Você acha que a qualidade das músicas piorou nos últimos anos? Cientistas concordam com você

Arte
há 1 ano

As pessoas frequentemente reclamam que o nível das canções está piorando ano após ano e repetem: “Já não é como antigamente!” Mas será que a música de hoje em dia está tão ruim assim? Talvez seja apenas um mito, quem sabe inspirado pela nostalgia que nos invade. Ou talvez seja verdade. Pesquisamos sobre o assunto e descobrimos que a resposta já foi dada pela ciência.

O Incrível.club apresenta os resultados de um estudo diferente e curioso, que em muitos aspectos confirma a opinião de que há várias décadas algo estranho está acontecendo com a música.

Cientistas do Instituto de Pesquisa em Inteligência Artificial de Barcelona, na Espanha, ​​sob a direção de Joan Serrà, analisaram a evolução da música ocidental popular no período de 1955 a 2010. Em sua obra, publicada na respeitada revista científica Nature, Serrà e seus colegas usaram uma base de dados constituída por um milhão de músicas (Million Song Dataset), um arquivo público de 280 GB, que contém composições de aproximadamente 45 mil artistas.

Os principais parâmetros que interessaram aos cientistas foram o timbre, a tonalidade e o volume das músicas. Naturalmente, não é o volume que você consegue ajustar enquanto ouve música, mas aquele relacionado às características próprias da gravação de som. Eles descobriram que a amplitude do sinal de áudio aumentava, adicionando-se um decibel a cada 8 anos. Como resultado, a música moderna realmente se tornou muito barulhenta, o que tende a fazer com que perca algumas nuances. Esta pode ser a razão pela qual nossas avós reclamam, certo?

“Toda a música soa igual!”

Essa queixa comum também encontrou sua confirmação científica. Segundo os pesquisadores, o pico de originalidade da música caiu na década de 1960 e, em seguida, a variedade de timbres começou a se reduzir de forma constante. Da mesma forma, isso aconteceu com a tonalidade. Os autores de músicas populares escolhem os mesmos acordes e as combinações de notas já testadas ao criar composições, o que faz com que suas obras se tornem cada vez mais parecidas entre si.

Outra característica da música contemporânea é que muitas composições parecem incompletas; obviamente, falta a elas o acorde final. E isso acontece não só porque a música se tornou muito mais simples, mas porque esse tipo de música é mais bem memorizado, não importa o quão estúpido possa parecer — é uma espécie de ’efeito-chiclete’, as músicas que grudam em nossa cabeça. Nosso cérebro tenta encontrar o final para uma melodia incompleta, repetidamente, trazendo-a toda hora na mente. Dessa maneira, essa característica nas canções atuais não acontece por acaso, mas responde a um truque de marketing mais do que inteligente.

Existe alguma maneira de melhorar a música moderna? Na opinião de Joan Serrà, isso pode ser feito reescrevendo as músicas antigas e levando em consideração os requisitos contemporâneos. Ou seja, para fazer com que as músicas antigas sejam impregnadas de novidade, é preciso remover alguns acordes “extras” e fazê-las soar num volume mais alto.

Atualmente, é comum fazer remakes e muitas vezes surge algum que se torna muito popular, especialmente para aquelas pessoas que nunca ouviram sua versão original. Enquanto isso, amantes da música experientes reclamam: “Estragaram essa ótima música!”

Às vezes, no entanto, acontece o contrário. Por exemplo, a música “I’ll always love you”, interpretada por Whitney Houston, foi um sucesso de vendas ainda maior do que a versão original de Dolly Parton, apresentada em 1974.

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados