Ser uma pessoa reclamona pode fazer mal à saúde (a ciência garante)

Saúde
há 4 anos

A vida, como todos sabemos, não é um mar de rosas. Por mais que valha a pena ser vivida, sempre teremos, ao longo de nossa existência inúmeros desafios para superar, sejam eles complexos ou mais simples. Pode ser, por exemplo, um chefe excessivamente rigoroso no emprego, aqueles quilos a mais que insistem em ficar em nosso corpo apesar de todas as dietas, o relacionamento que acabou e até mesmo as enormes e irritantes filas do dia a dia.

Os problemas, claro, sempre podem ser motivos para queixas. Só que alguns encaram as reclamações como verdadeiras “missões de vida” e se tornam verdadeiros “reis do mimimi”. Para eles, nada parece estar bom.

Você conhece alguém assim? Bem, se sim, temos novidades para compartilhar: essa atitude pode fazer mal à saúde.

Incrível.club reuniu para alguns estudos que provam que é melhor tentar sempre ver o copo meio cheio (e não meio vazio), ficando longe das constantes reclamações.

Os cérebros são como massa de modelar

O cérebro funciona como massinha de modelar, afirma Michael Merzenich, um neurocientista que aprofundou suas pesquisas em neuroplasticidade — ciência que diz respeito à capacidade de adaptação do cérebro.

A constatação de Merzenich é relativamente fácil de verificar, pois é um fenômeno que vivemos diariamente: podemos aprender uma nova língua na escola ou nos adaptar a uma rotina completamente diferente daquela com a qual estávamos acostumados. O mesmo acontece com questões negativas, como reclamações, porque nossos cérebros também se adaptam a elas.

Reclamações diminuem nossa esperança e nos deprimem

De acordo com Merzenich, os circuitos cerebrais podem ser literalmente modelados. “Pesquisas confirmam que nossos comportamentos expressivos são o produto dessas redes neurais”, diz o cientista. Isso se aplica à aprendizagem e à memória de comportamentos, como hábitos e rotinas, de modo que reclamar constantemente pode ter efeitos sobre o nosso modo de agir e sobre nossa saúde mental, diminuindo a esperança e afetando nossas emoções.

Os efeitos de se cercar de pessoas negativas

Outro grupo de pesquisadores explica que cercar-se de pessoas negativas pode ser prejudicial para nosso sistema imunológico. Eles asseguraram que os fatores biopsicossociais, como o estresse psicológico, a depressão e influências ambientais, podem afetar a saúde das pessoas. Se nos cercarmos de pessoas negativas, isso pode ter implicações em nosso bem-estar.

Pessoas reclamonas afastam os amigos

Um outro aspecto que pesa contra a visão negativa da vida e das situações do dia a dia é o fato de que gente “para baixo” geralmente tem poucos amigos ou afasta os que possui. Robin Kowalski, psicóloga e autora do livro Complaining, what’s all the fuss about? (Reclamar, o que é toda essa agitação?), especializou-se no tema e garante que quem expressa seu desconforto excessivamente busca empatia e apoio e acredita que seus interlocutores são verdadeiros privilegiados por ouvirem suas reclamações.

Só que, quando essas pessoas recebem conselhos, tendem a discordar dessas sugestões. Isso, por sua vez, tende a manter os possíveis amigos longe. Afinal de contas, ninguém quer conviver com uma pessoa que se queixa o tempo todo e não aceita conselhos.

Não se pode negar o lado positivo dessa questão

Seja como for, é importante destacar que ninguém é obrigado a viver dizendo o tempo todo que a vida é uma maravilha. Há situações que exigem, sim, críticas e reclamações, mesmo que você seja a pessoa mais zen do mundo. O psicólogo Hank Davis assegura que reclamar tem um lado positivo, porque nos faz bem em situações em que nos sentimos sozinhos e indefesos e nos dá a possibilidade de encontrar alguém que também compartilhe nossos sentimentos — uma pessoa que se junte a nós para agir e promover mudanças.

O papel da autoconsciência

Mas, mesmo que haja fatores positivos no ato de reclamar, há maneiras mais eficazes de fazer isso do que “vomitar” todas as suas queixas no ouvido de seus parentes e amigos. Uma ótima maneira de lidar com as situações negativas é por meio da chamada metacognição. Com essa ferramenta, as pessoas podem reconhecer que seus pensamentos e emoções derivados de algo que lhes causou desconforto são o produto de eventos mentais transitórios e que os problemas vão e vem. E, quando reconhecem essa situação, tendem a não se “agarrar” aos problemas. A terapia é uma maneira de pôr em pratica essa técnica.

Aproveitar a vida

O otimismo nos dá vida, diz uma pesquisa realizada com 999 mulheres e homens de 65 a 85 anos de idade. Por meio de um questionário, foram analisados ​​seus níveis de saúde, respeito a si mesmos, otimismo e relacionamento. Os participantes foram acompanhados nos nove anos seguintes — e, claro, considerando a idade, muitos deles faleceram. Aqueles que, pelos questionários, se mostraram altamente otimistas, apresentaram um risco de morte 55% menor que os dos altamente pessimistas. Quando se considera especificamente o risco de morte por doenças cardiovasculares, esse risco é 23% menor.

Uma das possíveis explicações para essa diferença é o fato de que os pessimistas tendem a desenvolver, ao longo da vida, hábitos de maior risco à saúde, como tabagismo, má alimentação e baixo nível de atividade física.

Você se considera uma pessoa reclamona? Ou se vê como um otimista? Deixe suas impressões na seção de comentários.

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