Um desconhecido e um minuto de silêncio são boas ferramentas na busca do autoconhecimento, afirma site

Gente
há 1 ano

O que você faz quando encontra um desconhecido? Cumprimenta? Puxa papo, tenta descobrir do que a pessoa gosta? Os criadores do site human.online criaram uma plataforma para desenvolver o autoconhecimento e a alegria de viver usando exatamente o silêncio.

O Incrível.club experimentou a plataforma e conta para você tudo o que descobrimos e como é possível se beneficiar da proposta. No final deste post, um bônus: nós convidamos algumas pessoas a encarar essa experiência e eles contaram como se sentiram e nós, claro, compartilhamos o resultado com você!

Para que serve?

No mundo moderno, habituamo-nos a essa pergunta. Tudo deve ter uma razão e uma utilidade. Nosso tempo é dinheiro e tudo, ao fim e ao cabo, gira em torno de ter ou não dinheiro. Na descrição do site é possível ler: “Você pode passar o tempo sendo você mesmo, sem metas a alcançar (...) Criar um movimento de conexão real e sincera entre pessoas de todas as origens, onde reconhecemos nossa humanidade compartilhada e nos importamos mais um com o outro”.

Como funciona?

Após um breve cadastro, é possível conectar-se a pessoas, de maneira aleatória e silenciosa durante um minuto. Nenhum outro contato é permitido e há, inclusive, formas de denunciar casos de abusos, nudez e outros comportamentos indesejados. Quando o tempo está chegando ao fim, a barra na parte superior do vídeo começa a diminuir, mostrando que a comunicação está prestes a terminar.

A orientação na tela sugere que o usuário foque mais em sentimentos e ações e que fique parado, evitando ao máximo substituir a linguagem verbal por gestos.

O encontro

Após o cadastro e a seleção aleatória entre as pessoas que estão on-line, você é direcionado para um usuário que está conectado e vocês iniciarão a conexão e se verão durante um minuto. Não conversarão, não poderão se ouvir e devem evitar gesticular, apenas se olharão. Não saberão seus nomes, nem que voz têm, não verão nada além de seus rostos, tudo em tela cheia. Semelhante a um chat on-line qualquer, seja FaceTime ou Skype.

Como tudo acaba?

Na descrição e nas instruções da plataforma, pede-se que o usuário apenas permaneça parado, evitando gestos, e é exatamente o que acontece. Algumas pessoas fazem sinais com os olhos, sorriem. Quando o tempo passa, a transmissão é encerrada e uma nova tela se abre, dizendo se a outra pessoa agradeceu e onde é possível clicar e agradecer seu companheiro. Na mesma tela é possível reportar abusos, como nudez, gestos obscenos ou qualquer atitude invasiva e abusiva. A punição é o banimento da plataforma.

Bônus: Como você se sentiu?

“Antes de começar a transmissão, eu li como funcionava e me senti... constrangido, talvez seja a palavra. Achei um pouco invasivo. ’Como assim, acabei de acordar e um estranho vai me ver assim, todo malamanhado?’ O interessante é justamente você vencer essa barreira, eu fiz a transmissão com duas pessoas. Depois eu achei ótimo, me deu uma paz, as duas pessoas estavam com o semblante bem tranquilo e se despediram com um sorriso, uma atmosfera bem empática. Achei a experiência interessante, relaxante, me senti mais calmo e até um pouco melhor comigo mesmo.”

Irving Alves, tradutor

“Eu nunca imaginei passar por isso. Foi uma experiência esquisita, não um esquisito ruim, uma coisa surpreendente. Pensei se o cabelo estava bom, se a pessoa ia me achar bonita, me deu um pouco de vergonha. A plataforma, ao me colocar de frente com um desconhecido por um minuto, ao mesmo tempo que não me fez saber nada sobre o outro, me fez ficar de frente com questões íntimas minhas. Fiquei me perguntando por que eu, que me acho tão bem resolvida, estaria me preocupando com a ideia que uma pessoa completamente estranha faria de mim. Abri a câmera e me joguei. Do outro lado vi rostos desconhecidos com olhares de empatia, reparei que não importava a cor do meu olho, o quanto meu cabelo estava desgrenhado. Era uma experiência particular e conjunta, outra pessoa também estava tendo aquele momento e compartilhando-o comigo.”

Letícia Werle, revisora

“Desconforto. Um desconforto agradável. Paradoxal, ao mesmo tempo que a vontade era de sair, também era de ficar. Muita curiosidade em relação ao outro. Tentativas constantes de ’ler’ o outro por aquilo que seus olhos transmitiam. Saber dele além de formalidades, como onde vive ou no que trabalha, o que lhe dói e o emociona. Que tipo de emoção seus olhos transmitem, conhecer a essência sem gestos, sem palavras, só emoção.”

Ana Bittencourt, jornalista

“Antes de fazer, confesso que eu estava bem desconfortável. Arrumei meu cabelo, notei que estava com o rosto cansado... e pensei ’que tipo de imagem eu vou passar?’ Aí apareceu que a outra pessoa estava pronta e eu desisti de pensar mil coisas, apertei o botão confirmando que eu também estava pronta. Eu não imaginei que um minuto olhando fixamente pra um desconhecido me trouxesse tantos pensamentos do tipo: ’Será que ele é feliz? Parece que é sozinho. Parece uma pessoa amável...’ o olhar daquela pessoa era muito terno, não sei explicar... Fiquei com vontade de repetir a experiência.”

Camila Gregorini, analista de qualidade

O que você acha desse tipo de experiência, consegue se imaginar em silêncio, parado, diante de alguém completamente estranho? Gostaria de participar? Já participou? Conte suas percepções para a gente na seção de comentários!

Comentários

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Nunca participei! Mas vendo bem seria algo novo e muito intenso para mim iria, me ajudar muito fiquem um pouco ansiosa sobre esse artigo

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NAO SEI SE CONSEGUIRIA FAZER ISSO. EU JA PASSO MUITO TEMPO EM SILENCIO

TENHO NECESSIDADE DE CONVERSAR

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