Como eram 10 personalidades que foram representadas no cinema brasileiro

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há 3 anos

O cinema brasileiro conta com excelentes cinebiografias — ou seja, filmes inspirados na trajetória de personalidades reais. Em certos casos, longas desse tipo retratam aspectos profundos e curiosos de celebridades, como é o caso de Elis Regina ou Wilson Simonal. Mas produções desse gênero também podem contar histórias reais únicas, de pessoas que não fizeram parte do mundo das celebridades.

Como enredos de cinebiografias são geralmente superinteressantes e costumam aguçar a curiosidade, o Incrível.club investigou como eram dez personalidades que foram representadas no cinema brasileiro. Ah! E tem bônus no fim da lista. Confira!

10. Wilson Simonal

O grande cantor e compositor carioca Wilson Simonal foi um verdadeiro fenômeno de popularidade nas décadas de 1960 e 1970. No entanto, o rosto dele pode não ser tão familiar para grande parte dos brasileiros; pois apesar da rápida ascensão na carreira, a queda foi forte. Por razões políticas, Simonal acabou sendo “excluído” pela classe artística da época.

O ator Fabrício Boliveira encarou a missão de interpretar todo o swing e charme de Simonal na cinebiografia lançada em 2018. Como o cantor tinha um voz inigualável, a produção optou por usar o recurso da dublagem.

9. Marcelo Nascimento da Rocha

O ator Wagner Moura interpretou o estelionatário Marcelo Nascimento da Rocha no filme VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso, que foi para as telonas em 2010. Uma grande curiosidade sobre os bastidores do filme é que o ator fez o papel sem conhecer o real protagonista da história. “Não houve nenhuma espécie de contato. Quando li o roteiro, eu esqueci que esse cara existiu”, revelou Wagner Moura.

Marcelo da Rocha é conhecido por ser o “maior golpista do Brasil”. Um dos episódios mais marcantes de sua trajetória foi a vez em que ele deu uma entrevista ao Amaury Jr. se passando pelo empresário Henrique Constantino, filho do dono da companhia aérea Gol. A cena foi retratada de forma bem-humorada nos cinemas, com a participação do próprio apresentador. “O jeito foi rir desse mico”, comentou Amaury.

8. Raquel Pacheco (Bruna Surfistinha)

A história de Bruna Surfistinha, que foi interpretada pela atriz Deborah Secco nos cinemas, é bastante conhecida pelos brasileiros. Mas você já conhecia o verdadeiro rosto de Raquel Pacheco?

Em entrevista ao Que História É Essa, Porchat?, Deborah Secco revelou que a preparação dos atores foi fora do convencional. “Pela primeira vez e única, eu topei viver a história do filme em tempo real. Então arrumamos um apartamento e fomos para lá. Eu, o ator que fazia o meu pai, a atriz que fazia a minha mãe, e ficamos vivendo dias de família [...]. Em um tempo real, sem câmera, sem nada, para a gente ir sentindo emoções reais”.

Durante esse laboratório, do nada, o preparador de elenco mandava bilhetes pedindo que os atores fizessem determinadas ações. Tudo na base do improviso. Parece ter sido bem intenso, não?

7. Jean Charles

O filme Jean Charles, de 2009, narra a história do eletricista brasileiro que foi morto por agentes da Polícia Metropolitana de Londres após ter sido confundido com um terrorista fugitivo. O ator Selton Mello faz o papel principal do longa, que tem um formato bem próximo ao documental. Inclusive, o diretor Henrique Goldman começou sua carreira no cinema como documentarista.

“O filme não é só documental no estilo como é filmado, mas como é escrito e atuado, sempre com a ideia de contar algo muito real sobre Jean, os familiares e a realidade dos brasileiros que moram no exterior. É uma ficção total em cima de fatos reais”, explicou o diretor.

A preocupação em manter o tom realista no filme foi tão grande, que o diretor incluiu duas pessoas que realmente viveram com o brasileiro: a prima de Jean Charles, Patrícia Armani e o patrão do eletricista em Londres, Maurício Varlotta.

6. Arlindo Barreto (Bozo)

O famoso palhaço Bozo, que fez sucesso na programação do SBT, teve mais de 15 intérpretes desde 1980. Mas foi a trajetória controversa do artista Arlindo Barreto que inspirou o filme Bingo: O Rei das Manhãs.

O longa mistura fatos reais com elementos fictícios. Por exemplo, Arlindo e Gretchen tiveram um relacionamento na vida real, mas foi antes de o artista assumir o papel de Bozo — ao contrário do que se passa no filme. Já a participação da artista no programa do Bozo aconteceu de verdade.

5. Nise da Silveira

A história de como a psiquiatra brasileira Nise da Silveira revolucionou o tratamento mental no Brasil e introduziu a arte como terapia ocupacional é retratada no longa Nise: O Coração da Loucura. A atriz Glória Pires assumiu o papel da doutora e disse que foram dois meses “muito intensos” de gravação.

“Vejo a trajetória dela como um trabalho de formiguinha que acabou tornando Nise uma gigante”, afirmou a atriz. “Começou o trabalho num setor de segunda categoria e se tornou referência na área até hoje”, completou.

4. Roberto Carlos Ramos

Você já assistiu ao filme O Contador de Histórias? O longa biográfico, de 2009, é inspirado na trajetória do mineiro Roberto Carlos Ramos, que é pedagogo e contador de histórias.

Na vida real, a mãe de Roberto o deixou na Fundação Estadual para o Bem-estar do Menor (Febem) — atual Fundação Casa —, acreditando que a instituição poderia dar educação, comida e um futuro melhor para seu filho. No entanto, após diversas tentativas de fugas, o caso de Roberto Carlos acabou sendo classificado pela instituição como “irrecuperável”. O filme retrata como amor, respeito, educação e dedicação podem transformar o futuro de crianças.

Três atores mineiros interpretaram o contador de histórias nas telonas: “Daniel Henrique faz ele aos 6 anos; Paulinho Mendes, aos 13 anos; e Cleiton Santos o interpreta adulto”, explicou o diretor Luiz Villaça.

3. Elis Regina

A grandeza da cantora Elis Regina foi interpretada pela atriz Andréia Horta no cinema — e a semelhança entre as duas é gritante, não acha? O filme Elis retrata a trajetória de uma das maiores vozes que o Brasil já teve e dá uma excelente “aula” sobre MPB.

Alguns aspectos importantes e contraditórios sobre a vida de Elis foram excluídos da cinebiografia, como sua proximidade com a cantora Rita Lee. No entanto, o sucesso do longa foi tão grande, que ele ganhou uma versão repaginada para a televisão. Na minissérie Elis: Viver é Melhor que Sonhar, a atriz Mel Lisboa teve a honra de interpretar a “rainha do rock brasileiro”. “Quando vi Mel Lisboa vestida de Rita Lee pela primeira vez, eu quase caí para trás”, brincou Andréia Horta.

2. Paraguaçu

Você conhece a história verdadeira por trás do filme Caramuru: A Invenção do Brasil? Caramuru foi o apelido dado pelos tupinambás ao português Diogo Álvares Correia, que naufragou no ano de 1510 na Bahia. Ele viveu durante décadas no Brasil, aprofundou-se nos costumes locais e chegou a ser respeitado pelos indígenas.

Com bastante humor, o filme, de Guel Arraes, narra o primeiro contato dos tupinambás com Caramuru (interpretado por Selton Mello) e sua relação amorosa com a índia Paraguaçu (Camila Pitanga). Na vida real, ela era filha de um cacique e se casou com o aventureiro português. O casal passou um período na França, onde Paraguaçu foi batizada no catolicismo em 1528 e recebeu o nome cristão Katherine du Brésil (Catarina do Brasil).

1. Olga

A história trágica da alemã Olga Benário, que envolve seu romance com Luís Carlos Prestes, foi retratada no longa do diretor Jayme Monjardim em 2004. Quem deu um show de interpretação nas telonas foi a atriz Camila Morgado, que se preparou durante três meses para encarar o papel da militante. Em entrevista, a artista revelou que esse trabalhou a deixou “um pouco insegura”, pois ela deveria interpretar uma personagem com uma “carga dramática muito forte”.

“A grande questão é que por mais que a gente estude, se prepare, sempre acaba se perguntando: será que eu vou conseguir passar com a fidelidade que a personagem precisa? Será que conseguirei ser verdadeira? Ao mesmo tempo, por ser uma personagem que existiu na vida real, é preciso ter cautela na hora de interpretar”, afirmou Camila.

Bônus: Sérgio Vieira de Mello

O filme Sérgio entrou como bônus na nossa lista, pois apesar de não ser uma produção brasileira, o enredo é inspirado na história real do diplomata brasileiro da Organização das Nações Unidas (ONU), Sergio Vieira de Mello. O ator Wagner Moura interpreta o protagonista desse drama biográfico arrebatador, que envolve as consequências da invasão dos Estados Unidos no Iraque.

Ao longo da carreira, Wagner Moura participou de uma série de projetos inspirados em fatos reais, como o próprio Vips (que citamos anteriormente) e Narcos (série em que ele interpreta Pablo Escobar). Mas após atuar em Sérgio, Wagner disse que prefere dar vida a personagens fictícios.

“Eu prefiro muito mais fazer personagens que eu não tenha obrigação com a vida de ninguém, sabe. Que eu não tenha responsabilidade de contar a história da pessoa”, declarou o ator.

Qual das duplas acima se parece mais? Lembrou mais algum longa inspirado em fatos reais que ficou de fora dessa lista? Conte ao Incrível.club nos comentários.

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