22 Dados pouco conhecidos sobre Jacques Cousteau (graças a ele, o petróleo não é extraído na Antártica)

Curiosidades
há 4 anos

As gerações mais jovens talvez não se lembrem do cineasta francês Jacques-Yves Cousteau (1910-1997). Mas ele foi e é, até hoje, um mito da exploração dos mares e da defesa do Meio Ambiente. Cousteau, com seu famoso gorro vermelho e seu navio Calypso, ajudaram a despertar o interesse pela pesquisa oceanográfica e a proteção da vida marinha. Mas o lendário francês possui uma história riquíssima, da qual fazem parte o aperfeiçoamento de novos equipamentos de mergulho, a produção de diversos filmes e até a conquista de três Oscars.

Ele é uma personalidade tão lembrada na França que, no Carnaval de Marselha, ocasionalmente, é possível ver pessoas fantasiadas do explorador. Mas a vida do grande francês também é digna de admiração, pois, além desses fatos, ele lutou pelo meio ambiente em meados do século XX, muito antes de a sociedade começar a se interessar por esse tema.

Incrível.club estudou com imenso prazer a história do homem que mudou para sempre a forma de a humanidade enxergar a vida nos oceanos e compartilha com você alguns fatos curiosos sobre sua rica história.

O submarino de Jacques-Yves Cousteau do lado de fora do Museu Oceanográfico de Mônaco

  • Quando Cousteau e seu irmão eram pequenos, seu pai foi trabalhar nos Estados Unidos e a família se mudou para lá. Os irmãos entraram em uma escola local e aprenderam a falar fluentemente o inglês.
  • Cousteau sonhava em se tornar piloto, mas teve de deixar de lado esse desejo depois de um acidente automobilístico em que quebrou as duas mãos.
  • Em sua juventude, construiu um carro elétrico completamente sozinho.
  • Durante a Segunda Guerra Mundial, fez parte da resistência francesa contra os invasores alemães, ajudou a frota de seu país a se unir aos aliados e organizou uma operação de comando para destruir a rede de espionagem italiana na França. Mais tarde, Cousteau recebeu a patente de comandante da Legião de Honra, entre outras condecorações militares.
  • Depois da guerra, desativou minas marinhas.

Preparação de Jacques Cousteau para um mergulho, 1965

  • Em 1943, em plena Segunda Guerra, para produzir seu segundo filme, colou uma grande quantidade de filmes cinematográficos para câmeras infantis de modo a criar uma película de longa duração, porque não tinha conseguido material na quantidade de que precisava para criar um longa metragem.
  • Cousteau conquistou três Oscars e, além disso, foi a única pessoa a receber uma Palma de Ouro no Festival de Cannes por um documentário em 48 anos.
  • Fez um filme sobre o Lago Baikal, o mais profundo do mundo.
  • Durante um ano inteiro participou da filmagem do programa de TV Those Amazing Animals, em que uma das apresentadoras era Priscilla Presley, ex-mulher de Elvis Presley.
  • Em 1985, a equipe de Cousteau visitou Cuba para estudar uma espécie única de lagosta. Fidel Castro, que tinha lido livros do explorador e queria conhecê-lo, foi ao barco de Cousteau para jantar. Naquela noite, o líder cubano e o pesquisador francês se tornaram amigos e, graças a essa amizade especial, foram libertados 80 presos políticos.

Mas a personalidade e o reconhecimento do explorador francês estavam acima das disputas da Guerra Fria e ele era bem visto tanto do lado americano quanto do soviético — sob o qual estava Cuba. O então presidente dos EUA, John F. Kennedy, entregou a Cousteau a medalha da Sociedade Geográfica Americana, na Casa Branca.

À direita de Cousteau está o editor da revista National Geographic, Melville Bell Grosvenor. Atrás dele se encontra o embaixador francês, Hervé Alphand e sua esposa Nicole Alphand Merenda, além da esposa de Cousteau, Simone Melchior Cousteau, à direita do embaixador.

  • As primeiras pesquisas após a Segunda Guerra Mundial foram feitas por Cousteau na companhia do oficial da Marinha Philippe Tailliez e do mergulhador Frédéric Dumas. Possivelmente devido ao nome de Frédéric, começaram a chamá-los de “os mosqueteiros do mar” — o autor de Os Três Mosqueteiros foi o também francês Alexandre Dumas.
  • Graças às invenções de Cousteau, surgiu a arqueologia subaquática. Ele conduziu a primeira expedição arqueológica na Tunísia, em 1948. Naquela época, descobriu um navio romano, que hoje está aberto para mergulhadores.

25 de junho de 1989. Jacques Cousteau aparece na foto na frente de um balão aerostático no formato de uma baleia azul de 50 metros. Ela fazia parte de uma campanha publicitária para a abertura do Museu Marinho no distrito Halles, em Paris

  • Certa vez, Cousteau se deparou com um velho navio caça-minas britânico usado na Segunda Guerra ainda na ativa e que fazia o percurso entre uma das ilhas Malta e Gozo (também parte do arquipélago de Malta). Apesar de ser um barco normal, Cousteau o considerou ideal para explorar os oceanos. Assim começou a história do famoso Calypso.
  • O milionário e filantropo britânico Thomas Loel financiou a compra do navio, cobrando dele o valor simbólico de 1 franco por ano a título de pagamento. Thomas comprou o barco e pediu a Cousteau duas coisas: não contar nada para ninguém sobre a ajuda recebida e nunca mais voltar a lhe pedir dinheiro.
  • O Calypso, uma das marcas registradas de Cousteau, esteve na ativa até 1996, quando foi abalroado por outro navio em Cingapura e afundou. Atualmente, está em restauração.

Calypso em Montreal, no Canadá, 1980

  • Na década de 1960, Cousteau liderou uma pesquisa científica cujos participantes viveram e trabalharam por muito tempo debaixo da água. Os laboratórios Conshelf I, II e III estavam localizados a uma profundidade de 10, 30 e 102,4 metros, respectivamente, no Mar Mediterrâneo, perto de Marselha, na costa da França. O objetivo do experimento era descobrir se as pessoas conseguiriam viver constantemente debaixo da água.
  • No início, os participantes submergiam em duplas e permaneciam na base durante sete dias. Na terceira ocasião, seis pessoas viveram ali por três semanas. Os resultados desses experimentos são utilizados até hoje para a preparação de astronautas para a vida no espaço.
  • Os edifícios do laboratório continuam preservados.

Mergulhador diante do Conshelf II, 2017

  • Em 1960, um depósito de lixo radioativo ia ser instalado no Mar Mediterrâneo. A Comissão Francesa de Energias Alternativas e Energia Atômica chegou, inclusive, a alegar que o projeto havia sido apoiado por oceanógrafos, embora os cientistas estivessem convencidos de que a quantidade de lixo seria muito menor do que a que acabou sendo, de fato, descartada. Cousteau lançou uma ruidosa campanha pública contra a ação e um grupo de ativistas ambientais liderado por ele chegou, inclusive a se deitar nos trilhos de uma ferrovia para parar o trem que transportava o material radioativo.
  • Em 1990, a Fundação Cousteau lançou uma petição mundial pela proibição das extrações de minerais na Antártica. A petição foi bem-sucedida e a proibição entrou em vigor. Atualmente, a Antártica é visitada apenas por cientistas e turistas e não há qualquer tipo de exploração mineral no continente, seja de minério de ferro ou de petróleo, por exemplo.
  • Não muito longe da Estação Antártica brasileira Comandante Ferraz há o esqueleto de uma baleia jubarte. Os ossos foram colocados no local em 1972 pela equipe de Cousteau, que, com isso, queria lembrar o trágico destino das baleias no século XX.

Cientistas brasileiros perto da Estação Comandante Ferraz, em 10 de março de 2014

Você já viu os filmes de Cousteau? Se lembra do famoso explorador francês?

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