Empresa dá curso de alfabetização para funcionários e mostra o quanto valorizar o ser humano é importante

Gente
há 1 ano

Apesar de muito ter melhorado nas últimas décadas em relação à educação no País, ainda existem diversas pessoas que não sabem nem assinar o nome ou são analfabetas funcionais. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2018, ainda há no País cerca de 11,3 milhões de analfabetos. Um número alto, mas que com a boa vontade de todos, pode ser reduzido.

Um bom exemplo a ser seguido é o de Nátaly Bonato, funcionária da empresa WeWork, empresa de co-working (escritórios compartilhados) de origem americana e com forte atuação no Brasil. Ela percebeu a necessidade de oferecer aulas de alfabetização a alguns colegas e resolveu agir com os recursos de que dispunha. E os resultados foram efetivos e emocionantes.

Incrível.club mostra a experiência que, afinal, é uma demonstração de que investir nas pessoas pode valer a pena. Entenda mais essa história e inspire-se.

Nátaly é funcionária de uma unidade da WeWork no bairro Bela Vista, em São Paulo. Como parte de seu trabalho, ela passou a solicitar à equipe de limpeza que preparasse um pequeno relatório diário de anotações. Nesse documento, os responsáveis pela limpeza dos espaços deveriam registrar se o serviço havia sido feito ou não e em que condições.

“As pessoas não são descartáveis. Eu não queria que alguém passasse pela minha vida sem ter o meu melhor, sem que eu pudesse tentar.”

Nátaly, no entanto, logo notou que a orientação não estava sendo seguida. Ela, então, voltou a explicar aos funcionários do setor a necessidade do preenchimento do documento e que aquele era um procedimento importante para o bom andamento do serviço e para a identificação dos problemas e planejamento de ações para evitar possíveis reclamações.

Mesmo depois dessa conversa, as primeiras anotações só foram apresentadas após sete longos dias, o que, por sua vez, acabou prejudicando o planejamento e a própria efetividade do serviço de limpeza, em si. Nátaly, então, organizou uma nova reunião para entender o que estava acontecendo. E o que ela descobriu foi triste: pelo menos metade dos funcionários do setor de serviços gerais não sabia ler, escrever ou assinar o próprio nome.

Ela poderia ter feito vista grossa ou ter demitido todos os colaboradores com esse tipo de problema. Mas decidiu agir. E ganhou destaque no noticiário.

“A Neuraci, o Madruga e a Irene, nossos colaboradores, escreveram uma carta. E me fizeram ter a certeza de que nada me faz mais feliz do que fazer o bem.”

Diante do problema, a funcionária da WeWork teve uma ideia para ajudar. Como o propósito da empresa é alugar espaços para escritórios e trabalho compartilhado, os próprios locadores poderiam se envolver e ajudar no processo como voluntários, alfabetizando os faxineiros. E alguns deles abraçaram a causa, como a pedagoga Dani Araújo, da empresa MasterTech, que aceitou o desafio.

A partir daí Nátaly criou um minicurso, com aulas gratuitas duas vezes por semana, totalizando 90 minutos. A experiência mudou a vida dos alunos, da professora e dos próprios voluntários. Em menos de 6 meses, três funcionários que participaram do primeiro projeto foram capazes de escrever suas primeiras cartas, todas elas de agradecimento e entregues à idealizadora do projeto, Nátaly.

Nátaly confessa que não teve como segurar as lágrimas de alegria na formatura. Segundo ela, aquela foi uma conquista de todos, não apenas de professores e alunos. Depois da formatura, a empresa continuou oferecendo as aulas particulares para outros interessados. Além de turmas de alfabetização, já á um outro curso, de inglês, que funciona durante o horário de expediente.

“É com amor, e só com ele, que mudamos o mundo, um tico por vez... o propósito é fazer o bem.”

Uma ideia simples, mas que faz toda diferença e que pode ser replicada em muitas empresas. O Brasil, como mencionamos, ainda é um país que enfrenta enormes desafios na educação e muita gente sofre pelo fato de não ter tido a oportunidade de estudar. Para essas pessoas, um curso de alfabetização pode fazer toda diferença. E, acredite, para quem é voluntário, também há um enorme aprendizado e uma enorme gratidão.

Gostou da iniciativa? Conhece alguma empresa ou entidade que faça um trabalho parecido? Conte para nós.

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