4 Apartamentos minimalistas japoneses livres das tranqueiras

Casa
há 1 ano

Hoje, no apartamento de Fumio Sasaki, há cerca de 200 objetos. Antes não era possível nem andar por ali devido à grande quantidade de cacarecos e coisas desnecessárias acumuladas. Ele sempre adiava a arrumação da casa, queixava-se da falta de dinheiro e não conseguia encontrar tempo ou energia suficientes para dedicar-se a seus hobbies. Tudo mudou de repente, quando ele descobriu o modo de vida minimalista.

Em geral, a cultura tradicional japonesa esforça-se pela simplicidade: o zen budismo, que segue a pureza da consciência, a caligrafia em branco e preto e os poemas haikai. Por essa razão, muitos minimalistas famosos são japoneses. Rejeitam a cultura moderna do consumo desenfreado, tendo apenas as coisas necessárias. Esse estilo de vida simplificado vai ganhando popularidade no Ocidente. Por exemplo, o método de organização de Marie Kondo, baseado na eliminação de todos os trastes, agora é adotado de forma ativa por pessoas da Europa e dos Estados Unidos.

No Incrível.club, nos inspiramos nesta cultura japonesa e na história de Fumio Sasaki e compartilhamos com vocês fotos incríveis de interiores minimalistas japoneses.

O apartamento de Fumio Sasaki

Agora, no armário de Sasaki, há 3 camisas, 4 pares de meias, 2 jaquetas e mais algumas peças de vestuário. No banheiro, vemos um barbeador, uma tesoura, um frasco de sabonete líquido com que lava o rosto, o cabelo e até os pratos. Mas antes era assim:

Seu apartamento estava cheio de coisas. As estantes não eram suficientes para todos os livros que ele nem começou a ler, porque muitos deles formavam pilhas no chão. Uma grande quantidade de espaço estava ocupada por sua coleção de CDs e DVDs. No armário, havia peças de roupa que ele considerava suas “favoritas”, mas na verdade havia usado uma ou duas vezes. Num canto, ficavam sua guitarra e os amplificadores, mas Sasaki pouco tempo dedicava a esta paixão.

Todas as noites, Sasaki sentava-se à frente da televisão e bebia cerveja. Acordava tarde e ia trabalhar, odiando sua existência. Comparava-se constantemente com os outros e não encontrava a força suficiente para tentar mudar de vida. Desesperado, terminou com sua noiva, dizendo que não poderia sustentá-la e, em seguida, comprou bilhetes de loteria, ingenuamente esperando ganhar um bom dinheiro.

Tudo mudou quando Sasaki encontrou na Internet textos sobre o minimalismo. Deu-se conta de que estava atormentado pela bagunça, mas não encontrava forças para colocar tudo em ordem, porque havia muitas coisas para arrumar, o que exigiria muita energia.

Levou um ano para liberar sua casa de tudo o que ele considerava desnecessário. Algumas coisas deu de presente a amigos, levou sua coleção de discos e livros a um sebo. Escaneou fotos e cartas em papel para armazená-las num conveniente formato digital.

Seu apartamento tem só 20 metros quadrados, mas parece muito mais espaçoso. Um de seus amigos calculou que ele ficou apenas com 150 objetos, ainda que Sasaki admita agora ter alguns mais.

Junto ao espaço, liberou-se a consciência de Sasaki. Descobriu a atividade física: em seu tempo livre, gosta de fazer caminhadas nas montanhas. Sasaki acredita que, com tantas coisas, as pessoas esquecem que podem e devem sair de casa com mais frequência.

Hoje ele prefere gastar seu tempo e seu dinheiro em viagens, comida de qualidade, encontros com amigos e em seu desenvolvimento pessoal. Ter tantas coisas já não importa, ele se vira muito bem com o mínimo. Não demora para escolher a roupa que vai colocar pela manhã, não perde tempo procurando um xampu especial no supermercado. E leva apenas 2 minutos para limpar o chão.

Sasaki trabalha como editor de uma revista. Escreveu o livro Goodbye, things (Adeus, coisas), que virou um sucesso de vendas. Também é autor de um blog sobre minimalismo, em japonês.

Cada vez mais japoneses estão se tornando minimalistas radicais. Na sequência, você verá fotos de apartamentos “limpos” e cuidados, onde não há nada além do necessário.

O apartamento de Katsuya Toyoda

Este é o apartamento do minimalista Katsuya Toyoda, que também trabalha como redator. Só tem uma mesa, um armário e um futon (colchão japonês), que ele coloca no chão e, depois de acordar, dobra e o guarda no armário.

Na cozinha e no banheiro não há nada mais do que o essencial. O guarda-roupa de Toyoda também é minimalista. Há uma opinião de que os japoneses gostam do minimalismo por causa do estilo simples de se vestir de Steve Jobs. Outras pessoas acreditam que, ao contrário, o minimalismo japonês influenciou a cultura ocidental.

O apartamento de Naoki Numahata

O escritor Naoki Numahata combina à perfeição o estilo de vida minimalista com a criação de sua filha.

Ele acredita que é importante, na cultura japonesa, deixar espaços vazios. Nas cerimônias do chá, por exemplo, não há nada mais do que o chão de tatame, todo o resto deve ser completado pela imaginação da pessoa.

O apartamento de Saeko Kushibiki

A minimalista Saeko Kushibiki também se livrou das coisas desnecessárias. Em seu armário modesto, só tem o suficiente e, na cozinha, só os pratos e talheres de que uma pessoa precisa.

Kushibiki não precisa nem de cadeiras e, para dormir, basta um futon, que ela guarda no armário quando acorda.

E você, gosta do minimalismo? Ou sente-se bem em meio a uma bagunça criativa?

Imagem de capa Thomas Peter/Reuters

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