10 Programas de humor que fizeram história na TV brasileira

Famosos
há 5 anos

Quem ri hoje com programas como “Tá no Ar” ou “Zorra”, deve estes momentos de alegria às décadas que foram construídas por alguns dos melhores atores e comediantes do Brasil. Alguns ainda hoje muito vivos na memória de todos nós.

Incrível.club relembra a partir de agora algumas dessas atrações que fizeram história na televisão brasileira, alguns ainda do tempo em que as imagens eram em preto e branco.

Família Trapo

Exibição: 1967-1971

Um dos mais importantes humorísticos da da TV brasileira, era transmitido no sábado à noite mais nobre horário da televisão no fim dos anos 1960. Com plateia e em cenário único, a sala de uma casa de classe média paulistana, o programa da Record foi um enorme sucesso. Faziam parte do elenco, entre outros, Renata Fronzi, Ronald Golias e Jô Soares, que era redator do programa ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega.

Um dos momentos mais marcantes foi o episódio que teve a participação de Pelé. O mordomo Gordon, personagem interpretado por Jô Soares, ensina o Rei do Futebol como cobrar pênalti.

Faça Humor, Não Faça Guerra

Exibição: 1970-1973

Primeira atração que teve Jô Soares como grande estrela, a atração tinha também no time de redatores Ricardo Corte Real, outra estrela da “Família Trapo”, além de talentos como Max Nunes, parceiro eterno de Jô. A importância de “Faça Humor, Não Faça Guerra” não é pequena. Antes dele, os humorísticos brasileiros eram adaptações de formatos existentes no rádio e no teatro. Este foi o primeiro a ser feito pensado especialmente para exibição na TV.

Um elenco que tinha também Renata Fronzi (outra da “Família Trapo”) e Sandra Bréa, entre outros. A atração trazia quadros que apresentaram alguns dos personagens que ficaram eternizados na interpretação de Jô Soares, como Norminha, uma jovem cantora hippie. É o berço do que viria a ser, anos mais tarde, o “Viva o Gordo”.

Os Trapalhões

Exibição: 1977-1995

Um dos humorísticos que mais tempo ficou no ar na televisão brasileira, a atração liderada por Renato Aragão, o Didi, ia ao ar nas noites de domingo na TV Globo, antes do “Fantástico”, mas sua trajetória já havia começado antes. Desde 1966, Didi e seu talentoso coadjuvante Dedé já eram as estrelas do programa “Adoráveis Trapalhões” na extinta TV Excelsior. Passaram então pela Record, quando Mussum entrou no grupo, e apenas na Tupi é que o grupo se completou, com a chegada de Zacarias.

O programa era formado por uma série de esquetes e de atrações e paródias musicais que não tinham necessariamente uma conexão entre si. Ficou muito famosa uma paródia de “Teresinha”, canção de Chico Buarque famosa na voz de Maria Bethânia, hilariamente protagonizada por Didi.

Chico Anysio Show

Exibição: 1982-1990

Chico Anysio é uma espécie de Pelé do humor brasileiro. Sua entrada na TV aconteceu no fim dos anos 1950, mas foi com o Chico Anysio Show, nos tempos de TV Globo (a atração também foi exibida em outros períodos e emissoras), que viveu seu período de maior sucesso e deu a notoriedade merecida ao comediante cearense, morto em 2012.

Chico eternizou centenas de personagens e tipos, como Alberto Roberto, Bento Carneiro (o vampiro brasileiro), Professor Raimundo e Salomé, alguns deles que ganharam quadros em outros programas, como o “Zorra Total”.

A Praça é Nossa

Exibição: desde 1987

Um formato simples, um homem sentado em um branco de praça por onde passam diversos tipos em esquetes que têm sempre o mesmo cenário (a praça). O programa humorístico que está há mais tempo no ar no Brasil é exibido pelo SBT e segue a ideia da “Praça da Alegria”, que tinha como figura sentada no banco Manuel de Nóbrega, pai de Carlos Alberto de Nóbrega — que era o redator final da atração. O programa tem ainda um papel importante: empregou diversos atores e humoristas que estavam desempregados ou em situação difícil.

Cheio de bordões e com humor extremamente popular, “A Praça a Nossa” continua até hoje sendo uma das maiores audiências e receitas publicitárias do SBT. Sem se renovar e mantendo o público.

TV Pirata

Exibição: 1988-1990 e 1992

Não é exagero dizer que a TV Pirata transformou o humor televisivo no Brasil. Apenas três anos depois da extinção da censura e da ditadura militar, o programa reuniu um grupo de talentosos redatores e atores, misturando jovens e experientes e gente vinda de outras mídias, sem ter experiência em TV. Humor ácido, como nunca havia sido feito no País, ironizava a própria televisão e tornou famosos personagens que são lembrados até hoje, como Barbosa, vivido por Ney Latorraca.

Cláudia Raia, símbolo sexual da época, teve de brigar com o diretor Guel Arraes para interpretar Tonhão, uma presidiária lésbica que foi responsável, segundo Cláudia, por fazer com que as pessoas a vissem como uma atriz. “Era uma televisão feita por gente que já via televisão desde pequenininha e um tipo de ator que tinha um humor diferente”, diz Regina Casé ao site "Memória Globo.

Escolinha do Professor Raimundo

Exibição: 1990-1995 e 2001

Criada originalmente como uma atração de rádio — foi criada em 1952 na rádio Mayrink Veiga -, estreou na televisão em 1957, como um quadro do programa “Noites Cariocas”, da TV Rio. Mas teve seu período de sucesso enorme no início dos anos 1990, com Chico Anysio liderando como escada um grupo que reunia alguns dos principais humoristas da história do País. Além de ter entre seus alunos atores como Costinha, Grande Otelo, Lúcio Mauro, Rogério Cardoso, Zezé Macedo e Zilda Cardoso, ainda revelou talentos como Tom Cavalcante.

O mais famoso dos bordões em um programa repleto de bordões era o do próprio Chico Anysio, na pele do professor Raimundo Nonato: enquanto fazia um sinal de pouca quantidade com os dedos indicador e polegar, dizia “e o salário, ó”. Uma nova versão da “Escolinha” estreou em 2015 com novos atores nos papeis dos velhos personagens e Bruno Mazzeo, filho de Chico, como Raimundo.

Casseta & Planeta, Urgente!

Exibição: 1992-2010

O grupo carioca de redatores de humor estourou nos anos 1980 dividido em duas equipes. Uma, produzia o jornal “O Planeta Diário”. Outra era responsável pela revista “A Casseta Popular”. As duas redações se juntaram e passaram a escrever programas de televisão, como a “TV Pirata”, até que ganharam uma atração própria em 1992, na TV Globo. Inovadores e desbocados, chocavam com seu humor ácido e político quando a ditadura militar (e a censura) havia terminado há apenas sete anos.

Ficaram famosos personagens como Maçaranduba, Seu Creysson e o presidente Viajando Henrique Cardoso, assim como quadros que envolviam as Organizações Tabajara e paródias de programas da própria Globo, principalmente novelas. O grupo protagonizou filme e hoje têm um canal no YouTube — são apenas cinco, já que Bussunda morreu em 2006 e Reinaldo deixou a equipe.

Sai de Baixo

Exibição: 1996-2002

Herdeiro da “Família Trapo”, o humorístico da TV Globo guardava as mesmas características do antecessor: gravado em teatro, tendo como cenário único a sala de um apartamento em São Paulo, com plateia e cheio de improvisação do grupo de atores que teve Miguel Falabella, Marisa Orth, Luís Gustavo e Aracy Balabanian em todas as temporadas. Foi ao ar de 1996 a 2002 nas noites de domingo e virou filme anos mais tarde, lançado em 2019.

Dos momentos mais marcantes, dois eram protagonizados por Falabella: o bordão “Cala a boca, Magda”, dirigido à mulher pouco inteligente vivida por Marisa Orth, e o ódio de seu personagem aos pobres, sempre terminando com o bordão “Eu tenho horror a pobre!”

CQC

Exibição: 2008-2015

O formato do programa vem da TV argentina, mas é inegável a importância da atração (sigla de Custe o que Custar). Em uma mistura de humor e jornalismo, colocou dedo na ferida em diversos problemas e sociais e políticos brasileiros, entrevistando e fazendo perguntas a políticos que pouca gente havia antes tido coragem de fazer. Apresentado quase em todas as temporadas pelo veterano Marcelo Tas, reuniu na frente e atrás das câmeras um grupo de jovens talentosos, muitos deles que seguiram com carreiras sólidas até hoje, como Marco Luque, Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Dani Calabresa e Monica Iozzi.

E você, já riu com algum destes programas? Conte o seu preferido ou qual colocaria na lista. Deixe seu comentário.

Imagem de capa TV Globo

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados