10 Frases aparentemente inofensivas no momento da alimentação que prejudicam a autoestima da criança

Dicas
há 4 anos

“Coma mais alguns pedaços deste peixe porque faz muito bem para a saúde”, repetiram incessantemente na nossa infância. E, obedientemente, abríamos a boca, mesmo que ainda não conseguíssemos comer sozinhos. Era um problema dizer não às solicitações incisivas da nossa querida mãe ou avó. Além disso, também queríamos ser mais fortes e saudáveis do que uma irmã mais velha ou o filho do vizinho, com quem éramos tantas vezes comparados. Infelizmente, o que nossos pais, avós ou cuidadores não sabiam é que todos esses conselhos poderiam ser a causa do desenvolvimento de complexos sérios, contra os quais muitos de nós acabamos sendo forçados a lutar na idade adulta.

O Incrível.club traz para você algumas frases pronunciadas por nossos atenciosos pais nos momentos das nossas refeições e apresenta uma reflexão de como elas podem influenciar a mente frágil de uma criança.

1. "Veja como sua irmã (amigo / irmão / filho de um vizinho) come bem. E você está mexendo com esse garfo no seu prato há uma hora!

Os pais acreditam que estão passando um bom exemplo para a criança, mas quando somos menores, entendemos as coisas de uma maneira diferente: “Outra criança faz algo melhor, o que significa que é melhor que eu”.

Com esse comportamento, ingerir certos alimentos pode se tornar traumático. Além disso, a necessidade de comparar-se constantemente com os demais pode se tornar um hábito e talvez permanecerá para sempre. E, obviamente, não é algo bom.

2. “Eu não me importo se você está com fome ou não. Coma tudo... e rápido!”

Claro, é frustrante passar um tempão na cozinha e depois ver seu amado filho torcer o nariz se recusando a comer aquilo que foi preparado com tanto amor. E é assim que surgem essas frases “educativas”, nas quais a criança ingere a comida “salpicada” de lágrimas.

O problema é que a criança pode se acostumar a acreditar que seus desejos e expectativas não interessam a ninguém. E nem a ela mesma. Esse costume também pode passar para sua vida adulta: é quase impossível adaptar-se a uma equipe sob a premissa de que “eu sou o pior”.

Talvez seja muito mais fácil perguntar ao seu filho o que ele gostaria de comer ou preparar opções nutritivas que ele não estranhe tanto o sabor.

3. “Comeu tudo? Muito bem!”

A criança chega a uma conclusão bastante simples: “Para ganhar um elogio, sempre tenho que comer até o último grão, mesmo que eu não esteja com vontade”.

Esse desejo de agradar os adultos acaba por levá-los a comer demais, o que faz com que possam desenvolver problemas com excesso de peso durante a infância. Um pouco mais tarde, forma-se o hábito de comer “porque todo mundo come”, principalmente na presença de seus colegas, ou comer todo o prato para não ofender o anfitrião.

Portanto, é melhor elogiar a criança por suas conquistas reais. O que não é o caso de finalizar um prato de comida, mesmo sem ter vontade. O alimento foi feito para nos manter vivos e não para sermos recompensados.

4. “Você sabe quanto isto custa? Nós gastamos todo o dinheiro com você e não vemos sua gratidão!”

Naturalmente, os pais tentam alimentar a criança com os alimentos mais saudáveis. Eles estão sempre dispostos a fazer o maior esforço e os “filhos ingratos” não valorizam seu empenho.

O resultado disso não é bom: a criança cresce com um sentimento de culpa. Primeiro, em relação aos pais e, depois, ao mundo inteiro. Ao chefe, que começa a perceber esse comportamento e sabe o que falar para fazer com que aquela antiga criança culpada trabalhe no final de semana, sem ser devidamente remunerada por isso. E até para em relação a um vendedor de loja, que se esforça tanto para mostrar os produtos, que a pessoa se sente desconfortável em não levar nada.

5. “E o primeiro pedaço vai para...”

É uma pergunta comum até para os adultos. Porém, para as crianças, pode ser algo bastante desafiador. A necessidade de escolher entre os pais, os irmãos, os avós, os tios ou primos pode criar confusão e até mesmo um certo constrangimento.

Desta forma, é possível que a criança crie um sentimento de que precisa escolher sempre uma pessoa mais importante e talvez não desenvolva seu amor próprio, pois dificilmente o primeiro pedaço vai para ela mesma, que não irá “se escolher”.

6. “Ninguém vai me agradecer por ter feito todo o almoço? Pelo menos recolham as coisas da mesa e lavem os pratos”

Você reconhece esse tipo de frase? Parece familiar? Nós a ouvimos em casa e até mesmo na escola. Em geral, depois de recebermos esse tipo de ordens, nem sequer queremos agradecer, mesmo que a comida seja a mais deliciosa do mundo. Que tipo de gratidão pode surgir da obrigação?

Não é segredo que essa educação autoritária acaba com a relação entre pais e filhos e, ao mesmo tempo, gere uma forte aversão às tarefas domésticas.

Talvez seria mais fácil mudar a estratégia: depois da refeição, pergunte ao pequeno se ele gostou do que comeu e sugira que leve os pratos à cozinha. Essas pequenas atitudes podem acabar fazendo toda a diferença.

7. “Isto é comida saudável! Você precisa comê-la!”

“Você precisa comer!”, mesmo que este prato seja novo para a criança e não gere nele nenhum desejo de experimentá-lo.

É muito melhor brincar com o pequenino e instigá-lo a descobrir novos sabores. Tente descrever o sabor desse produto e as substâncias benéficas que ele contém.

Caso contrário, daqui a alguns anos essa criança poderá se transformar em um exemplo clássico de uma pessoa acostumada a fazer tudo pela força e limitar-se dos prazeres. Apenas pelo fato de que “precisa” fazer algo.

8. “Se comer tudo vai ter uma sobremesa deliciosa”

Essa frase funciona como se fosse o caso de efeito de ação e reação: se resolver o problema, receberá uma recompensa saborosa. Os psicólogos argumentam que, a partir desse comportamento, a criança pode desenvolver todos os tipos de transtornos alimentares, como “engolir” os problemas com algo rico ou não desistir de uma atitude autodestrutiva, como se fosse uma punição por uma falha ou um erro.

Ao enfrentar qualquer estresse, a criança, e mais tarde aquele adulto, irá se aproximar da geladeira para comer algo doce, para ter novamente aquela sensação recompensadora. E então um sentimento de culpa por excesso de comida irá invadi-lo. Um círculo vicioso, certo?

9. “Nós só comemos alimentos saudáveis!”

“A carne com gordura faz mal, o açúcar é um veneno branco, os ovos são um verdadeiro foco de colesterol”. Assim, a criança chegará a uma conclusão simples: “Eu amo produtos que fazem mal à saúde. Isso significa que algo está errado comigo”.

Esse tipo de situação gera um ambiente “excelente” para criar uma pessoa hipocondríaca, que em sua vida adulto provavelmente sofrerá com a dependência por comida. Essas pessoas, muitas vezes, viciam-se em produtos nocivos, que foram estritamente proibidos em sua infância.

10. “Por que está comendo tanto? Você vai explodir!”

É isso que os pais costumam falar para os filhos na adolescência, quando seu corpo, em pleno processo de crescimento, exige muito mais alimentos que o normal. O efeito mais doloroso de tudo isso é que, exatamente nessa idade, é muito importante para os adolescentes ouvirem que são bonitos, necessários e amados.

Mesmo que a criança tenha problemas com excesso de peso, não insista constantemente no assunto. É melhor trabalhar em conjunto, com uma estratégia de alimentação saudável, do que criar uma pessoa com um sentimento crônico de culpa.

Você concorda que tais frases nunca devem ser ditas a uma criança? Ou, ao contrário, acredita que as crianças não são tão delicadas a ponto de criarem traumas por conta de algumas palavras? Gostaríamos de saber sua opinião nos comentários!

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