7 Dicas para pais de crianças que sofrem bullying

Crianças
há 1 ano

Quase metade das crianças e jovens brasileiros (ou 47%) já sofreram algum caso de bullying, segundo o IBGE. Os dados são de 2016 e indicam um aumento em relação ao estudo anterior, de 2012, quando cerca de 35% haviam tido esse tipo de problema. O problema é considerado tão preocupante que, em 2017, especialistas do UNICEF, entidade da ONU ligada à proteção dos direitos da criança, promoveram uma campanha contra o abuso na escola, com o objetivo de acabar com ele de uma vez por todas.

O Incrível.club pesquisou sobre as melhores maneiras de lidar com o problema e traz a seguir 7 dicas para os pais, desenvolvidos para ajudar a criança a lidar com casos de bullying praticado por outros alunos da escola.

1. Aprenda e ensine a confiar

Segundo pesquisas, apenas entre 20 e 30% das crianças que sofreram bullying contaram aos adultos sobre o problema. Isso acontece muitas vezes porque o aluno nutre um sentimento de culpa pelo abuso. Na adolescência, a autoestima dos jovens é extremamente vulnerável. Os jovens acabam achando que há algo de errado neles mesmos que justifique a perseguição. O segundo motivo para não contar sobre as agressões é uma sensação de que o bullying não é algo muito importante.

Quando os pais não ligam para os problemas da criança, considerando-os pouco relevantes, o pequeno não terá nenhum motivo para se abrir novamente.

O que fazer:

  • Pare de elogiar a criança pelas boas notícias e criticá-la pelas ruins. Do contrário, ela passará a contar apenas aquilo que provocar uma reação positiva.
  • Não faça nada pelas costas do seu filho, não interfira em seus assuntos sem o consentimento da criança. O maior temor dela é que a atuação dos pais piore tudo.

2. Estimule a autoconfiança

Na infância, Angelina Jolie tinha problemas com os colegas de turma, não era boa aluna e era grossa com os professores. Já rapper Eminem, aos 9 anos, foi agredido tão violentamente por um valentão da escola que perdeu parcialmente a visão, terminando num hospital. Lady Gaga, Jessica Alba, Megan Fox, Kurt Cobain, e até o galã Zac Efron. Todos eles sofreram com abusos e incompreensões por parte de outros alunos da escola.

Mas todos eles conseguiram voltar as energias àquilo que realmente amavam, preenchendo o tempo livre e esquecendo dos problemas. Taylor Swift lembra que começou a compor músicas por se sentir solitária, e Kristen Stewart, aos 13 anos, parou de estudar para se dedicar à atuação.

O que fazer:

  • Ensine seu filho a responder corretamente às críticas, tanto as justas quanto as injustas. É importante que ele entenda que qualquer comentário não precisa ser encarado como uma ofensa pessoal, e sim como a simples opinião de uma pessoa.
  • Ajude a criança a encontrar algo que estimule a expressão própria. É menos provável que uma criança autoconfiante seja vítima de bullying. E o fato de se dar bem nas atividades de que gosta — seja nos estudos, nos esportes ou na música, por exemplo — fará com que o pequeno lide melhor com as consequências de possíveis perseguições.

3. Converse com a criança sobre a importância de proteger as informações pessoais na Internet

Hoje, as redes sociais e a Internet de forma geral são como uma área de liberdade absoluta para a maioria dos adolescentes, e para eles, a comunicação online não é menos importante do que aquilo que acontece na vida real. Especialistas em segurança na web advertem que o bullying cibernético continua sendo uma das principais ameaças à segurança infantil.

Mais de 50% das crianças e dos adolescentes, ao menos uma vez, enfrentaram ameaças na Internet, e apenas uma em cada 10 contou aos pais.

O que fazer:

  • Em vez de exigir todas as senhas dos perfis do seu filho, é melhor começar a participar nas redes sociais. Assim, você poderá acompanhar seu comportamento online, seu círculo de amigos e suas áreas de interesse.
  • Explique à criança que tipo de informação pode ser publicada. E informe que é possível denunciar comentários agressivos com um simples clique.

4. Trabalhe não só com a criança, mas também com o que está ao seu redor

O bullying não é um processo que envolve apenas agressor e vítima. Pais do agressor, colegas e professores muitas vezes fazem parte desse ambiente e podem ser cruciais na hora de ajudar seu filho a se livrar das agressões.

É importante entender que o abuso não se revela apenas em intimidações e humilhações, mas também representa uma forma de estabelecer uma espécie de hierarquia em grupo.

O que fazer:

  • Esqueça dos conselhos do tipo “não ligue para ele” ou “bata de volta”. Talvez a criança seja capaz de lidar com um abusador, mas não poderá fazer nada num grupo em que insultos e intimidações são formas comuns de expressar as emoções.
  • Acione os profissionais da escola e leve o problema para outros pais: ninguém quer que o próprio filho seja perseguido.

5. Ensine a criança a reagir corretamente à agressão

Nos Estados Unidos, mais de 5% dos estudantes do ensino médio já faltaram a aulas por sentirem que corriam perigo na escola ou a caminho dela. Em situações assim, a criança não apenas ficará com faltas, mas também terá seu desempenho acadêmico comprometido. Ela pode querer ficar só com os amigos, afastando-se de casa por muito tempo. Essas são tentativas da psique humana de se preservar do efeito traumático dos fatores externos.

A principal tarefa dos pais é não apenas interromper o ciclo de abuso escolar, mas também ensinar o filho a reagir corretamente em situações de agressão, controlando as próprias emoções.

O que fazer:

  • Converse com a criança sobre casos de bullying e mostre que é possível reagir adequadamente diante das provocações. Explique porque a calma evita que o agressor tenha o que considera mais importante: o resultado visível de sua intimidação.
  • Matricule a criança numa aula de esportes ou de artes marciais. Nem tanto pela capacidade de se defender, e sim porque, em ambientes assim, ela aprenderá a lutar contra o medo de falar sobre os conflitos e a resistir à dor física.

6. Ajude a criança a encontrar interesses em comum com outros alunos

Geralmente, as crianças tímidas e inseguras se convertem em vítimas do abuso na escola. Afinal, elas tendem a ser solitárias, medrosas, deprimidas e a ter dificuldade em encontrar uma linguagem em comum com os colegas. Com a idade, o ambiente em que está a pessoa se torna mais tolerante. Mas nem por isso é preciso esperar que a formatura chegue para resolver o problema.

Um estudo que levou 20 anos sendo desenvolvido comprovou que crianças sociáveis que conseguiam se organizar com os colegas sem a ajuda dos adultos e resolver os próprios problemas têm mais chance de se formar e encontrar um bom emprego antes dos 25 anos em comparação com aquelas que possuem habilidades sociais menos desenvolvidas.

O que fazer:

  • Convide os colegas de turma do seu filho (principalmente aqueles com quem ele simpatiza) para visitar sua casa mais vezes. Se a criança tiver um hobby incomum, tente incluir nele os colegas.
  • Mantenha-se em contato com os pais dos colegas do seu filho. Muitas vezes, a amizade entre os adultos vira um motivo para que as crianças se comuniquem. Para tanto, basta sugerir um happy hour ou uma tarde no cinema com os filhos junto.

7. Mude o ambiente

Acredita-se que mudar a criança de turma ou de escola não é uma boa opção, pois a situação tende a se repetir no novo ambiente. É melhor ensinar seus filhos a se comportar corretamente em situações de conflito, para que eles possam aprender a se defender das agressões. Mas, como já falamos, nem tudo depende do pequeno. O abuso ocorre em ambientes nos quais não existe uma comunidade de interesses, os profissionais não se envolvem adequadamente no processo educativo, e onde a diferença social é muito marcada.

Portanto, se houver uma boa alternativa na forma de uma escola mais adequada ao perfil de seu filho, onde os professores se mostrem dispostos a ter uma boa comunicação com os pais, mudar de ambiente pode ser uma ótima ideia.

O que fazer:

  • Permita que a criança participe da escolha da escola. Afinal, como ela poderá ganhar segurança e confiança nas próprias habilidades se os pais decidem tudo por ela?
  • O novo lugar de estudo deve ser escolhido de forma responsável. E é preciso entrar em contato com os pais e os alunos da futura turma onde seu filho estudará. Não avalie o local com base nas palavras de outras pessoas: crie sua própria impressão tanto da sala da aula quanto da escola.

Você passou por situações difíceis na sua época de escola? Conseguia chegar a soluções pacíficas para os problemas? Como aborda esse assunto com seus filhos? Deixe seu comentário!

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados