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Esta criatura surgiu em nosso planeta cerca de um bilhão de anos atrás. Ela gosta de ambientes úmidos e pode sobreviver praticamente em qualquer lugar — certamente tem alguma na sua casa agora, enquanto falamos. Sim, estamos falando do mofo, um tipo de fungo que se espalha por meio de partículas bem pequeninas no ar. Os esporos dele são como as sementes de uma planta, apesar de bem menores. Às vezes, eles grudam em roupas ou pelos de animais e viajam longas distâncias sem ser notados. Conseguem sobreviver até em determinados ambientes inóspitos e começam a crescer quando pousam em algum lugar com água, comida e oxigênio suficientes.
O mofo possui todas as cores do arco-íris e cada cor representa um determinado tipo. É comum encontrar o vermelho ou o laranja em ambientes externos. A variedade rosa gosta de ficar em banheiros, em cima de resíduos de shampoo e sabonete. O preto e o verde são os que mais vemos dentro de casa.
Ao contrário das plantas, que usam fotossíntese, o mofo cresce em materiais que consegue digerir. Por menor que seja, um único esporo pode prejudicar muita gente. Mas há mais de 100 mil tipos no mundo e nem todos são perigosos para nossa saúde.
Ugh, você acabou de ver uma coisa verde no seu sanduíche. Mas está só em um pedacinho dele, então que tal cortar a parte infectada e jogar fora? Não, não vai adiantar. As manchinhas verdes na superfície podem ser vistas a olho nu. Mas tem mais coisas escondidas dentro do pão. Se você viu isso tarde demais, depois de ter mordido um pedaço de mofo verde, não corra para o banheiro para esfregar sua língua com sabonete antibacteriano. Você pode até ter comido antes e nem sabia! O mofo cresce facilmente em alimentos macios e porosos como pão, fruta e legumes. Então, ingerir só um pouquinho dele não faz mal, desde que seu sistema imunológico esteja forte — a digestão será como a de qualquer alimento normal. Se passar mal depois, certamente será por causa do sabor estranho e não porque tem algum veneno se espalhando pelo seu corpo.
Então, o melhor a fazer quando se vê um mofo no pão é não colocar a saúde em risco e jogar o lanche todo no lixo. Ele gosta de se instalar em restos de alimentos cozidos, como carne, aves, grãos, macarrão, queijos cottage e cream cheese, iogurte e sour cream. E tem mais facilidade de penetrar em comidas macias, então ele também ama frutas e legumes como morangos, pepinos, pêssegos e tomates. Compotas e geleias são outros alvos fáceis para esse fungo, já que ele se dá muito bem com alimentos doces e açucarados. Credo!
Nem sempre o mofo é um vilão que vai estragar o seu lanche. Você precisa agradecer a ele pelo sabor incomparável dos queijos azuis, como o Gorgonzola, o Roquefort e o Blue. O Camembert e o Brie não seriam tão deliciosos sem o tipo branco em sua superfície. O queijo é composto por 99,99% de leite e seus fabricantes colocam mofo dentro ou fora da peça, dependendo de sua variedade.
Mas se você o encontrar em um queijo que não deveria contê-lo, como cheddar, parmesão ou suíço, isso quer dizer que os mofos adicionados para dar um sabor especial entraram em contato com oxigênio e começaram a se reproduzir e a quebrar gorduras e proteínas descontroladamente. Então, é melhor cortar a parte afetada cuidadosamente, com uma faca, sem encostar nela. Assim, o resto do queijo ainda estará bom para consumo.
Seria impossível produzir molho de soja sem fermentar os grãos e isso acontece graças a um tipo especial de fungo. Quem é fã de salame deveria ser grato ao mofo pelo ótimo sabor que ele dá à carne e por impedir que ela seque muito rápido.
E o mofo também já salvou milhões de vidas. O Penicillium trouxe grandes avanços para a medicina, por produzir naturalmente a famosa penicilina, descoberta acidentalmente pelo pesquisador escocês Alexander Fleming, em 1928.
Determinados tipos também podem servir como fertilizantes em jardins. Alguns fãs de jardinagem passam anos tentando cultivar mofo em folhas para usar em compostagens, pois acreditam que ele melhora a qualidade do solo.
Para evitar que o mofo estrague sua comida, mantenha ela coberta com filme plástico dentro da geladeira. Não deixe restos de alimentos perecíveis dentro de latas — coloque-os em vasilhas herméticas. Controle as datas do que colocou no refrigerador — as sobras não devem ficar lá por mais do que 3 ou 4 dias. Mantenha a geladeira livre de sujeira. Use apenas panos de prato, toalhas, esponjas e mops limpos. Se sentir cheiro de mofo, é porque ele está presente em sua cozinha e cedo ou tarde vai acabar contaminando a comida.
Mas e quando esse fungo se espalha em áreas úmidas da sua casa? Você pode não perceber nenhuma consequência para sua saúde de imediato, mas isso pode surgir com o tempo. À medida que o mofo cresce, seus esporos e fragmentos podem produzir agentes irritantes no ar dentro de casa. Dependendo do quão sensível você for, pode passar a ter dificuldades para respirar. E como o mofo vai quebrando os materiais aos poucos, haverá mais poeira e outras partículas no ar.
Ao tentar retirá-lo da sua casa, você pode acabar tocando sem querer nele, sem usar qualquer proteção. Isso não vai te matar, mas não deixe ele ficar muito tempo em contato com sua pele! Primeiro, lave bem as mãos com sabonete antibacteriano. Esfregue entre os dedos na parte de trás com cuidado e não deixe de limpar debaixo das unhas. Se não conseguir alcançar alguns esporos, use um palito de dentes.
Depois, passe desinfetante nas mãos. E a última etapa é lavá-las de novo com sabonete líquido debaixo de água corrente. Não esqueça de limpar entre os dedos e debaixo das unhas! Não toque em seu rosto até suas mãos estarem perfeitamente higienizadas — você não vai querer inspirar esses esporos! Também é prudente tirar as roupas que estava usando quando esteve em contato com o mofo e lavá-las imediatamente.
É impossível blindar sua casa contra esse fungo, mas você pode torná-la mais resistente a esse intruso. Inspecione e encontre áreas problemáticas. Pode ser um vazamento no porão, uma mancha de água no teto ou uma janela que sempre fica coberta com vapor de água. Conserte esses problemas e faça seu lar ficar mais ventilado. Aparelhos de ar-condicionado e desumidificadores ajudam. Abra uma janela enquanto estiver cozinhando ou tomando banho, para que a umidade possa sair. Confira regularmente se as calhas do telhado estão limpas e no lugar certo. Invista em medidores e monitore o ar de casa. O ideal é entre 30 e 60 por cento de umidade.
Sempre retire roupas molhadas da máquina de lavar, a menos que queira emprestá-las para o mofo. O melhor a fazer é pendurá-las ao ar livre e esperar que sequem totalmente antes de guardá-las. Esvazie gavetas e armários que você raramente abre e os faça ventilar de vez em quando. Nunca deixe o piso e as paredes do banheiro úmidos depois de tomar banho. E limpe sua casa regularmente — assim, esse fungo nojento não terá chance.
A terra molhada de seus vasos de plantas é o sonho de todo mofo. Para salvar suas plantinhas, não as regue demais e deixe o ar fresco circular no cômodo onde elas estão. Se vir mofo começando a crescer nelas, dilua duas colheres de sopa de vinagre branco em um pouco de água dentro de um borrifador e aplique essa mistura. Você também pode fazer o mesmo usando uma colher de sopa de bicarbonato de sódio.
Existe um mito de que o cloro pode ajudar a eliminar o mofo. Mas, na verdade, ele só ajuda a remover a parte visível — os esporos continuarão lá, se reproduzindo.
Dependendo da sua profissão, você também pode encontrar esse vilão em seu local de trabalho. Lugares pouco ventilados, estufas, fazendas e até livrarias e bibliotecas são áreas de risco. O papel contém celulose, um alimento perfeito para alguns tipos de mofo. Livros velhos que foram armazenados em salas úmidas por muitos anos podem esconder milhões de esporos dele. As regras para se proteger no trabalho são praticamente as mesmas da sua casa: limpe tudo regularmente, seque superfícies úmidas e, se isso for impossível, use luvas quando estiver em contato com o mofo.