14 Mitos sobre cachorros que já deveriam ter sido derrubados há tempos

Curiosidades
há 4 anos

Quando adotamos um cachorro, é normal que ele se torne uma espécie de membro da família. Afinal, o animal passa a ser muito querido e a ganhar tudo do melhor. Mas será que sempre entendemos nossos pets? Será que nossos conceitos sobre o treinamento canino acompanham os padrões mais atualizados sobre o assunto?

Como bons apaixonados por cachorros, nós, do Incrível.club, resolvemos checar diferentes fontes, e descobrimos que muitos dos truques adotados por donos de cães não funcionam na prática. Além disso, ficou claro que vários conselhos dados por passeadores profissionais acarretam mais prejuízos que benefícios aos bichos.

1. Quando o cachorro boceja é porque está precisando dormir

Em certas ocasiões, os donos podem perceber que o cachorro boceja quando não está necessariamente se preparando para dormir: quando está brincando ou ao ser acariciado, sobretudo por pessoas desconhecidas, por exemplo. Isso não quer dizer que esteja entediado ou querendo dormir. Para os cães, bocejar é uma forma de superar a excitação e aliviar o estresse.

2. A saliva dos cachorros tem propriedades curativas

Algumas pessoas têm certeza disso e até fazem questão de que o cachorro lamba as próprias feridas e machucados. Só que lambida alguma irá acelerar o processo de cicatrização!

A boca de um cachorro não pode ser considerada limpa. Afinal, os animais não usam pasta de dentes como os humanos, pegam alimentos do chão, lambem o próprio corpo e podem, por meio da saliva, levar bactérias à ferida. E o resultado disso pode acabar sendo um abcesso.

Não permita que seu cão lamba as próprias feridas. Para que elas cicatrizem em menos tempo, é preciso fazer o contrário: evitar as lambidas colocando um cone veterinário no pescoço do bicho.

3. O melhor alimento para cães é carne crua

Alguns donos de cachorros acreditam que os animais devem ser alimentados com carne crua, sob o argumento de que os lobos (parentes próximos dos cães) se alimentam assim na natureza. Porém, os adeptos da tese não levam em conta que, após milhares de anos vivendo ao lado dos humanos, os cachorros passaram por adaptações e se acostumaram com outro tipo de alimento. Além disso, a carne não tem todos os nutrientes e vitaminas necessários para o cachorro. Sem falar que carne crua costuma ter muitos micro-organismos patógenos e parasitas.

4. O pelo dos cachorros precisa ser removido no verão, pois eles sentem calor

É relativamente comum encontrar humanos que tosam seus cachorros no verão, acreditando que, assim, evitarão que o animal sofra com o calor. Contudo, a prática não é correta na maioria dos casos, já que a pelagem canina fica mais densa no inverno para proteger contra o frio. Mas no verão, durante a troca de pelo, o animal acaba ficando apenas com a pelagem necessária para que se sinta confortável. Após a tosa, os fios podem crescer com a estrutura modificada, resultando em nós difíceis de serem removidos, entre outros inconvenientes. É melhor pensar em outro método para proteger seu amigo canino durante as altas temperaturas.

5. Calçados para cachorros só existem por uma questão estética

Cachorro com calçado não é o mesmo que um gato de botas, ou seja, algo digno de conto de fadas. Em alguns casos, o acessório deve ser usado por uma necessidade real. Sim, podemos dizer que a Mãe Natureza deu aos cães a capacidade de se movimentar sobre praticamente qualquer superfície, e em qualquer clima. Contudo, é preciso levar em consideração que as ruas atuais são cheias de asfalto tratado com produtos químicos. No calor, o chão nessas condições fica extremamente quente. Sem falar que as patas dos cachorros que vivem em casas tendem a ser mais sensíveis do que as de cães de rua.

6. É impossível ensinar novos truques a um cachorro velho

Adestrar ou treinar um cachorro para seguir determinadas ordens não é apenas possível, como é necessário, independentemente da idade do bicho. Só que, quando o animal já é adulto, precisamos ter mais tempo e paciência. Treinadores de cachorros e psicólogos de animais consideram que um dos métodos mais eficientes para adestrar cães de idade avançada é com uso de um “clicker”, um pequeno aparelho que faz um estalo quando pressionado. Eles orientam ainda que as pessoas evitem o uso de coleiras rígidas e elétricas, assim como estrangulamentos e outros métodos de “força” contra o animal.

7. Se o cachorro reage de forma exagerada quando o dono chega em casa é porque o ama muito

Não é porque seu cachorro perde o controle quando você chega em casa (correndo em círculos, pulando, latindo e até fazendo xixi ou cocô) que ele o ama mais do que o cão que recebe o dono com um simples abanar da cauda. Isso quer dizer apenas que o comportamento do cachorro nunca foi direcionado. Existem diferentes métodos para ensinar o cão a receber o dono e outras pessoas de forma tranquila.

8. Todos os cachorros adoram nadar

Quando colocamos um cachorro na água, ele instintivamente movimenta as patas (talvez você até tenha visto na Web algum vídeo mostrando algo parecido). Mas isso não quer necessariamente dizer que todos os cães sejam nadadores super habilidosos. De fato, a maioria dos cachorros sabe nadar e até gosta da atividade. Mas há outros que precisam ser acostumados a esse tipo de situação. E há ainda os que não conseguem sequer chegar perto da água.

Entre os cães que não nadam bem estão aqueles com peitoral avantajado e crânio pesado, como mastim, buldogue, dachshund e boxer. E é preciso ter cuidado ao colocar cachorros pequenos na água, pois eles podem sofrer de hipotermia.

9. Se o cão não tem contato com outros animais, não precisa ser vacinado

Nem todas as vacinas existentes são necessárias para seu cão. Mas o conjunto de imunizações obrigatórias precisa ser administrado, independentemente do local onde o animal viva. Por exemplo, vacinas contra raiva, leptospirose e enterite são fundamentais para qualquer cachorro, ainda que ele viva em apartamento e saia à rua só às vezes. Afinal, ainda que pequeno, o risco de contágio não pode ser excluído. Antes de vacinar seu cachorro, consulte um veterinário.

10. Quando o focinho está ressecado é porque o cachorro está doente

Trata-se de um mito que já foi derrubado várias vezes, mas muitos donos de cachorros continuam tocando no focinho de seus pets e se preocupando caso a região esteja seca e quente. Nem sempre um focinho frio e úmido aponta para uma boa saúde do animal. Na verdade, em alguns casos pode até ser sintoma de rinite. Preste atenção à pele e ao focinho do seu animal: caso perceba a presença de uma camada seca ou de fissuras, leve-o ao veterinário. Mas, de forma geral, o ideal é prestar atenção ao comportamento e ao apetite do cachorro, e não à temperatura e umidade do focinho.

11. É preciso dar ossos para o cachorro morder

Durante séculos, a humanidade acreditou que os ossos fossem fundamentais para os cachorros. O mito existe basicamente por conta de pinturas e da literatura antiga relatando esse tipo de comportamento. Mas a verdade é que os ossos podem machucar os cachorros. Os compridos, como coxas de galinha, são especialmente perigosos. Um cachorro é capaz de morder os ossos com facilidade, podendo se engasgar com fragmentos afiados, que por sua vez têm o potencial de lesionar o trato digestivo. Em alguns casos, isso pode ser fatal.

Hoje, os pet shops oferecem muitos produtos que os cachorros podem mastigar sem correr riscos. Outra possibilidade é dar ao animal um osso cru, que não quebre.

12. Sempre que o cachorro balança o rabo, é porque é dócil

Situações desagradáveis já ocorreram por conta dessa crença popular: o cachorro balança o rabo e, diante disso, alguém resolve acariciá-lo, mas acaba ganhando uma mordida. As pessoas se acostumaram a considerar que o balanço da cauda revela docilidade canina, mas a verdade não é bem essa.

É preciso observar outros sinais: um cachorro que realmente quer ser acariciado, além de balançar o rabo, ficará de pé sobre as patas traseiras, exibirá a parte das costas e ficará girando em torno do próprio corpo. Se o cão fica imóvel, movendo apenas a cauda, é porque possivelmente está tenso e prestes a atacar.

13. Os vira-latas e os cachorros de rua são mais saudáveis que os de raça

Esse mito é tão popular que muita gente deixa de vacinar seus vira-latas acreditando que eles passaram gerações nas ruas, adquirindo um sistema imunológico mais forte e capaz de superar doenças. Mas isso não é verdade. A expectativa de vida de cães que vivem nas ruas é muito baixa. Eles costumam morrer das mesmas doenças que afetam os cachorros de raça. A diferença é que os de rua não costumam ser diagnosticados nem cuidados por alguém.

14. Quando o cão faz as necessidades fisiológicas no lugar errado, é preciso esfregar o focinho dele no local

Já está comprovado há muito tempo que o truque não funciona. Ensinar um cachorro a fazer cocô e xixi na rua lembra o processo de fazer uma criança usar o vaso sanitário. Só dá certo com esforço positivo e medidas “preventivas”: com frequência, dê ao seu cão a chance de fazer as necessidades fora de casa.

Você conhece outros mitos envolvendo cuidados com cachorros? Em sua opinião, qual a medida mais importante que um humano pode tomar ao adotar um cão? Comente!

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