Existe água em Marte, mas será que é boa para bebermos?

Curiosidades
há 2 anos

Este planeta parece sem vida. Tem cor vermelho-tijolo e é muito seco, como um deserto. Mas só até se chegar a um de seus polos. É aí que você se depara com uma calota de gelo aparentemente interminável! Portanto, se imagina Marte como um lugar extremamente seco, talvez precise mudar de opinião! Os cientistas acham que poderia ter havido muita água ali no passado. O que os faz pensar assim? Eles encontraram muitas redes de vales de rios antigos e leitos de lagos na superfície do Planeta Vermelho. Além disso, por lá existem minerais e rochas que só poderiam ter se formado em água líquida. Esse corpo espacial pode até ter experimentado inundações terríveis há 3 bilhões e meio de anos.

Hoje em dia, ainda há um pouco de água no em Marte. É verdade que sua atmosfera é muito fina para que ela permaneça em estado líquido na superfície. Mas e abaixo dela? É uma questão diferente. Talvez haja água sob o planeta em suas regiões polares. O único lugar onde ela é visível é na calota de gelo do polo norte. Além disso, às vezes a salgada desce pelas paredes das crateras e encostas. E há ínfimas quantidades na atmosfera — mas só na forma de vapor. De qualquer forma, agora que sabemos com certeza que há água líquida em Marte, poderíamos provavelmente usá-la durante uma visita operada por humanos?

Assim, a nave que chegasse da Terra não precisaria levar a sua própria. Isso tornaria a carga muito mais leve, o que, por sua vez, diminuiria o custo da missão! A espaçonave só precisaria levar água suficiente para chegar ao Planeta Vermelho e o equipamento que os astronautas precisarão para filtrar a marciana para torná-la potável.

Mas nem tudo é sol e arco-íris. O principal problema é que a água encontrada em Marte é salgada! Talvez até tanto quanto nos oceanos daqui. Mas esses sais não são o que encontramos na Terra. Se uma pessoa consumisse uma certa quantidade, eles seriam altamente tóxicos. Em nosso planeta, esses sais são formados como subprodutos de combustível de foguetes, bem como de sinalizadores de trânsito e fogos de artifício. Naturalmente, ocorrem apenas em áreas muito secas. Se não houver bactérias específicas para quebrá-las, essas substâncias se acumulam ano após ano e sua concentração na água aumenta constantemente.

Mas, em teoria, é possível purificar até isso. O processo de filtragem pode ajudar os astronautas a se livrar de 90% das substâncias nocivas. Então eles poderiam usar uma unidade de desinfecção UV, o que também os ajudaria a se livrar de quaisquer micróbios estranhos (se houver) que possam estar escondidos na água. Este estágio não apenas protegeria os astronautas, mas também os impediria de trazer quaisquer micróbios marcianos adormecidos para cá.

Em outras palavras, os futuros viajantes a Marte não devem ter muitos problemas com água potável. Mas somente se levarem o equipamento de purificação adequado, que possa lidar com qualquer qualidade desse precioso líquido. Porque, por pior que seja ficar sem ele no meio de um deserto, acontecer isso em outro planeta parece muito mais assustador!

Agora, eu tenho outra pergunta. Se existe água em Marte, também pode haver em outros mundos em nosso Sistema Solar? Claro! Vamos visitar alguns deles! Começando com Europa, uma das maiores luas de Júpiter. Os astrônomos consideram este um dos lugares mais promissores do Sistema Solar para a busca de novas formas de vida. Tudo porque conta com um enorme oceano salgado com uma profundidade de 65 a 160 km. Sim, está escondido sob uma camada de gelo estimada em 15 a 30 km de espessura. Mas ainda é potencialmente habitável. Os astrônomos afirmam que plumas de água irrompem de rachaduras na casca de gelo e liberam o conteúdo do oceano da lua no espaço.

Há também algumas evidências de que o oceano pode ter água quente irradiando do equador da lua. O que também significa que talvez a vida por lá exista, e seja complexa. Bem, acho que descobriremos tudo a respeito disso em 2030, quando a missão Europa Clipper da NASA chegar ao satélite e conduzir sua própria investigação.
E vamos para Encélado, a lua de Saturno. As pessoas conhecem este pequeno mundo sonolento desde 1789. Seu diâmetro é de apenas 500 km. Mas, apesar de seu tamanho, é um dos locais mais intrigantes do nosso Sistema Solar, porque provavelmente também abriga um oceano líquido quente e salgado.

Erupções aquosas acontecem por lá com bastante regularidade — Encélado expele de seus gêiseres de gelo mais de 1.000 toneladas de água a cada hora. Ela é misturada com moléculas orgânicas, sal e outras substâncias. Os astrônomos acreditam que o oceano pode estar quente graças à influência das marés de Saturno. O arrasto do planeta pode causar atividade hidrotermal, aquecendo os oceanos. Também existem lugares no Sistema Solar que talvez contenham água em sua superfície, mas sua presença ainda não foi confirmada. Por exemplo, Ganímedes, outra lua de Júpiter. É a maior do Sistema Solar, superando até mesmo o planeta Mercúrio!

Os astrônomos há muito acreditam que existe um oceano sob a crosta de gelo de 160 quilômetros de espessura que cobre a lua. E em 2015, a atividade das auroras de Ganímedes também indicou que este oceano poderia ser quente e salgado. Ao contrário de Europa, a atividade de gêiseres de gelo nessa lua ainda não foi detectada. A razão pode ser uma distância muito maior entre ela e Júpiter do que entre o gigante gasoso e Europa.

É preciso considerar que existem os “talvez”. São mundos onde parece haver água, mas não sabemos até que ponto ela é líquida. Um desses é Calisto, que — você adivinhou? — é outra lua de Júpiter. Está muito longe de seu planeta-mãe e também não recebe tanta radiação quanto outros satélites naturais. Além disso, possui um campo magnético, o que definitivamente adiciona alguma proteção. Os astrônomos afirmam que há água neste mundo distante. Mas a falta de atividade geológica pode significar que ele talvez não tenha um oceano sem algum tipo de anticongelante espacial. Em outras palavras, toda aquela água no satélite de Júpiter pode ser um grande — e eu falo sério — pedaço de gelo.

Agora, vamos visitar outro corpo espacial — mas desta vez não é uma lua e sim um planeta anão. Veja, aqui está Ceres. Embora as pessoas o conheçam desde 1801, seu pequeno tamanho dificultou seu estudo. Até pouco tempo atrás, esse corpo espacial era considerado um mundo rochoso. Mas depois que a espaçonave Dawn chegou até lá em 2015 e o examinou, uma nova teoria apareceu. Ceres pode ser menos uma bola rochosa e mais um planeta aquoso coberto por um manto gelado e um oceano lamacento movendo-se abaixo.

Se for verdade, pode se tornar o mundo mais próximo da Terra com um oceano.
Titã é a maior lua de Saturno. Possui algumas das mais abundantes poças de líquido do Sistema Solar. Sua superfície é uma pasta de gelo de água e gelo feito de muitos compostos diferentes, como hidrocarbonetos. O satélite também tem nuvens densas que explodem regularmente com chuva. E se você visitasse este lugar, veria rios, lagos e um oceano feito de metano e etano escondidos sob a crosta gelada.

Agora, vamos falar sobre o pobre Plutão, que mudou de status algumas vezes. Quando a New Horizons da NASA voou pelo planeta anão em 2015, descobriu um indício de algo totalmente inesperado — um oceano! Plutão é um mundo gelado. Mas há duas coisas que fazem os cientistas pensarem que pode ter hospedado um oceano. Primeiro, uma teoria de que ele e suas cinco luas poderiam ter se formado a partir dos mesmos materiais após uma forte colisão. E segundo, as forças de maré entre Plutão e seu maior satélite natural, Caronte. Melhor ainda, isso deixa em aberto a possibilidade de que o oceano ainda esteja por perto! Só precisamos de mais tempo para examinar o local.

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados