Questões éticas desconcertantes que ninguém conseguiu resolver

Curiosidades
há 2 anos

Em alguns casos, uma mesma atitude pode ser correta e errada ao mesmo tempo. Situações assim geralmente suscitam questões éticas e, independentemente da opção que você escolher, poderá sempre ser colocada em xeque.

Nesse post, o Incrível.club apresenta algumas questões éticas que são consideradas cruciais pela sociedade, e que estão há anos sem solução.

1. Tatuagens de “não ressuscite”

Muitos médicos e pessoas de outras profissões tatuam em seus corpos a inscrição “Não ressuscitar” ou “Não intubar”.

Isso significa que, se o sujeito for levado ao hospital, ele não quer que seu peito seja cortado e seu coração massageado. Também não quer receber choque elétrico nem ser intubado.

Quando um médico encontra essa inscrição, enfrenta uma tarefa nada desejável: determinar se a tatuagem serve como um documento legal ou se é simplesmente uma inscrição sem valor. Em 2012, houve um caso de um homem tatuou uma frase similar por ter perdido uma aposta, mas felizmente os documentos confirmaram que ele realmente queria viver e ser ressuscitado.

“Não ressuscitar”

Outro caso ocorreu em 2017, quando um homem de 70 anos foi levado ao hospital inconsciente, em choque e sem documentos. Tudo o que ele tinha era a tatuagem: “Não ressuscitar”. Antes de prestar assistência médica, os médicos tiveram de ligar para um consultor, que determinou que a inscrição poderia ser realmente o desejo do paciente.

Mas a questão dessas tatuagens pode ser ainda mais controversa. A família de uma pessoa pode processar o médico que se recusou a tratar alguém com base na inscrição. Por outro lado, o paciente também pode acordar e processar os profissionais ao descobrir que seu desejo não foi respeitado. Como isso, o médico está em um beco sem saída.

O que você faria no lugar dos médicos?

É importante destacar que, aqui no Brasil, o Código Civil proíbe a disposição do próprio corpo quando isso implicar redução da integridade física ou atentar contra os bons costumes. Em tese, essa regra permitiria que um médico interviesse em uma vítima independentemente do que estiver escrito na tatuagem sem correr o risco de ter de indenizar essa vítima ou seus familiares posteriormente.

2. Advogados têm direito ao segredo profissional, ainda que uma pessoa inocente seja obrigada a passar a vida na cadeia por conta disso

E, 1982, um homem chamado Andrew Wilson atirou e matou um guarda durante um roubo a uma cafeteria. Logo, as pessoas da região, querendo receber a recompensa anunciada, identificaram outra pessoa, Elton Logan, como sendo o criminoso.

À esquerda - Elton Logan (inocente). À direita - Andrew Wilson (criminoso).

De qualquer forma, Wilson acabou preso por outro homicídio. E confessou o primeiro assassinato apenas para seus advogados, sabendo que o sigilo profissional não permitiria que eles contassem aquilo a ninguém. Esses advogados estiveram presentes no julgamento de Logan. Caso o homem tivesse sido condenado à morte, os defensores de Wilson poderiam quebrar o sigilo profissional para salvar a vida do homem. Mas não foi o que aconteceu: Elton Logan foi sentenciado à prisão perpétua.

Wilson morreu em 2007, e só então seus advogados foram capazes de revelar o segredo e fazer Logan sair da cadeia, em 2008. Naquela altura, o homem já tinha passado quase metade de sua vida na prisão.

O que você faria se estivesse no lugar dos advogados?

No Brasil, o sigilo profissional é assegurado pela Constituição e pelo Estatuto da Advocacia.

3. Teste de medicamentos

Antes de um novo remédio começar a ser vendido, deve ser submetido a uma série de testes clínicos durante os quais a substância é dada a determinado grupo de pessoas, enquanto outro grupo recebe um placebo.

As leis de muitos países proíbem esses testes em mulheres grávidas. Ou seja, os médicos não podem administrar nada a uma grávida, ainda que a vida da mulher dependa disso, caso o remédio não tenha sido testado. Assim, ficamos diante de uma escolha: dar o remédio não autorizado à mulher ou testar a substância no próprio corpo. Em ambos os casos, não uma, mas duas pessoas poderiam morrer.

Que opção você faria?

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