telespectadores, pois, infelizmente, os maus-tratos em âmbitos que os utilizam como meio de entretenimento podem ser recorrentes, como é retratado em diversos noticiários não só no Brasil, como no mundo; ainda que aqui exista uma lei federal acerca da proibição do uso indevido da fauna silvestre.

No entanto, o circo alemão Roncalli, com um meio esplêndido e inovador, mostrou ao mundo como é possível manter a tradição dos circos sem precisar recorrer à crueldade animal, trocando-os por projeções holográficas tão belas quanto os bichos de verdade.

Nós do Incrível.club resolvemos, então, contar essa admirável história que é um exemplo sobre como as coisas podem ser adaptáveis sem perder a grandiosidade, ou como, nesse caso, continuar sendo um espetáculo.

Pioneiro nessa modalidade, o Circus Roncalli, fundado em 1976, como inúmeros circos ao redor do mundo, também utilizava animais adestrados em suas performances. Porém, a partir dos anos 1990, as criaturas que participavam do espetáculo foram sendo retiradas gradualmente até que não participassem mais.

Em 2018, portanto, os animais reais deixaram de compor de vez os palcos e deram lugar a uma inovação tecnológica que além de revolucionar a arte circense e encantar os espectadores, tinha uma premissa ainda maior: deixar que os animais silvestres prosperem em seus habitats naturais, renegando os maus-tratos cometidos contra esses seres para fins de entretenimento humano.

Com 11 projetores estrategicamente divididos em uma tenda que possui cerca de 32 metros, o Roncalli traz à vida os mais exóticos e exuberantes animais do planeta, de forma a criar uma experiência única e fascinante para quem os assiste, servindo-se da tecnologia que, além de estar ao nosso favor, é capaz de ser encantadora.

É inegável que o investimento tenha sido alto para realizar o projeto, porém, Bernhard Paul, o dono e criador do Circus garante que valeu a pena. Os animais em 3D são vistos a 360 graus, contemplando todos os espectadores que estão presentes no local de apresentação. No mais, o espetáculo futurístico comporta cenas que só são possíveis graças às projeções holográficas, coisas como peixes gigantes, elefantes realizando acrobacias, cavalos de “pixels” e até um balão de ar quente que sai do plano imaginário diretamente para os palcos.

Não obstante, ainda que haja grandes espetáculos em ascenção, tal como o Roncalli, com o advento de mídias populares, como os celulares, internet, cinema, etc, é fato que os circos tenham ficado quase obsoletos, sobretudo pelo maior conhecimento a respeito dos maus-tratos que os animais sofrem por trás dos treinamentos que a vida circense requer. Pelo mesmo motivo, muitos governos estão proibindo o uso deles nas apresentações; no Brasil, alguns estados já sancionaram leis, como é o caso de Santa Catarina. Tanto os defensores dos direitos dos animais, quanto os próprios, temos certeza, agradecem pela proposta inovadora e reflexiva.

Da mesma forma, a combinação entre o fascínio do público e as projeções holográficas expõem bem como podemos moldar as nossas tradições de acordo com o passar do tempo.

A iniciativa do Circus Roncalli, sem dúvidas, é um perfeito exemplo a ser inspirado por circos de todo o mundo; a decisão foi muito bem acatada e recebida pelo grande público.

E você? O que você achou desse projeto? Conte-nos na seção de comentários.