A explicação científica de 11 lendas e histórias famosas

Curiosidades
há 1 ano

Muito provavelmente você já viu imagens de unicórnios ou já ouviu histórias sobre ciclopes e centauros. Mas alguma vez já parou para pesquisar um pouco sobre a origem desses mitos? E já leu alguma explicação científica sobre eles?

Confira as informações que trazemos hoje e entenda melhor como surgiram os grandes mitos históricos.

O Grande Dilúvio

Alguns cientistas dizem que na origem do mito do Grande Dilúvio está uma grande inundação que ocorrera na Mesopotâmia.

Segundo cálculos, entre 10 mil e 15 mil anos a.C. houve uma enorme inundação na zona do mar Cáspio provocada por degelo da última glaciação. Essa inundação foi tão grande que no estreito de Bósforo (região onde hoje fica Istambul, Turquia) se formou uma enorme cachoeira pela qual passavam aproximadamente 40 km³ de água (200 vezes mais que nas cataratas do Niágara, por exemplo).

Ou seja, segundo essa versão científica, mais do que chuva, a culpa do dilúvio foi do lento degelo provocado pelo fim da glaciação.

Os gigantes

Na Irlanda, até o dia de hoje se contam lendas sobre gigantes. A endocrinologista Marta Korbonits, da Universidade Queen Mary, de Londres, percebeu que as lendas antigas podiam ter algum tipo de explicação científica. Em uma grande quantidade de habitantes da Irlanda foi descoberta a mutação do gene AIP. É precisamente essa mutação a responsável pelo desenvolvimento da acromegalia e do gigantismo. Se na Grã Bretanha uma em cada duas mil pessoas tem essa mutação, em Ulster, Irlanda, ela está em uma de cada 150 pessoas.

Um dos gigantes mais famosos da Irlanda foi Charles Byrne (1761-1783), que media mais de 2,30 metros. As lendas afirmam que os gigantes sempre têm uma força enorme, mas nem tudo é fácil. Pessoas com acromegalia e gigantismo costumam sofrer de problemas cardiovasculares, de visão e sofrem muitas dores nas articulações. Sem tratamento, eles raramente vivem mais de 30 anos.

Lobisomens

A lenda dos homens lobo tem várias fontes. Em primeiro lugar, a vida dos humanos sempre esteve ligada à natureza. Desde a antiguidade existem imagens de arte rupestre com híbridos de homens e animais. As pessoas queriam ser mais fortes, escolhiam um animal e usavam sua pele. As infusões alucinógenas que os guerreiros consumiam antes das batalhas os faziam sentir como lobos infalíveis.

Em segundo lugar, a lenda existe pela presença de uma doença genética chamada de hipertricose: crescimento excessivo de pelo no corpo e no rosto, também chamada de ’síndrome do homem lobo’. Além da doença genética, existe um problema psicológico chamado de licantropia clínica, que apresenta ataques em que a pessoa perde a razão e a consciência da condição humana, e acredita ser um lobo. A doença fica mais intensa em função das fases da lua.

Vampiros

porfiria é uma forma rara de desordem genética sofrida por uma em cada 200 mil pessoas que provoca, entre outros sintomas, uma super sensibilidade à luz. Se um dos pais tem porfiria, existe 25% de probabilidade de que o filho também tenha. Essa doença se caracteriza pela alteração metabólica do grupo heme, que causa a decomposição da hemoglobina com radiação ultravioleta. Como foi dito, a luz do sol causa grande sofrimento aos pacientes com essa doença, por isso eles se veem obrigados a se protegerem em espaços fechados durante o dia e só podem sair na rua durante a noite.

Quando a doença aparece de forma ’severa’ (imagens fortes; se você for sensível, não clique) os tendões dos pacientes se deformam, causando torsão nos dedos. A pele em volta dos lábios e as gengivas secam, os dentes incisivos ficam descobertos até a gengiva e adquirem um tom avermelhado.

Além disso, algumas avaliações indicam que o alho deixa a doença mais sensível. Pessoas com porfiria foram persequidas durante a Idade Média, principalmente durante o período da Inquisição. Elas sofriam muitos castigos e também eram queimadas em fogueiras.

Dragões

A teoria da conexão entre os ossos de dinossauros e os dragões foi confirmada na Mongólia. Na região, a palavra ’dragão’ aparece em vários nomes geográficos. Isso acontece porque em algumas partes do deserto de Gobi (uma das regiões mais secass do mundo) qualquer pessoa pode encontrar com facilidade ossos de dinossauros, que ficam em camadas mais próximas da superfície. Isso faz com que existam também muitas escavações ilegais.

Mas por que as pessoas associam os dragões a répteis com garras e escamas? Talvez por analogia. A aparência exterior de um esqueleto de dinossauro é similar aos ossos dos lagartos, cobras e crocodilos modernos. São também as cobras e as lagartixas que, às vezes, desenvolvem duas cabeças, assim como alguns dragões de contos infantis.

Imagine uma ossada de dinossauro sendo descoberta há 200 ou 300 anos por pesquisadores sem o conhecimento científico de hoje. Muito provável que acreditassem ter encontrado os restos mortais de um dragão.

Centauros

A imagem do centauro já era conhecida dois miênios antes de Cristo. Supostamente, nasceu na Grécia como fruto da imaginação de povos civilizados, que ainda não montavam à cavalo e que alguma vez cruzaram com cavaleiros nômades do norte: Escita, Casitas ou Tauros. Isso explica a natureza feroz dos centauros. Os nômades viviam montados, eram ótimos arqueiros e cavalgavam a uma velocidade muito grande. O medo gerado nas pessoas que viam essa imagem pela primeira vez (sem saber o que era um cavalo) pode ter sido motivo para que o mito fosse criado: um híbrido de homem e cavalo.

Não obstante, Plínio, o velho, que viveu em Roma no século I, escreveu que vira com os próprios olhos um hipocentauro conservado em mel no Egito, que era um presente do imperador. Acreditava-se que os centauros eram o resultado de experimentos genéticos dos sacerdotes egípcios.

O labirinto do Minotauro

Segundo a lenda grega, embaixo do palácio do rei Minos, em Creta, havia um enorme labirinto onde estava preso o aterrorizante Minotauro: um monstro metade homem e metade touro. A sede de sangue deixava o monstro louco, fazendo com que seu rugido fosse ouvido em todo o mundo.

A ilha de Creta, é muito interessante, principalmente pela sua atividade sísmica. Parte da ilha fica sobre a placa do mar Egeu, enquanto a outra fica sobre a placa tectônica de Núbia, que se move diretamente sob a ilha. Esse fenômeno geológico é chamado de zona de subducção. É nessas regiões onde existe um maior risco de terremotos. Em Creta, a situação é ainda pior porque a placa de Núbia está sendo empurrada pela placa africana, que é enorme. Pela interação das placas, a ilha é literalmente empurrada para a superfície. Desde o nascimento da civilização Creta sofreu vários ’abalos’, alguns de até 9 metros.

Não é de estranhar que as pessoas que viviam na região pensassem que embaixo delas havia um monstro terrível.

Ciclope

Os ciclopes eram, na mitologia grega, gigantes imortais com um só olho no meio da testa. Eles aparecem em muitos mitos da mitologia grega, mas com uma origem bastante controversa. São organizados em três diferentes espécies: os urânios, filhos de Urano e Gaia, os sicilianos, filhos do deus dos mares, e os construtores, que provêm do território da Lícia. Seu representante mais destacado é o filho de Poseidon, Polifemo, que perdeu seu único olho nas mãos de Odisseu.

Já em relação à explicação científica, em 1914 o paleontólogo Othenio Abel sugeriu a possibilidade de que o mito tenha aparecido quando do descobrimento de crânios de elefantes anões, já que a fossa nasal central se confundia com uma cavidade de olho gigante. É curioso o fato de que esses elefantes habitassem justamente as ilhas mediterrâneas de Chipre, Malta e Creta.

Sodoma e Gomorra

É curioso saber que Sodoma e Gomorra não é apenas uma passagem bíblica e uma representação de uma sociedade viciosa, mas também um fato histórico real.

Há mais ou menos 10 anos, em um lugar chamado Tell El-Hammam, onde hoje fica Israel, foram realizadas algumas escavações. Os arqueólogos têm certeza de que encontraram a Sodoma bíblica. A localização aproximada da cidade sempre foi conhecida. A Bíblia colocava a cidade no vale do rio Jordão. Não obstante, sua localização exata sempre gerou várias dúvidas.

As escavações começaram em 2006, e os cientistas encontraram um grande assentamento antigo cercado por uma poderosa muralha. Segundo os pesquisadores, as pessoas viveram no local entre os anos 3500 e 1540 a. C.

O Kraken

O kraken é um lendário e mítico monstro marinho de tamanho gigante. A primeira descrição completa foi feita pelo dinamarquês Erik Pontoppidan. Ele escreveu que o kraken era um animal ’do tamanho de uma ilha’. Ainda segundo ele, o monstro era capaz de agarrar um barco com seus tentáculos e arrastá-lo para o fundo do mar. Mas o maior perigo está quando ele mergulha rapidamente para o fundo do oceano. Ou seja, ao encontrar um kraken, o final é triste com ou sem ataque.

A explicação científica do mito é simples: os polvos e lulas gigantes existem até hoje em dia e chegam a medir até 16 metros.

É um espetáculo realmente impressionante. Além de ventosas, algumas espécies têm garras nos tentáculos, mas não representam muito perigo. Se até o homem moderno se impressiona com essa criatura, imaginem na antiguidade.

Unicórnio

Quando escutamos falar em unicórnio, imediatamente pensamos em uma criatura delicada, como um cavalo com um chifre. É interessante perceber que o unicórnio aparece nos mitos e nas lendas de diferentes culturas. As primeiras imagens foram encontradas na Índia e têm mais de 4 mil anos de idade. Mais tarde, o mito se espalhou por todo o continente e chegou até Roma, onde eles foram considerados animais reais.

Os principais ’candidatos’ para o protótipo de unicórnio são os Elasmotherium sibiricum: rinocerontes que viveram no período glacial. Eles lembram parcialmente um cavalo (com uma boa dose de imaginação) com um chifre.

Foram extintos junto com muitos outros animais. Mas, segundo dados da enciclopédia sueca e dados do pesquisador Willi Ley, alguns exemplares chegaram a existir por mais tempo e por isso entraram nas lendas modernas

Bônus: Moisés e o Mar Vermelho

Muito provavelmente você conhece a história das águas do Mar Vermelho que se abriram para Moisés. O que pouca gente sabe é que o mesmo fenômeno pode ser visto próximo à ilha Jindo, na Coreia do Sul. No local, as águas entre as ilhas se separan durante uma hora, abrindo um longo caminho. Os cientistas explicam esse milagre por meio do horário das marés.

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