10 Métodos de vigilância online que os anunciantes da Internet utilizam para nos monitorar

Curiosidades
há 4 anos

Você já deve ter percebido que o Google e as redes sociais conhecem o comportamento de cada um de nós como consumidores. Eles possuem nossos dados básicos, identificam nossos gostos e hábitos de compra e, aparentemente, sabem até sobre nosso estado de ânimo.

Essa espécie de monitoramento não é novidade para a maioria das pessoas que navega nas redes sociais. Portanto, se você quer continuar sua vida online, o melhor a fazer é se acostumar. A questão é que muitos aspectos desse big brother digital ainda assustam. Por exemplo, a chamada publicidade dirigida. Você não fica com uma pulga atrás da orelha quando, por exemplo, navega pelas redes sociais e dá de cara com um anúncio daquele sapato que acabou de experimentar em uma loja do shopping? Será só coincidência? Ou tudo está interligado para capturar seus gostos como consumidor e fazer você comprar aquele produto? O que, afinal, as marcas sabem a respeito de cada um de nós?

A equipe do Incrível.club traz, neste post, 10 respostas para essa pergunta. Acompanhe.

1. As marcas obtêm muitos dos nossos dados das redes sociais

As redes sociais trabalham com os anunciantes (as empresas) fornecendo a eles nossas informações pessoais. Quando criamos um perfil no Instagram, Facebook, YouTube ou outro, oferecemos, de cara, dados como idade, país e cidade onde vivemos. Depois, ao longo do tempo, por meio de posts e curtidas, vamos “abastecendo” as redes (e, portanto, as empresas) com informações valiosas sobre nossos hábitos de consumo — tais como gosto musical, prato preferido, filmes de que mais gostamos, etc. Portanto, se na seção de interesses pessoais você mencionou “tocar guitarra”, por exemplo, não se surpreenda se sua timeline for inundada por anúncios de guitarras e instrumentos musicais.

Talvez você não tenha se dado conta, mas na política de privacidade do Google está escrito o seguinte:

“(...) o Google também coleta informações sobre você de fontes de acesso público. Por exemplo, se seu nome aparecer em um jornal local, o mecanismo de pesquisa do Google poderá indexar esse artigo e exibi-lo para outras pessoas, se elas pesquisarem pelo seu nome. Também podemos coletar informações sobre você de parceiros confiáveis, incluindo parceiros de marketing que nos fornecem informações sobre clientes em potencial para nossos serviços comerciais e parceiros de segurança que nos fornecem informações para proteção contra abuso. Também recebemos informações de anunciantes para fornecer serviços de publicidade e pesquisa em nome deles”.

2. Utilizam dados offline de seus aplicativos

Os apps que baixamos o tempo todo em nossos celulares também são fontes de informação offline. É comum, por exemplo, esses aplicativos permitirem que anotemos como nos sentimos em relação a um treino que acabamos de fazer (os destinados a condicionamento físico, evidentemente) ou o que achamos de um determinado prato que acabamos de preparar. É evidente que esses dados são usados com fins comerciais, até porque, ao instalar o app, você aceita as condições de uso de suas informações pessoais.

Segundo a revista Forbes, essas informações offline acabam indo parar nos bancos de dados das empresas graças a algumas plataformas que têm justamente essa função, como a Segmento. Esse programa utiliza uma tecnologia que permite comprar espaços publicitários nas redes sociais em tempo real. Falando de uma maneira mais clara, o sistema trabalha com uma espécie de leilão entre as empresas interessadas em um usuário/consumidor com um determinado perfil. Anuncia quem pagar mais. O sistema (e outros similares) é tão desenvolvido que permite identificar quais são os consumidores que estão mais propensos a gastar.

Um outro aspecto da mesma questão é o de que muitos apps permitem que você crie um perfil apenas utilizando a conta no Facebook ou no Gmail, por exemplo. Se, por um lado, esse processo facilita a vida (na medida em permite pular aquele processo chato de se cadastrar em um site), por outro dá acesso a todo nosso perfil como clientes — nossos contatos, fotos, etc. Essa é mais uma maneira de saber mais sobre nós.

3. Identificam os sites que acessamos

Você já percebeu que, ao entrar em um site, muitas vezes surge uma janela avisando sobre a presença de cookies? E você sabe o que são esses tais de “cookies”? Não, nesse caso não são biscoitos. Estamos falando, aqui, de pequenos arquivos que capturam dados quando estamos navegando em uma determinada página na Internet. Os anúncios que aparecem em nossos computadores quando navegamos (e que na maioria das vezes são de produtos que já pesquisamos de alguma maneira) são baseados justamente nos cookies, que, por sua vez, gravam informações sobre os movimentos que fazemos nos sites, as buscas que realizamos e nossos cliques nesses sites.

Cerca de 80% dos sites existentes no mundo utilizam os chamados contadores e widgets, que, por sua vez, coletam informações sobre nossas atividades na Internet. Rússia, Estados Unidos e Reino Unido estão entre os países com maior número de sensores ocultos para identificar o comportamento dos usuários.

4. Eles identificam sua preferência pelas palavras que você usa nas buscas no Google

Serviços de busca como o Google (de longe o mais popular), Bing (da Microsoft) e Yahoo analisam os temas que procuramos e, com base neles, oferecem anúncios juntamente com os resultados de buscas regulares — no caso do Google, esses anúncios ficam no topo da página de resultados da busca e são identificados com a palavra “Anúncio” logo abaixo do título.

A rigor, as empresas pagam os buscadores para que suas ofertas sejam posicionadas nessa área de anúncios no topo da página de resultados. E, quando mais de uma empresa se interessa por colocar a oferta ali (digamos, duas ou três lojas online de material esportivo quando você procurou por “camisetas de futebol”), o Google e os outros buscadores realizam leilões para determinar o posicionamento dessas ofertas. Fica acima de todos quem paga mais.

É por isso que, quando buscamos “hotel”, por exemplo, na maioria dos casos vemos, no topo, grandes redes de hospedagem. Essas empresas reservam, atualmente, uma parcela bastante considerável de sua verba de marketing para anunciar no Google. E, na lateral da página de busca, entram outros anúncios, de hotéis menores ou serviços de compras de passagens aéreas, por exemplo.

5. Identificam suas compras por meio de cartão de crédito

Cada vez que usamos o cartão para uma compra em uma loja (online ou offline), estamos fornecendo informações sobre nossos hábitos de consumo. Muitas empresas podem usar esses dados para identificar nossos gostos e preferências, assim como os de outros clientes. Se, por exemplo, o sistema identifica que outros clientes com o mesmo perfil que o seu estão adquirindo um determinado item, mas que você não o fez, não se surpreenda se, de repente, esse mesmo produto começar a ser anunciado em sua timeline nas mídias sociais ou em banners de sites que você visita.

Mais ou menos na mesma linha, muitos dos sites de e-commerce começam a entender nossos gostos e a recomendar produtos com base no que já compramos — um livro com o mesmo perfil de outro que já adquirimos nesse mesmo site, por exemplo. As lojas online geralmente utilizam cookies (já falamos deles neste post) e, com base neles, conseguem rastrear nossas compras e, inclusive, os produtos que já colocamos no carrinho virtual.

6. Utilizam seus dados de navegação no Wi-Fi grátis

Pode ser muito preocupante quando nos damos conta de que os anunciantes online aparentemente seguem nossos passos mesmo quando não estamos logados. Quer um exemplo? Você acessa o Instagram e dá de cara com o anúncio de um café em seu bairro. O mesmo local no qual você esteve algumas horas antes.

Bem, nesse caso, o mais comum é que as informações tenham sido obtidas por meio da rede de Wi-Fi com a qual você navegou quando estava no estabelecimento. Afinal, para acessar a Internet gratuita, é preciso, no mínimo, fornecer informações como telefone e código postal (na maioria dos casos). Esses dados são repassados aos provedores que, por sua vez, podem repassá-los aos anunciantes. E é por isso que, logo depois de ter ido ao café, você pode encontrar anúncios na sua timeline.

Outra questão é que, quando você está com seu celular no comando de conectar redes de Wi-Fi, toda vez que encontrar um roteador ele automaticamente tentará se conectar e isso, por sua vez, abre as portas para mais anúncios publicitários com foco em seu perfil como consumidor.

7. Te perseguem de um site a outro

Sempre que você dá um like em um post ou compartilha algo de que gostou, os mecanismos das redes sociais identificam essas ações como comportamentos que indicam seus gostos como consumidor e, automaticamente, passam a direcionar a você anúncios sobre produtos relacionados — imagine, por exemplo, que tenha curtido um post no qual um amigo mostra que adquiriu um determinado veículo. É bastante esperado que sua timeline passe a receber propaganda da mesma marca de automóveis ou mesmo de marcas concorrentes.

Hoje em dia, as empresas conseguem rastrear nosso comportamento como consumidores por meio de um sistema moderno conhecido como lookalike. Esse mecanismo permite apresentar banners (anúncios) sobre determinados produtos ou serviços somente às pessoas adequadas. Embora atual, a dinâmica por trás do sistema é relativamente simples: uma busca é realizada na base de clientes de modo a identificar apenas os potenciais consumidores com um perfil parecido com o daquele que tem sido o maior interessado por esse produto ou serviço.

8. Eles acompanham suas rotas

Plataformas como Instagram e Google, por exemplo, disponibilizam ferramentas que podem ser utilizadas por qualquer empresa ou organização para apresentar seus anúncios a um público determinado, identificando, inclusive, sua movimentação em uma determinada cidade. Assim, se todos os dias passamos por uma mesma rua na qual fica um café, restaurante ou supermercado, por exemplo, é possível que comecemos a receber propaganda desses estabelecimentos em sites e nas redes sociais — e até de outras empresas que ficam no mesmo bairro.

Se você utiliza o Wi-Fi do Metrô (nos locais em que esse serviço é disponibilizado, é claro), é possível, inclusive, rastrear o seu caminho habitual nesse meio de transporte.

9. Utilizam o sistema de dupla autorização

Você já notou que, hoje em dia, é possível refazer a senha do Google fornecendo o e-mail ou o número do celular? Bem, esse é mais um recurso que os sites utilizam para rastrear nossos hábitos de consumo e, dessa maneira, direcionar os anúncios de produtos e serviços que receberemos quando estivermos navegando na Internet.

10. Avaliam todas as buscas que você realiza por meio de comandos de voz

É possível que você ou algum amigo já tenha passado pela seguinte situação: a pessoa comenta em algum grupo a respeito de um show ao qual gostaria de ir, por exemplo, e, logo depois, recebe anúncios na Internet sobre ingressos para esse mesmo concerto. Surreal, não? Mas como isso acontece?

Sim, por incrível que pareça, é provável que nos escutem. Só que não nossas conversas do cotidiano, quando não estamos falando ao celular, mas aquelas situações em que utilizamos os comandos de voz do aparelho. Uma vez que damos um clique no ícone de microfone e dizemos “Ok, Google!” ou “Oi, Siri!”, estamos (literalmente!) “dando a letra” sobre nossos gostos para empresas e anunciantes. Todas as buscas realizadas por comando de voz ou por outros serviços que utilizam sistemas de reconhecimento de voz do Google podem ser usadas para fins comerciais.

E você, já se assustou com esse tipo de anúncio? Considera as propagandas, mesmo que direcionadas, uma invasão de privacidade? Ou entende que é uma forma de oferecer apenas produtos e serviços que fazem sentido para você? Conte para nós nos comentários!

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