“Encontro de ex-alunos? Não vou!” (a história comovente sobre como a vida da garota mais bonita da universidade mudou)

há 3 anos

Algumas pessoas gostam de participar de todos os encontros de ex-alunos. Já outras preferem evitar a companhia de ex-colegas de turma por um bom motivo. E é sobre essa questão que o jornalista e roteirista Aleksey Belyakov escreveu um pequeno conto. Acreditamos que muitos dos nossos leitores se identificarão com ele.

A equipe do Incrível.club leu o texto com muito interesse e está feliz em poder compartilhá-lo com você. Acompanhe.

E então chegou o momento em que todos nós decidimos nos reencontrar. O motivo é ótimo: 30 anos de formatura da universidade...marcamos a comemoração para o final de maio, escolhemos um restaurante e nos lembramos da nossa ex-colega Olga. Por onde anda aquela garota astuta, uma beldade esbelta que vestia blusas sedutoramente justas? Ela provavelmente se casou com um homem rico há muito tempo e se mudou para o exterior.

Não encontramos a Olga nas redes sociais. A última vez que alguém falou com ela foi cerca de 15 anos atrás, quando deu de cara com ela na rua. Sabemos apenas que tem uma filha adulta.

Todos juntos dizemos: “Precisamos encontrar a Olga! E vamos deixar o Alexandre cuidar disso, pois esses dois tiveram um romance!”

Sorrio: “Sim, tivemos”. No terceiro ano. E não durou muito.

Naquela época, sim, me sentia extremamente lisonjeado. Eu era um garoto magro e tímido, e uma das garotas mais bonitas da universidade me deu atenção. Eu me apaixonei como um louco, seguia a Olga por todo o lado e levei-a duas vezes ao teatro. Já ela, beijando-me na porta de sua casa, dizia sorrindo: “Só não conte para ninguém sobre a gente! É um segredo, certo?”

Mas todos sabiam sobre o nosso “segredo”.

A Olga gostava de caras fortes, então comecei a treinar com halteres.

Só que a nossa jornada juntos foi curta. É engraçado, mas agora não me lembro do porquê e de como isso aconteceu. Nós não brigamos. Simplesmente chegou um dia em que tudo acabou. Mas, pelo menos, fiquei com os halteres.

Com tristeza e carinho, lembro-me muitas vezes da Olga e, às vezes, olho para as fotos que tirei dela durante o nosso relacionamento: ela de minissaia na frente da universidade, rindo de algo. A Olga era uma garota incrível. É uma pena que não conversamos mais. E é por isso que fico feliz com a “missão” de encontrá-la.

Encontrar um número de telefone não é um problema em uma cidade grande. Descubro que a Olga não se mudou, como temíamos.

Ligo para ela à noite.

— Oi, Olga! Você vai ficar surpresa, mas quem está falando é seu antigo admirador que...

— Alê, é você? — a Olga dá risada. — Eu te reconheci dos primeiros segundos, você acredita?

Sua voz, provocadora e sensual, como se fosse logo depois de acordar, quase não mudou.

Conto para ela sobre o encontro. Digo que todos estão muito ansiosos e que só falta a resposta dela. Espero uma exclamação de alegria: “Ótimo! Também estou ansiosa para ver todos vocês!”, mas...

A Olga fica em silêncio por um tempo e depois diz: “Sabe, eu não vou. Obrigada por se lembrarem de mim”. Confuso, pergunto o porquê. E a inteligente Olga se abre para mim, como se estivesse falando com um velho amigo.

A Olga já tem 50 anos. Ela engordou. Daquela garota esbelta de minissaia, pela qual babavam todos os garotos, não sobrou nada. Agora ela sofre de hipertensão e diabetes. A Olga tem um trabalho monótono que envolve um monte de papelada e ocupa um cargo que está longe de ser motivo de orgulho. Mora sozinha em um pequeno apartamento há muito tempo. Ela tinha um apartamento grande, mas seu segundo marido revelou ser um sem-vergonha astuto e se apropriou do imóvel. Por outro lado, ela tem um neto, Nico, um lindo menino de 4 anos. E agora ele é a coisa mais importante da vida dela.

— É que sou mulher — comenta a Olga. — No passado, eu era linda e tinha uma fila de pretendentes. Para ir a um encontro desses é preciso ser capaz de encantar todos com seu brilho e mostrar que você continua sendo maravilhosa até hoje. É importante para uma mulher. Mas o meu brilho se apagou. Então escolho continuar encantando o meu Nico. Isso é suficiente para mim. Além disso, para você, prefiro seguir sendo a mesma garota das fotos.

— Você tem toda a razão — digo a ela. E acrescento: quer saber, eu também não vou. Nada pode ser desfeito. E o que fazer lá? Ficar escutando os nossos ex-colegas reclamando de suas doenças e problemas financeiros? Para quê? Com certeza, não vou! Conversar nas redes sociais é mais do que suficiente.

— Só não conte para ninguém que me achou! Certo? É o nosso último segredo — responde ela, rindo.

Você já participou de um encontro de ex-colegas? Como foi?

Imagem de capa unsplash.com

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados