Mãe inglesa com Alzheimer recupera a memória com dieta criada pelo filho

Saúde
há 1 ano

Um diagnóstico de Alzheimer é devastador para qualquer família. E não foi diferente para Mark Hatzer, um advogado inglês que viu sua mãe, Sylvia, não mais reconhecê-lo por causa da doença. Mark pesquisou muito sobre o assunto e teve a intuição de que uma mudança radical na dieta dela poderia ser uma esperança. E os resultados foram muito animadores!

Incrível.com conta a história da luta de Mark e Sylvia contra o Alzheimer, dá as dicas de alimentação que a ajudaram a recuperar a memória e diz o que a ciência tem descoberto sobre a relação entre alimentação e saúde do cérebro.

A história de Mark e Sylvia

A inglesa Sylvia Hatzer foi diagnosticada com Alzheimer em 2016, quando estava com 80 anos, e seu quadro agravou-se muito rapidamente no ano seguinte. Em pouco tempo, ela já não reconhecia o filho, o advogado Mark Hatzer. Em um hospital onde esteve internada, Sylvia chegou a ligar para a polícia dizendo que havia sido raptada. Em outra ocasião, aos gritos, reclamou com a equipe que cuidava dela que aquele era o pior hotel onde jamais estivera hospedada.

Mark estava à beira de um colapso, dormindo 3 horas por noite e buscando todo o tipo de informação sobre a doença de Alzheimer, como contou em um depoimento à Associação de Alzheimer do Reino Unido. A gota d’água para ele foi quando a enfermeira-chefe do hospital sugeriu que Sylvia fosse internada definitivamente numa instituição para doentes mentais.

Como sempre foi muito ligado à mãe (perdeu o pai e o único irmão muito cedo), Mark decidiu lutar contra o Alzheimer usando a arma que parecia restar: uma mudança radical na alimentação de Sylvia.

A dieta anti-Alzheimer de Sylvia Hatzer

Depois de muitas leituras, e de conversar com diversos especialistas, Mark elaborou uma dieta de cuidados alimentares com base nas suas observações.

Privilegiou os seguintes alimentos:

  • frutas vermelhas, especialmente o mirtilo, e também a amora e o morango
  • folhas verdes escuras, como espinafre, brócolis e couve
  • oleaginosas como nozes e castanhas-do-Pará
  • vegetais que crescem debaixo da terra, como batata-doce, cenoura e nabo-da-suécia (planta tuberosa pouco comum no Brasil)
  • peixes
  • aveia
  • chá verde
  • chocolate amargo

Cortou radicalmente os seguintes itens:

  • açúcar refinado e bebidas açucaradas (refrigerantes, sucos industriais etc.)
  • frituras e fast food (hambúrgueres, hot dogs e comida de lanchonete em geral)
  • biscoitos, rosquinhas, bolos e doces

Os resultados foram animadores, segundo Mark

Mark Hatzer contou em seu depoimento que a melhora de Sylvia com a adoção da nova dieta foi lenta, levou alguns meses, mas aconteceu. “Pouco a pouco, dia a dia, conseguimos mudar as coisas. Trabalhamos juntos com a equipe de tratamento e elaboramos um plano de ação, com a dieta e exercícios físicos e cognitivos suaves”.

Ele concluiu: “Lentamente, tive minha mãe de volta. Sua memória tem melhorado a cada dia. Ela está mais alerta e engajada. É basicamente a mesma pessoa de antes. Sou muito grato por isso e por todos que nos ajudaram”.

O que a ciência diz sobre alimentação e saúde do cérebro

Uma alimentação rica em frutas silvestres vermelhas — especialmente o mirtilo — é realmente benéfica ao cérebro. Em 2008, uma pesquisa da Universidade de Reading, na Inglaterra, já apontava o mirtilo como amigo da saúde mental.

Os flavonoides encontrados nestas frutas têm um impacto positivo sobre a memória. Segundo os cientistas, novos estudos deveriam ser feitos para comprovar se elas também poderiam ajudar a quem sofreu perdas causadas pelo Alzheimer ou outras doenças que levam a danos cognitivos.

Além do uso abundante das frutas vermelhas, os cuidados alimentares tomados por Mark têm muito a ver com a dieta mediterrânea, comum em países como Grécia e Espanha. No dia a dia, estes povos privilegiam peixes, grãos, tubérculos, azeite de oliva e alimentos integrais de maneira geral, banindo produtos industrializados.

Um estudo recente da Academia Americana de Neurologia conseguiu mostrar que a dieta mediterrânea ajuda a combater o envelhecimento do cérebro. O próximo passo é investigar se este tipo de alimentação, como um todo, protege a memória, ou se dentro dela há nutrientes específicos que beneficiam a saúde cerebral.

De 2008 até agora, porém, a medicina não encontrou evidências sobre exatamente como uma mudança de alimentação pode reduzir um quadro de demência. Mas o doutor Doug Brown, chefe dos pesquisadores da Associação de Alzheimer do Reino Unido, só vê vantagens em seguir as recomendações de Mark e Sylvia Hatzer, principalmente de maneira preventiva.

“Ter uma dieta saudável e balanceada pode reduzir o risco de infarto, de câncer, de derrame. Então, é equivalente dizer que comer de forma saudável é uma grande maneira de tratar da saúde do seu cérebro também”, disse Doug Brown.

Você acredita que uma alimentação balanceada pode ajudar a amenizar um quadro de Alzheimer? Tem alguma história parecida para compartilhar? Conte para nós nos comentários!

Comentários

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Tenho um familiar assim

Só o porbelema é não come verduras... De maneira alguma

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Meu pai nasceu em 31/12/1924, bebe uma garrafa de vinho, quase todos os dias, ADOOOORA carne de porco, torresmo, rabada, mocotó, feijão"sujo", costelinha de porco, empada, doce, chocolate e uma cachacinha que ninguém é de ferro...e tem uma excelente memória, estuda inglês, italiano e espanhol. Não tem colesterol, diabetes nem problemas cardíacos, bem...e aí? Alimentos ou genética...ou sorte?

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