10 Avanços da medicina que nos fazem recuperar a fé no mundo

Saúde
há 4 anos

Nos últimos anos, tratamentos médicos que antes pareciam somente um sonho começaram a se tornar realidade graças a importantes descobertas científicas realizadas na última década. Novas substâncias, aparelhos médicos e até edição genética são alguns delas.

Incrível.club selecionou alguns dos avanços médicos mais interessantes para que você siga acreditando que nossa época é a melhor para estar vivo.

1. Emplastro de mel que cicatriza a pele das pessoas diabéticas

diabetes é uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo. Somente no Estado mexicano de Puebla, por exemplo, mais de 90 mil pessoas padecem dela. Um dos problemas associados a essa efermidade é a formação de feridas no pé e sua má cicatrização, a qual, muitas vezes, leva à amputação da extremidade devido a uma infecção impossível de curar.

A solução para essa complexa doença foi encontrada em um produto simples e ancestral, o mel. Os estudantes de medicina do Centro de Estudos Superiores de Tepeaca, em Puebla, trabalharam em tratamentos para os problemas de saúde produzidos pela diabetes. Um dos alunos falou aos seus colegas sobre os benefícios que o mel proporcionava à sua família, por isso, passaram a submeter esse produto a estudos bacteriológicos para saber mais sobre ele.

Graças a isso, descobriu-se que o mel virgem possui propriedades curativas que podem se aplicar ao tratamento do pé diabético. Com a supervisão do médico e pesquisador Armando Acevedo Méndez, conseguiram criar um emplastro combinando mel com cera da colmeia. Esse emplastro é muito flexível e se adapta a qualquer tamanho.

A aplicação é simples: coloca-se o mel na ferida desinfetada, cobrindo-a com o emplastro de cera e protegendo-a com um tecido chamado organdi. Isso diminui a carga bacteriana da ferida e melhora a cicatrização, revertendo a infecção e salvando o pé de ser amputado.

2. Medicamento que previne a “Síndrome Hemolítico-Urêmica”

Argentina é o país com os índices mais altos do mundo de crianças menores de 5 anos que padecem da Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU), que tem como consequência principal a falha aguda dos rins. Essa doença na Argentina também é conhecida como mal de la hamburguesa (em português: mal do hambúrguer), porque é contraída, principalmente, através de carnes contaminadas com E. coli que não foram bem cozidas.

O fato de ainda não existir um tratamento para essa síndrome motivou alguns especialistas do Hospital Italiano de Buenos Aires e de cientistas do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET) a pesquisar mais sobre como combater os efeitos da toxina Shiga, a causadora dessa perigosa intoxicação.

Seus estudos os levaram a desenvolver um soro de alta potência capaz de desativar a toxina antes que ela afete o organismo. Funciona de maneira similar ao antídoto contra as picadas de cobras e escorpiões, e poderia se transformar no primeiro medicamento capaz de deter o avanço dessa doença.

Atualmente, o desafio para os médicos é diagnosticar o vírus antes que ele prolifere no organismo.

3. Uma dieta balanceada em proteínas pode melhorar os sintomas da doença de Parkinson

A nutrição tem um papel fundamental na saúde de todas as pessoas, mas cientistas descobriram que isso é especialmente relevante para quem padece de Parkinson: eles chegaram à conclusão de que as proteínas e a levodopa, principal medicamento para tratar a doença, competem entre si para serem absorvidas pelo organismo.

Isso quer dizer que os pacientes devem ajustar sua ingestão de proteínas de forma que não interfiram com a levodopa, mas sempre devem consumi-las para evitar o risco de sofrerem de desnutrição.

Mesmo com o um debate sobre se é melhor reservar a maioria das proteínas para a noite ou distribuí-las equitativamente durante o dia para melhorar a efetividade do medicamento, os pesquisadores deixaram claro que é preciso vigiar o seu consumo com o acompanhamento de um nutricionista, já que cada paciente tem necessidades específicas.

Se a proteína, além disso, for de origem vegetal, será melhor para o organismo, já que também é rica em fibra, o que melhora a absorção do medicamento, combate a constipação, protege o coração e ainda proporciona nutrientes necessários para os pacientes.

4. Edição genética

Eliminar doenças através da modificação do genoma humano é um desafio que os cientistas enfrentam por décadas, mas estão cada vez mais próximos de alcançá-lo. Os especialistas já têm as ferramentas para identificar e corrigir as sequências de DNA correspondentes a doenças congênitas.

Os métodos antigos eram muito imprecisos, mas essa inovadora tecnologia, chamada CRISPR (“Repetições palidrômicas curtas agrupadas e regularmente interespaciadas”), utiliza enzimas que permitem fazer os cortes rapidamente e com exatidão.

Entre suas possíveis aplicações está o tratamento em adultos para doenças hereditárias como o câncer, o Alzheimer e outras mais; também houve casos positivos de edição genética em embriões, mesmo que ainda se encontrem em avaliações por parte dos cientistas.

O experimento com seres humanos sempre bate de frente em uma discussão ética e, nesse caso, ainda não se sabe se a edição de um gene errôneo poderia afetar de forma negativa os genes saudáveis ou a descendência desses seres. Tudo o que sabemos é que a ferramenta existe, e será cada vez mais simples, acessível e rápido avançar nessa fascinante área da medicina.

5. Watson, a inteligência artificial de IBM

Para um médico oncologista, ou até mesmo para uma equipe inteira de oncologistas, é possível demorar semanas ou até mesmo anos para chegar a um tratamento adequado para um câncer. Com a ajuda dessa inteligência artificial, disponível para finalidades médicas desde 2015, fazer isso agora leva apenas alguns minutos. Mas Watson não é robô qualquer: ele foi projetado para avaliar os dados e dar as melhores opções existentes em sua base.

Isso é explicado pelo fato de que Watson tem a capacidade de aprender à medida que recebe dados e de analisá-los em velocidades superiores às de qualquer ser humano. Ele é capaz de pegar uma informação relevante de milhões de páginas de textos, publicações, testes médicos e qualquer outra fonte de dados para chegar à conclusões úteis para o médico que trata do caso.

As possibilidades de Watson não se detêm a isso: ele foi capaz de classificar os 1.500 genes do ser humano em questão de meses, e de identificar quais mutações estavam associadas aos tumores de cada paciente correlacionando essa informação com os estudos já existentes.

O mais impressionante? Realizando essa avançada sequenciação de genes, Watson também encontrou todos aqueles que possuem alguma relação com a esclerose lateral amiotrófica, ou doença de Lou Gehrig, até mesmo estabelecendo previsões sobre 5 genes desconhecidos até o momento e dando bases para uma pesquisa mais profunda.

Na medicina o tempo é ouro, portanto, Watson é uma ferramenta imensurável para avançar nesse campo e encontrar curas para as doença mais terríveis.

6. Carros autônomos

Se você viveu nos anos 80, é muito provável que já tenha visto A Super Máquina, uma série protagonizada por David Hasselhoff e seu veículo de alta tecnologia, KITT. Em um futuro próximo, é muito provável que seu carro também possa salvar a sua vida. As funções de piloto automático de alguns carros já estão disponíveis, e será questão de tempo para que sejam incluídas em todas as marcas.

Os cientistas por trás dessa tecnologia sonham com que todos os carros do futuro sejam mais precisos para evitar acidentes, reduzindo, dessa forma, a necessidade de receber atenção médica, seguros e salas de emergência para atender esses casos e, obviamente, salvando assim muitas vidas. Entre outras funções estaria a de monitorar (como KITT) o estado de saúde do condutor e até seus níveis de álcool.

7. Órgãos criados em laboratórios

O transplante de órgãos é uma técnica que já salvou milhões de vidas, mas, em alguns casos, acontece que muitos pacientes submetidos a esse procedimento rejeitam o órgão recebido, e outros se mantêm durante anos em filas de espera por um doador que, talvez, nunca apareça. Foi por essas razões que começaram as pesquisas para obter os órgãos necessários de uma forma mais rápida e segura.

Atualmente, existem diversas tecnologias que permitiram criar órgãos de maneira artificial, e que poderiam ser utilizadas massivamente para transplantes em menos de uma década. No entanto, muitos desses avanços já permitiram melhorar os diagnósticos ao poder visualizar o órgão fora da sala de cirurgia.

O princípio é o mesmo em duas das técnicas empregadas para a organogênese: tomam-se células saudáveis do paciente que são colocadas sobre um “esqueleto” do órgão a ser produzido. Esse suporte e as células interagem em um ambiente que simula as condições do corpo humano até que o órgão esteja pronto para ser transplantado ao paciente.

O que diferencia esses 2 métodos é o material do qual partem para criar as “armações”. Alguns cientistas trabalharam em impressões 3D com plástico biodegradável, ao qual é aplicado um gel de células humanas. Pesquisas mais recentes permitiram imprimir um coração inteiro a partir de tecidos humanos, mesmo que ainda sejam requeridos mais testes para se começar a utilizar esse sistema em grande escala.

A outra forma de conseguir é um pouco mais complexa, e consiste em eliminar todas as células do órgão de um doador, submergindo-as em uma mistura de açúcares e detergente até que reste apenas uma estrutura de colágeno e elastano. O objetivo final de remover as células do doador e de substituí-las pelas do paciente é reduzir ao máximo as possibilidades de que aconteça uma rejeição do órgão pelo organismo.

Outra técnica para gerar órgãos saudáveis, mesmo que ainda não tenha sido posta em prática, é a intervenção de embriões animais com células-tronco humanas, o que permitiria a formação dos mesmos de maneira natural. Esses seres híbridos, denominados quimeras, como na mitologia grega, seriam implantados em uma mãe para se desenvolver, e logo se “plantariam” os órgãos diretamente do animal, no caso de ser necessário.

Esses seriam compatíveis com o paciente, já que teriam suas próprias células. No entanto, ainda faltam muitos estudos e também superar as barreiras éticas para que esse procedimento seja uma realidade.

8. Exoesqueletos

Muitas pessoas que perderam as funções motoras de seus corpos agora têm a esperança de voltar a caminhar graças à aparição de uma tecnologia que pode mudar suas vidas e aumentar sua independência. Os exoesqueletos são estruturas que se acoplam ao corpo do paciente e o sustentam de forma externa para que seja capaz de realizar movimentos com normalidade.

Os modelos variam dependendo da necessidade de cada paciente: alguns são controlados através de um controle, o que representa uma vantagem, já que não são necessárias conexões nervosas funcionais no momento de fazer o exoesqueleto se movimentar.

Outros modelos são controlados mediante a uma combinação entre botões e o peso corporal, e os mais avançados usam sensores que permitem captar os sinais dos cérebros quando o usuário quer fazer um movimento. Cada um está adaptado ao grau de motricidade da pessoa e a ajudam a recuperar o equilíbrio e a autonomia.

Caminhar, subir escadas, retirar brincos, sentar-se: todas essas são ações que se tornam difíceis ou impossíveis de fazer quando se perde a mobilidade, mas os exoesqueletos proporcionam a segurança e estabilidade necessárias para se ter uma melhor qualidade de vida. Por essa razão, seu uso se tornou difundido por todo o mundo, e é provável que a robótica médica seja um dos setores que mais cresçam nas próximas décadas.

9. Robôs cirurgiões

Desde os anos 80, os médicos contam com a assistência robótica, mais ou menos, avançada nas salas de cirurgia. No entanto, com a chegada do robô cirurgião Da Vinci, no início deste século, a medicina alcançou uma precisão nunca antes vista: visão 3D que potencializa 10 vezes as possibilidades do cirurgião, alcance do movimento de 540º, a eliminação dos tremores da mão e algo não menos importante: a comodidade de operar sentado.

No entanto, esse tipo de robô continua sendo uma extensão do cirurgião, até mesmo nos casos em que este se encontre a quilômetros de distância de forma remota. Agora, graças aos avanços do Instituto Sheikh Zayed de Inovação em Cirurgia Pediátrica dos Estados Unidos, os robôs cirurgiões estão alcançando um nível de autonomia inimaginável, mesmo que há tão pouco tempo.

Trata-se de S.T.A.R, uma máquina capaz de aprender e tomar decisões no momento da cirurgia. Ela já demonstrou ter uma maior precisão no momento de suturar um intestino de um porco do que cirurgiões com décadas de experiência, pois seu avançado sistema de visão 3D com luz infravermelha permite a essa máquina aquilo que os humanos não podem. Seus sensores a guiam, e permitem que ela possa decidir o melhor caminho da ação com grande exatidão.

Por hora, S.T.A.R. é um protótipo, mas é outro grande passo no caminho que estão percorrendo as revolucionárias tecnologias no campo da robótica.

10. Nanorrobótica no organismo

Podem ser tão pequenos como um átomo, mas serão capazes de salvar a vida de muitos humanos no futuro. Estes nanorrobôs, chamados assim por serem produtos da nanotecnologia, são a esperança dos tratamentos de múltiplas doenças, especialmente do câncer.

Instituições de todo o mundo estão trabalhando em diferentes modelos de nanorrobôs, os quais variam em sua função e forma de se mobilizar, mas seu objetivo é o mesmo: alcançar lugares inacessíveis para a medicina atual. Aguns transportarão medicamentos para liberá-los sobre as células danificadas, e outros poderão se mover para eliminar obstruções nas vias circulatórias, ou realizar cirurgias a nível molecular de maneira inteligente.

Um dos avanços mais prometedores nesse sentido foi a criação de nanorrobôs baseados no DNA e feitos com materiais biodegradáveis, os quais têm a capacidade de se dobrar e andar pela corrente sanguínea e detectar tumores, envolvê-los e cortar o fornecimento de sangue para que seus tecidos morram sem afetar as células saudáveis, um sistema revolucionário e muito mais preciso que os tratamentos tradicionais.

Essas 10 inovações são o futuro da medicina que nos espera na década que está por começar. Qual o impressionou mais? Qual pareceu ser a mais promissora? Compartilhe seus pensamentos e previsões conosco na seção de comentários!

Ilustradora Anastasiya Pavlova exclusivo para Incrível.club

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