10 Curiosidades pouco conhecidas sobre a história do futebol feminino no Brasil

Histórias
há 4 anos

futebol é capaz de carregar massas, unir povos, ultrapassar barreiras culturais e regionais e é, sem dúvida, um dos esportes mais amados pelos brasileiros. Muitas das atletas nacionais nesta modalidade conquistaram feitos históricos, como é o caso de Marta, eleita a melhor jogadora do mundo por cinco vezes consecutivas.

O fato é que o futebol feminino no Brasil, embora não seja uma novidade, aos poucos vem ganhando visibilidade e se popularizando no país, ainda que seja inegável que a carência de apoio, tanto dos dirigentes e da imprensa quanto da torcida e dos patrocinadores, contribua para a falta de reconhecimento das mulheres no esporte.

Inspirado pela Copa do Mundo realizada na França, encerrada em 7 de julho, o Incrível.club preparou uma série de curiosidades e grandes feitos que giram em torno da história do futebol feminino no Brasil (e também nos campeonatos mundiais) e que são capazes de impressionar e emocionar. Confira abaixo!

1. As pioneiras do futebol feminino brasileiro que desafiaram a lei que as proibia de jogar

Ao final dos anos 70, um grupo de mulheres bravas e destemidas chamava a atenção ao se apresentar publicamente num raro time feminino de futebol durante um período em que elas eram desencoradajas — para não dizer proibidas — por lei de praticar o esporte no Brasil. Combatendo preconceitos e desafiando normas, as integrantes da primeira equipe de mulheres do Araguari Atlético Clube (retratadas na fotografia acima) são consideradas as pioneiras do futebol feminino brasileiro, e foram, portanto, as que deram o primeiro passo e abriram caminho para as nossas grandes futebolistas, como Marta, Formiga, Cristiane e tantas outras brilharem mundo afora.

2. A primeira árbitra do Brasil e do mundo

Asaléa de Campos Fornero Medina, ou Léa Campos, como é comumente conhecida, foi a primeira árbitra de futebol profissional não só do Brasil, mas do mundo, reconhecida pela FIFA. Nascida em Minas Gerais em 1945, tinha o amor pelo esporte ainda garota. Porém, foi após a graduação em Educação física que fez o curso da Escola de Árbitros do Departamento de Futebol Amador da Federação Mineira de Futebol.

Entre trancos e barrancos, a jovem menina sonhadora que havia sido proibida de se formar pelo presidente da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF), percorreu duros 4 anos de intransigência durante a ditadura do Brasil, até por fim visitar o presidente na época, Emílio Garrastazu Médici, e ter a aprovação dele. Para isso, conseguiu uma carta que autorizava sua diplomação, escrita pelo próprio chefe do executivo brasileiro. Após passar por todos os empecilhos, e de combater o preconceito e a hegemonia masculina que girava em torno da profissão, começou a exercer a profissão de árbitra, tornando-se a primeira do Brasil e do mundo.

3. Seis vezes Marta: recordista como a melhor jogadora de futebol do mundo

Marta é uma das jogadoras de futebol mais populares do mundo. Digna de toda a sua fama, a alagoana de 33 anos começou sua carreira no Vasco da Gama, aos 14 anos. Durante sua carreira, foi eleita a melhor jogadora de futebol do mundo seis vezes pela FIFA, sendo 5 delas consecutivas (um recorde entre homens e mulheres). Além do mais, é a maior artilheira da história da seleção brasileira, com 118 gols. A atleta, que dividia o posto de maior artilheira da história das Copas do Mundo ao lado do alemão Miroslav Klose, ultrapassou o atacante ao marcar seu 17º gol, no mundial da França,

4. Formiga: a única jogadora que já disputou sete Copas do Mundo de Futebol

Miraildes Maciel Mota, a baiana Formiga, nasceu em 1978. Com sete Copas do Mundo de Futebol disputadas, é a jogadora com o maior número de jogos pela seleção brasileira, independentemente de gênero, segundo a Confederação Brasileira de Futebol. É, ainda, a única futebolista a ter participado de 6 edições dos Jogos Olímpicos. Na última partida que disputou pela seleção, há poucos dias na Copa do Mundo da França, a incansável volante se despediu dos mundiais.

5. Cristiane: a maior artilheira da história do futebol em Jogos Olímpicos

Nascida em São Paulo, com 34 anos, Cristiane Rozeira de Souza Silva, a Cristiane, deu o pontapé inicial de sua carreira em pequenos clubes paulistas. Depois, a atacante atuou em times alemães e hoje joga no São Paulo F.C. Tornou-se a maior artilheira do futebol feminino dos Jogos Olímpicos em 2012, e 4 anos depois, em 2016, consagrou-se como a maior artilheira da história das Olimpíadas — entre homens e mulheres — com a marca de 16 gols na competição.

6. A entrada em campo da maior artilheira em Copas do Mundo

Em uma das partidas da Copa do Mundo deste ano, além de jogar maquiada (o que não é costumeiro), a nossa grande recordista Marta também entrou em campo utilizando chuteiras sem patrocínio, estampadas com a bandeira da igualdade de gêneros em protesto contra a desigualdade salarial no esporte entre homens e mulheres. Da mesma forma, foi a primeira atleta da história a posar para a capa da Revista Vogue, conforme a fotografia postada em suas redes sociais:

7. Além de todos os recordes das atletas brasileiras da Copa do Mundo de 2019, ainda outro foi quebrado: o de audiência

Vários recordes foram quebrados no Brasil durante a Copa do Mundo de Futebol Feminino deste ano. O marco de maior audiência televisiva ainda era dos Estados Unidos, durante a final da Copa de 2015, quando a seleção americana sagrou-se campeã e 25,6 milhões de pessoas assistiram à partida final contra as japonesas nos Estados Unidos. Contudo, os brasileiros quebraram este recorde no dia 23 de junho de 2019, quando 35,2 milhões de pessoas sintonizaram suas televisões para assistir ao decisivo confronto contra as francesas, no qual o Brasil foi eliminado nas oitavas de final.

8. 2007, o ano em que o Brasil mais se aproximou do título mundial, e nossas atletas deixaram uma mensagem para o país

Em 2007, a seleção brasileira feminina chegou à final da Copa do Mundo da China. A partida terminou 2 a 0 para a Alemanha. Com a medalha de prata em seus pescoços, as jogadoras Daiane e Michelle levaram mostraram ao mundo a mensagem que tinham para o país: “Brasil, precisamos de apoio”. As atletas receavam que, com a perda do título, o país as esquecesse. Aquela foi a vez em que o Brasil esteve mais perto do título mundial.

9. Por falar em mensagem... O desabafo de Marta após a eliminação na Copa deste ano

Logo após a eliminação do Brasil da Copa do Mundo da França, Marta desabafou, pedindo a valorização ao esporte. Muito emocionada, disse: “Eu queria estar sorrindo aqui, ou até chorando de alegria... a gente tem que chorar no começo para sorrir no fim (...) Não vai ter uma Formiga para sempre, não vai ter uma Marta para sempre, não vai ter uma Cristiane para sempre, e o futebol feminino depende de vocês. Chorem no começo para sorrir no fim”.

10. A volta da seleção ao Brasil após a Copa do Mundo deste ano

Muitas atletas se comoveram com a recepção para lá de calorosa dos brasileiros no aeroporto, na volta ao país após a Copa do Mundo deste ano. Todas ganharam uma medalha simbólica como forma de agradecimento ao desempenho. A atacante Cristiane ainda relatou sua surpresa: “Nem quando ganhei medalha nos Jogos Olímpicos tinha tanta gente para receber a seleção”, espantou-se a primeira futebolista que desembarcou. Nossas atletas, infelizmente, não conseguiram passar para a próxima fase da Copa, mas mostraram muita força e garra durante a competição.

A história da modalidade feminina do futebol em nosso país é tão rica quanto inspiradora, assim como a trajetória das grandes atletas que compõem a nossa seleção. Você já quis ser jogadora de futebol ou se sentiu influenciada por alguma dessas histórias? Conte para nós!

Imagem de capa Metropoles / Twitter

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