6 Características regionais que fazem com que as Festas Juninas sejam uma das melhores tradições do Brasil

Curiosidades
há 1 ano

Há quem diga que a principal festa brasileira, depois do carnaval, acontece em junho! Mesmo quem é mais caseiro e prefere se ausentar nas folias do início do ano costuma não dispensar um passeio em uma “quermesse” ou “arraiá”, nem que seja para experimentar as comidas típicas, com lugar cativo nos nossos corações — e estômagos.

Nós, do Incrível.club, adoramos as Festas Juninas e fomos atrás das diferenças regionais que fazem com que esta seja uma das datas mais esperadas no calendário festivo brasileiro. Confira!

1. Comidas típicas

A culinária derivada do milho é a grande rainha dos festejos juninos e faz tanto sucesso por estar profundamente ligada à simplicidade, aquilo que muita gente conhece por comida afetiva. No Nordeste, a presença do mungunzá e do cuscuz é garantida. No Centro-Oeste e no Sudeste, a pamonha, o curau e a broa de milho são os destaques da festa. Na região Sul, o bolo de milho, de fubá e a canjica são as grandes atrações gastronômicas. A pipoca e o milho-verde cozido ou assado estão presentes nos festejos de todo o país.

Mas nem só com milho se faz uma Festa Junina. Outros ingredientes, tão típicos quanto, são bastante consumidos nessa época, também conforme a região. Enquanto as cocadas e o bolo de coco são mais consumidos no Nordeste, o bolo de mandioca e a tapioca são muito queridos na região Norte.

O Sul traz alguns pratos feitos à base de pinhão, como a farofa e o entrevero — uma mistura de carnes fritas com a semente cozida. No Sudeste, o arroz-doce, a maçã do amor e a queijadinha são os destaques. A unanimidade nacional, nesse caso, fica com os doces à base de amendoim, como o pé-de-moleque, as rapaduras e a paçoca! Já ficou com água na boca?

2. Bebidas que aquecem o coração

Assim como as comidas típicas das Festas Juninas têm uma verdadeira legião de fãs, as bebidas também não ficam atrás e mostram ter o seu valor, especialmente nas regiões mais frias do país, já que, além de aquecer o corpo, oferecendo mais energia para curtir a festa, ainda aquecem os corações, pois também entram na categoria afetiva.

É claro que estamos falando do Sudeste e do Centro-oeste, o caldo de cana e o popular café coado são as estrelas da festa. No Nordeste, o chocolate quente cremoso já virou tradição nessa época do ano, ao lado do aluá, uma bebida feita à base de pão e especiarias, que leva quatro dias para ficar pronta.

No Sudeste, o suco de milho também é bastante consumido nessa época e, por último, mas não menos importante, em todas as regiões do país, o protagonismo fica por conta do popular “quentão”, feito com suco de uva, açúcar, laranja, limão ou maçã e especiarias como gengibre, cravo e canela.

3. Valorização das tradições regionais

A cultura regional brasileira é vasta, diversificada e extremamente rica. E com as festas juninas não seria diferente, não é mesmo? Na região Norte, junho é sinônimo de uma das festas mais importantes, que mobiliza e emociona a comunidade durante todo o ano e faz a alegria dos visitantes: é o boi-bumbá, ou bumba meu boi, que mistura dança, música, teatro, artesanato, crenças, mitos e saberes em um espetáculo grandioso.

As principais festas da região acontecem em Parintins, no Amazonas, onde existe um bumbódromo com capacidade para 35 mil pessoas, e de onde vêm os bois mais famosos do Brasil: o Garantido e o Caprichoso.

A região Nordeste do país é uma das mais tradicionais no aspecto cultural e é o grande destaque brasileiro quando se trata de festas juninas. As cidades de Campina Grande, na Paraíba e Caruaru, em Pernambuco, disputam o título de maior São João do Mundo. Mossoró, no Rio Grande do Norte, se intitula como “cidade junina”, onde existe um evento chamado Chuva de Bala no País de Mossoró, que remete à expulsão do bando de Lampião da cidade, em 1927.

Na região, ainda é bastante famoso o bumba meu boi de São Luís, no Maranhão, que recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, concedido pela Unesco, em 2019. Aracaju, em Sergipe, é a casa do Forró Caju, que valoriza a cultura local, além de promover shows com grandes nomes da música brasileira.

Já no Centro-Oeste, nas cidades de Corumbá e Ladário, no Mato Grosso do Sul, muitas pessoas se banham no rio Paraguai para atrair proteção e prosperidade, em um evento conhecido como Banho de São João, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil, desde 2021.

4. Brincadeiras para todos os gostos, idades e condições

Vamos combinar: as brincadeiras das festas juninas, além de muito divertidas, são extremamente democráticas. Além de possibilitar que pessoas de diferentes idades e condições físicas participem, são adequadas aos mais desinibidos, assim como para os tímidos.

Entre tantas brincadeiras, algumas ocupam lugar de destaque e são unanimidade em todo o país, como a quadrilha. Todavia, é claro que cada região tem suas peculiaridades adicionadas à brincadeira. O Sul traz muitos elementos da cultura do gaúcho, como as vestimentas e o chimarrão. No Nordeste, algumas quadrilhas utilizam trajes e elementos que remetem ao cangaço. O pau-de-sebo é outra brincadeira nordestina, mas é para quem não tem vergonha, está com o preparo físico em dia e não tem medo de altura!

No Sudeste, a pedida é se divertir com o jogo de argolas, a boca do palhaço, o tomba latas, o rabo do burro, a corrida do saco. Para curtir a festa, os mais inibidos podem participar do bingo, do correio elegante e da pescaria, além de assistir às outras brincadeiras.

5. Figurinos

Engana-se quem pensa que o Brasil todo usa o mesmos estilo de roupas nas festas juninas. Assim como as tradições e culturas variam de uma região para outra, a indumentária também muda, tanto no estilo quanto para se adequar ao clima.

Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o que predomina é o xadrez e as roupas que fazem alusão ao universo sertanejo ou de peão de rodeio. Calça jeans, botas de cowboy, camisa xadrez e aquela fivela de respeito compõem o visual dos homens enquanto as mulheres preferem vestidos com estampa quadriculada, ou saias e shorts jeans, acompanhados de camisa xadrez e penteados típicos.

Já na região Nordeste, um belo vestido feito com chita, tule ou cetim, com muitas camadas de babados na saia e corpinho justo pode ser utilizado, e é sempre uma boa pedida para as festas juninas. Alguns homens e mulheres também usam roupas típicas com alusão ao cangaço, geralmente, mais enfeitadas que de costume.

Na região Sul, principalmente no estado do Rio Grande do Sul, alguns homens utilizam os trajes típicos gaúchos, como bota e bombacha, acompanhados de camisa xadrez, por exemplo. As mulheres podem usar vestido ou saia de prenda e complementar o look com casacos mais pesados e penteados típicos.

6. A pausa no meio do ano

Finalmente, a última grande vantagem das festas juninas: a pausa para dar aquela respirada e descansada na metade do ano, priorizando o convívio com a família e com os amigos, se divertindo e renovando as energias para seguir firme e forte! Talvez esse seja o aspecto mais democrático das festas juninas, pois, mesmo que você não goste delas, das comidas e bebidas, das tradições e brincadeiras, dar aquela relaxada, descansar e curtir as atrações é sempre bem-vindo, não é mesmo?

Inclusive, isso muda de região para região. Enquanto na maior parte do país os festejos duram algumas semanas, no Nordeste é comum que as Festas Juninas sejam as mais longas do Brasil, com mais de um mês de duração.

Agora queremos saber: qual a tradição mais importante das festas juninas na região em que você mora? Gosta de participar dos festejos? Qual a sua comida típica preferida? Conte nos comentários!

Imagem de capa Pixnio

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