10 Duplas de coisas que são inseparáveis, mas não foram criadas para estarem juntas

Invenções
há 1 ano

Existem certas coisas que conhecemos e nos habituamos a ver sempre em dupla, como garfo e faca, ketchup e mostarda, arroz e feijão, entre muitas outras. Contudo, muitos desses itens nem sempre foram parceiros e não foram feitos para serem usados juntos, tendo se encontrado graças à conveniência do acaso ou de suas próprias funções. Portanto, resolvemos entender melhor de onde vêm algumas das maiores duplas do nosso cotidiano. Confira!

1. Chuveiro e vaso sanitário

Apesar de ser uma dupla inseparável na maioria dos banheiros, esses itens não foram inventados para estarem lado a lado. Os chuveiros começaram com os grandes banheiros comunitários na Grécia Antiga e no Império Romano, espaços onde as pessoas podiam ir para se banhar, inclusive com água quente. Isso permaneceu parecido até 1767, quando foi inventado o primeiro chuveiro mecânico, que foi se popularizando até o fim do século XIX, quando os encanamentos começaram a ser adotados e foi possível colocar os chuveiros dentro das casas.

Já os vasos sanitários, ou latrinas, remontam aos primeiros banheiros, em 3200 a.C. Desde esse tempo, já eram usados sistemas de esgoto com água corrente e as fossas ficavam em uma parede externa da casa ou em sanitários coletivos, em um local da cidade. Isso permaneceu similar até 1770, quando foi inventado o mecanismo de descarga, dando força ao aperfeiçoamento do vaso sanitário. Então, foi justamente a popularização dos encanamentos residenciais que finalmente uniu esses dois aparelhos tão essenciais e comuns atualmente.

2. Arroz e feijão

Esses dois são a cara do Brasil e muita gente não consegue almoçar sem essa combinação. Contudo, apesar de toda essa ligação, os dois vieram de lugares muito diferentes e demorou muito tempo até que o “arroz com feijão” se tornasse a base da alimentação brasileira. O arroz começou a ser cultivado por cerca de 2500 a.C., inicialmente na China e, então, por toda a Ásia, onde é a base da alimentação local. Após chegar ao Oriente Médio, alcançou a Europa e, assim, chegou à América por meio de portugueses e espanhóis.

Já o feijão estava “do outro lado do mundo” em relação ao seu parceiro branquinho. Há evidências de que o feijão era cultivado pelos habitantes da América há mais de cinco mil anos. Além disso, alguns nativos da Amazônia já plantavam uma variação do arroz asiático. Talvez por isso, ele tenha sido tão bem aceito no lado de cá. Assim, conforme a colonização europeia avançou, os alimentos se misturaram e ganharam o gosto popular, chegando ao posto mais alto no coração dos brasileiros.

3. Garfo e faca

Uma dupla presente em praticamente todos os lugares onde há refeições, mas eles nem sempre estiveram lado a lado e se encontraram após um longo tempo. Há evidências de que os gregos antigos já usavam uma versão rústica do garfo. Entretanto, ele só servia para espetar e segurar os alimentos na hora de cortar, tendo apenas dois ou três dentes retos, logo, não servia para comer. Muito tempo depois, já no século XVIII, foi inventada a versão curva, com quatro pontas, que servia para conduzir a comida até a boca e que se tornou popular até hoje.

Há achados que indicam o uso de facas desde os tempos pré-históricos, quando eram feitas de pedra. Muito tempo depois, os romanos passaram a dominar a arte da cutelaria, mas produziam facas apenas para defesa e caça. Somente poucas pessoas ricas usavam pequenas facas para comer. Aos poucos, esse passou a ser um costume, e a faca menor foi se popularizando. Então, no começo do século XX, a fabricação já estava avançada e foi possível fornecer garfos e facas a preços mais baratos, firmando a hegemonia dessa dupla na hora das refeições.

4. Baixo e guitarra

Antes restrito ao blues e ao rock and roll, a dupla baixo e guitarra atualmente está em todos os estilos e a presença de ambos é quase uma regra para montar uma banda. Entretanto, essa parceria não seria possível se o baixo não passasse por uma “reforma”. Afinal, o contrabaixo era um instrumento importante e apreciado, mas era grande, difícil de transportar e usado na vertical. Então, em 1930, foi inventado o baixo elétrico, feito para ser tocado na horizontal e com um corpo compacto, facilitando o transporte e permitindo que os músicos participassem de bandas.

Já a guitarra é descendente do violão, que era usado em algumas apresentações, mas o microfone utilizando para amplificar o som causava muitos ruídos. Então, desde o começo do século XX, alguns inventores testaram formas de aumentar o som do violão com qualidade. Após vários modelos experimentais, em 1948 foi inventada a guitarra elétrica como conhecemos hoje. A partir daí, as bandas poderiam ter solos de guitarra no volume certo e graves de baixo sem ter de contratar um carreto para isso.

5. Coelhinho da Páscoa e ovo de chocolate

Esses dois são a alegria de muita gente na Páscoa, nem tanto pelo coelho, mas mais pelos ovos de chocolate. Apesar de toda essa doçura, nem sempre o coelhinho trouxe chocolate na sua cesta. A figura folclórica originada na Alemanha era, inicialmente, uma lebre. Ela trazia ovos (de galinha) e alguns doces, além de brinquedos. Sua função era parecida com a do Papai Noel, premiando as crianças que foram boas durante o ano.

Já o ovo é, há milhares de anos, um símbolo de fertilidade e representa o nascimento. A associação com a Páscoa veio na Idade Média, quando as pessoas eram proibidas de comer ovos durante a Quaresma (período que antecede a Páscoa) e, depois dela, as crianças saíam de porta em porta pedindo ovos para comer. O chocolate só veio em 1725, quando uma nobre francesa resolveu rechear cascas vazias de ovos de galinha com chocolate derretido. Então, 150 anos depois, o primeiro ovo nos moldes atuais foi comercializado e, a partir daí, o coelhinho passou a trazer ovos de chocolate.

6. Pão e café

Um clássico dos cafés da manhã do Brasil e do mundo, essa dupla parece tão comum que muita gente acha que eles sempre foram comidos juntos. Entretanto, o seu casamento é muito mais recente em relação à sua invenção, pelo menos a do pão. Ele foi inventado há mais de dez mil anos e passou um bom tempo entre os pratos principais. Depois, com a maior oferta de alimentos, o pãozinho se tornou mais um acompanhamento ou uma refeição leve, como o café da manhã.

O café é originário da Etiópia, onde é enraizado na cultura e na tradição do povo. Aos poucos, a planta foi se espalhando pelo mundo, chegando à Europa no século XVI, onde era bebida somente pelos mais ricos. Cerca de um século depois, já havia cafeterias espalhadas pelo velho continente. Em seguida, o café chegou às Américas e encontrou solo fértil, se alastrando por vários países, como o Brasil, que é líder mundial de produção há mais de 150 anos. Assim, o café foi barateado, se tornando presença obrigatória em muitas casas e fazendo um adorável par com o pãozinho.

7. Ketchup e mostarda

Uma dupla muito icônica, com as cores vermelho e amarelo, é um símbolo do fast-food e remete a lanches com muito sabor. O ketchup surgiu a partir de um molho chinês, chamado kê-tsiap, que foi levado para a Europa no século XVII, onde foi copiado e modificado várias vezes. A primeira receita com tomate apareceu em 1812 e, em 1876, ela já era vendida comercialmente. Aos poucos, as receitas caseiras foram desaparecendo e o ketchup se tornou sucesso em todo o mundo.

A mostarda é consumida há milhares de anos, e foram os romanos os primeiros a experimentá-la como condimento. Então, a receita foi aprendida por monges franceses, que a aperfeiçoaram e começaram a produzir sua própria mostarda em 1292, em Dijon, na França. Com a fama, surgiram versões similares, como a mostarda amarela, que chegou aos Estados Unidos em 1904 e se tornou a cobertura preferida para os cachorros-quentes. Assim, com a mostarda e o ketchup temperando os lanches durante todo o século XX, não é estranho que eles tenham se tornado parceiros inseparáveis.

8. Fogão e geladeira

Quando se pensa em cozinha, praticamente todo mundo logo lembra do fogão e da geladeira, afinal, são essenciais para a vida atual. Contudo, eles tiveram origens bem distintas, sendo que o fogão reinou nas cozinhas durante milhares de anos. No começo, ele era feito de pedra, com um suporte acima para assar os alimentos. Depois, vieram os fornos feitos de tijolos, no formato de uma colmeia, até chegar aos fornos de ferro fundido, no século XVIII. Após mais um bom tempo, finalmente foi produzido o primeiro fogão a gás, em 1834, e, anos depois, o primeiro elétrico, em 1892.

Ao contrário do fogão, a história da geladeira sempre foi fora de casa. Os chineses já tinham técnicas para cortar e guardar gelo desde 1000 a.C. Nos próximos séculos, outros povos, como hebreus, gregos e romanos, também desenvolveram formas de resfriar os alimentos. No século XVIII, começaram a surgir estudos sobre a refrigeração e só em 1899 surgiu a primeira geladeira mecânica, que primeiro serviu estabelecimentos comerciais, frigoríficos e, enfim, casas. O aparelho fez tanto sucesso que, 20 anos depois, 90% das casas nos Estados Unidos já tinham uma na cozinha.

9. Papai Noel e árvore de Natal

Difícil saber quem é mais popular nessa, mas é certo que eles estão sempre juntos no Natal. O Papai Noel tem suas origens em um monge conhecido como São Nicolau, que viveu por volta de 280 d.C. Como era uma pessoa muito bondosa, sua fama cresceu e ele ficou conhecido como defensor das crianças. A admiração continuou e se espalhou pela Europa durante os anos. As primeiras imagens do atual Papai Noel foram vistas em um folheto de 1804. Já em 1841, crianças lotaram uma loja para ver um boneco do Papai Noel. A partir daí, a lenda só aumentou e se espalhou entre os pequenos.

Já a famosa árvore de Natal remonta à antiguidade, quando povos, como egípcios e romanos, penduravam ramos de sempre-vivas nas janelas para afastar doenças, maus espíritos e bruxas. Contudo, a árvore como conhecemos hoje surgiu na Alemanha, por volta do século XVI, quando as pessoas passaram a decorá-la em casa. Essa tradição chegou aos Estados Unidos com os imigrantes alemães em 1800, e, no fim daquele século, já tinha se tornado uma tradição no país. Após a invenção da eletricidade, foi possível iluminar os enfeites e a árvore se tornou um sucesso de vez.

10. Frigideira e espátula

A espátula tem suas origens na antiguidade, sendo que modelos simples dela já eram usados pelos cozinheiros do Egito e da Babilônia. Daí, ela foi aperfeiçoada e se espalhou para a Europa, onde foi nomeada. A palavra, do latim, spatha significa espada longa com lâmina larga, então “espátula” seria uma miniespada. No formato que conhecemos, ela foi usada pela primeira vez no século XVI, tanto na culinária quanto na medicina, na alvenaria e em vários outros campos. Desde então, o utensílio se popularizou e chegou às nossas cozinhas, onde encontrou um grande parceiro na frigideira.

Quando se juntaram, a espátula tinha a função de virar o alimento e raspar o fundo da frigideira, para desgrudar o que era feito. Entretanto, uma dessas funções se perdeu com a chegada do teflon, que facilitou o preparo, não deixando que a comida “colasse” na panela. Essa substância foi descoberta em 1938 e aplicada nas frigideiras em 1954, por sugestão da mulher do inventor. Então, a partir de 1961, ela passou a ser divulgada e vendida, sendo um grande sucesso desde então. Contudo, isso não interrompeu a relação entre esses dois objetos, pois ainda é necessário usar uma espátula para virar e preparar os alimentos.

Você tem algum objeto que faz dupla com outro em sua casa? Já comprou alguma coisa só para poder usar com outra? Deixe seu comentário!

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