5 Fatos científicos mostram que chorar uma vez por semana deveria estar no calendário de atividades de todos

Para muitas pessoas, o choro ainda tem somente um significado: tristeza profunda. Outras, veem o ato como sinal de fraqueza e não se permitem derramar lágrimas pelo motivo que seja. Mas, de acordo com a ciência, esses pensamentos podem ser ultrapassados e equivocados! Chorar, faz bem, e segundo o professor de choro japonês Hidefumi Yoshida, é recomendado que o pranto se torne um hábito mensal, pelo menos.

Aqui no Incrível.club, estamos de olhos bem abertos para evidências científicas curiosas, por isso, te mostramos alguns benefícios que o “choro livre” pode proporcionar. Não deixe de ler o bônus que se encontra no final do artigo!

1. Existem três tipos de lágrimas, com funções importantes

Apesar de nós chorarmos por diferentes motivos, temos três tipos de lágrimas mais comuns e cada uma delas tem uma função diferente.

• Lágrimas basais: têm a função importantíssima de preservar a saúde dos olhos, mantendo-os lubrificados e livres de poeira;
• Lágrimas reflexivas: protegem os nossos olhos de agente externos, como fumaça, cebola, ciscos, entre outros;
• Lágrimas emocionais: são todas aquelas suscitadas por algum tipo de sentimento, tanto bom quanto ruim e, geralmente, se manifestam através de um choro mais intenso e contínuo.

O fotógrafo holandês Maurice Mikkers é a mente criativa por trás da série fotográfica intitulada Imaginarium of Tears na qual o choro é induzido por meio de diferentes motivações e, depois, as lágrimas são colhidas, cristalizadas e fotografadas com a ajuda de um microscópio.

O fotógrafo queria registrar se o padrão de composição das lágrimas era alterado, conforme a emoção que as suscitava, e percebeu que, conforme outros estudos já haviam concluído, as lágrimas emocionais contêm substâncias químicas que não estão presentes nas lágrimas basais e reflexivas, como a adição de hormônios como a prolactina e neurotransmissores como a leucina encefalina, por exemplo.

2. Chorar libera endorfinas

O choro longo, ou seja, aquele composto pelas lágrimas emocionais — inclusive com os soluços — faz com que o cérebro libere hormônios como a ocitocina e a endorfina. A ocitocina não só é um dos hormônios abundantes no parto e na amamentação, como também está muito presente na criação e fortalecimento de vínculos de proximidade entre as pessoas, por isso, ficou conhecida como o “hormônio do amor”. Por sua vez, as endorfinas são responsáveis pelas sensações de prazer, bem-estar, motivação e felicidade.

O apresentador Marcos Mion, do Caldeirão, assume que é uma pessoa bastante emotiva e não tem vergonha de chorar em público. Seja por conta da família, especialmente quando se trata do filho Romeu, ou por conta da realização de desejos profissionais com os quais sempre sonhou.

“Eu não sei quando eu vou parar de chorar. Eu preciso parar de chorar em algum momento. As pessoas falam: ‘Você já está lá. Você já está na Globo! Quando você vai parar de chorar?’ Eu não sei quando... tomara que nunca! Meu compromisso com o público, desde o primeiro dia foi: eu sou um emocionado e eu quero sentir todas as emoções. E se eu puder passar para as pessoas que vale muito a pena a gente ter esperança, a gente acreditar, a gente deixar as emoções [fluírem] e se deixar ser vulnerável. Essa é a nossa maior força”, disse Mion no Mais Você.

3. Pode resfriar o cérebro e melhorar o humor

Provavelmente, você já ouviu alguém dizer que tomar decisões “de cabeça quente” é um erro, certo? Pois saiba que isso não é, apenas, uma figura de linguagem. Quando estamos muito nervosos, assustados ou com raiva, nosso cérebro tende a ficar mais aquecido. E o choro também é uma maneira natural de esfriar a cabeça, tudo isso provavelmente graças a eles: os soluços!

Sim, você não leu errado. Estudos sugerem que o choro copioso, com soluços e fungadas tem a importante função de resfriar o cérebro e, consequentemente, melhorar o seu humor. Apesar de ser uma personalidade muito ligada à comédia e ao riso, Tatá Werneck não segura o choro e já derramou lágrimas na televisão diversas vezes e pelos mais variados motivos. E, talvez, parte do bom humor inerente à sua personalidade venha, justamente, do hábito de chorar livremente, não é mesmo?

4. Pode ser um anestésico natural para dores emocionais e físicas

Você já viu que chorar copiosamente pode liberar alguns hormônios como a ocitocina e a endorfina, aumentando a sensação de amor, prazer e felicidade. Mas outra vantagem dessa descarga hormonal pode ser sentida, também, no aspecto físico. É que a liberação desses hormônios pode ajudar a amenizar a sensação das dores, tanto físicas quanto emocionais.

Isso acontece porque as endorfinas, com as encefalinas e dinorfinas, fazem parte de uma categoria chamada de opioides endógenos, ou seja, que são produzidos pelo nosso corpo, e têm um papel vital na regulação de diversas funções fisiológicas do organismo. Em conjunto, esses opioides endógenos são muito conhecidos por suas características analgésicas e sedativas, já que modulam e acalmam a sensação de dores físicas e emocionais, controlam o sistema cardiovascular, principalmente em situações críticas, e fazem com que o sono tenha uma melhor qualidade.

5. Auxilia no reestabelecimento do equilíbrio emocional

Se você já chorou em uma situação alegre ou de muita emoção positiva intensa e ficou se sentindo constrangida, deixe esse sentimento de lado. O choro também tem a função de restabelecer o nosso equilíbrio emocional, e isso vale para os sentimentos bons e ruins. Isso significa que seu corpo pode precisar do pranto para voltar ao estado anterior a uma forte emoção.

Brad Pitt, um dos atores mais famosos do planeta, também era conhecido por não chorar facilmente. O ator passou um bom tempo sem derramar uma lágrima sequer. No entanto, com o amadurecimento, chegaram emoções mais fortes que fizeram seus olhos marejar novamente: “Eu não chorei por uns 20 anos. Agora me vejo, nesta fase da vida, muito mais emocionado. Comovido pelos meus filhos, comovido pelos amigos, comovido pelas notícias. Mudei. Não sei para onde isso está indo, mas acho que é um bom sinal”, admitiu o astro.

Bônus: é a primeira forma de comunicação humana

Muitos pais sentem verdadeiro pânico do choro dos bebês e recorrem a diversos estratagemas para que as crianças parem de chorar. Apesar desse choro ser, realmente, muito desconfortável para os adultos, ele tem algumas funções importantes: a primeira delas é a comunicação.

Como os bebês não conseguem falar, é através do choro que avisam quando estão com necessidades fisiológicas, como fome, sede, sono, fralda suja, sentindo algum tipo de desconforto ou dor, frio ou calor e também emocionais, como a necessidade de contato físico, tédio ou excesso de estímulos, por exemplo. Até o primeiro ano de vida, ele é a principal ferramenta dos pequenos.

A segunda função do choro tem uma relação direta com a reação aflitiva experimentada pelos pais ou adultos responsáveis pela criança, e tem uma explicação biológica. É que o choro desesperado pode ser provocado por uma queda de ocitocina e opioides no cérebro da criança. Ao mesmo tempo, a frequência desse som provoca uma elevação de ocitocina no cérebro da mãe e uma baixa da testosterona no pai. Acredita-se que esse fato é capaz de aumentar a velocidade de uma resposta empática dos responsáveis e pode ter sido muito importante para a evolução da espécie, pois sinalizava perigo iminente.

“[Na pré-história] Mães que deixavam seus filhos sozinhos por mais de alguns minutos logo não tinham filhos. Seus genes foram eliminados pela seleção natural. Em contraste, os genes que obrigavam as mães a ficar com seus filhos foram transmitidos a vários descendentes. Você é um deles”, explica o pediatra espanhol Dr. Carlos González.

Agora queremos saber: você é da turma que prende o choro ou que chora por qualquer coisa? Lembra qual foi a última vez em que chorou? Já percebeu algum desses benefícios depois de uma choradeira daquelas? Conte nos comentários.