10 Perguntas que a ciência ainda não consegue responder

Curiosidades
há 1 ano

Hoje, na Era do desenvolvimento tecnológico rápido, podemos pensar que a ciência tem resposta para tudo. Contudo, nem sempre isso é verdade. Há perguntas que os cientistas não só são incapazes de responder, como também há sempre novos dados sendo descobertos e que acabam refutando teorias e hipóteses anteriores.

O Incrível.club tenta sempre acompanhar as notícias do mundo da ciência, e por isso decidiu compartilhar com você alguns dos mais recentes estudos realizados por especialistas no intuito de encontrar provas para uma série de suposições.

1. A realidade é real?

Desde o início de sua existência, a humanidade tem tentado compreender a verdadeira natureza das coisas a sua volta. Como a tecnologia e a ciência estão se desenvolvendo rapidamente nos nossos dias, essa questão adquiriu uma expressão mais concreta: será que nossa realidade pode ser apenas uma simulação virtual? Existem muitas hipóteses sobre esse assunto, e o renomado astrofísico Neil Degrasse Tyson, da Universidade de Princeton (EUA) decidiu organizar um debate sobre o assunto envolvendo diversos pesquisadores. O vídeo do encontro pode ser visto aqui.

Por enquanto, existem argumentos tanto a favor quanto contra a afirmação de que a realidade é uma simulação. O pesquisador sueco Nick Bostrom, da London School of Economics, propôs 3 versões da existência da humanidade (como prova da simulação):

  • As civilizações se extinguem antes de alcançar a etapa pós-humana em que possam superar as capacidades biológicas humanas com a ajuda de invenções tecnológicas e construir modelos artificiais de consciência
  • As civilizações que alcançam o nível em que podem moldar a realidade artificial à vontade, por algum motivo não estão interessadas em fazê-lo
  • Se as afirmações anteriores estiverem incorretas, então praticamente não restam dúvidas de que vivemos numa simulação virtual

Mas o filósofo italiano Riccardo Manzotti expôs seus argumentos contra essa hipótese:

  • Uma simulação sempre pressupõe objetos do mundo material, que existem na realidade
  • Uma simulação indistinguível da realidade deixa de ser uma simulação
  • Qualquer simulação precisa de um observador. Uma simulação é inseparável da consciência que a percebe

Essa pergunta, um tanto filosófica e, ao mesmo tempo tecnológica, segue em aberto, e você decide se deve considerar que a realidade é, ou não, uma simulação.

2. De onde vem a consciência?

Cada um de nós já pensou ao menos uma vez na vida: por que eu sou eu? Como me torno consciente de ser o que sou? Na psicologia, isso se chama autoconsciência. Então, o que seria a consciência? É nosso cérebro, uma parte dele, ou algo a mais? O neurocientista Christof Koch e sua equipe de pesquisadores do Allen Institute for Brain Science, nos EUA, acreditam que conseguiram avançar na compreensão dessa questão. Eles chegaram à conclusão de que a consciência pode ser gerada pelo claustro, uma substância do cérebro. Os resultados do estudo foram apresentados na revista Nature. Contudo, muitos especialistas não concordam com as conclusões de Koch, e ainda é cedo demais para afirmar categoricamente que a fonte de consciência foi encontrada.

Muitos cientistas acreditam que a consciência é um conjunto de funções cerebrais e da psique humana. Certa conexão dos caminhos neurais permite que as pessoas percebam e avaliem o mundo ao seu redor. E a personalidade de uma pessoa, que se forma dependendo da educação e dos fatores ambientais (possibilidades financeiras, antecedentes emocionais da família, etc.), faz com que a percepção do mundo seja única para cada um de nós. Mas ao menos por enquanto, não existe uma hipótese confirmada sobre que é a consciência. Também não há a compreensão sobre que áreas do cérebro são responsáveis pela formação e funcionamento dessa consciência.

3. O que nos espera após a morte?

Cedo ou tarde, todo mundo acaba se perguntando: o que acontecerá quando eu morrer? Recentemente, neurocientistas fizeram uma descoberta que dá a chance de responder a essa antiga pergunta do ponto de vista da ciência. Eles obtiveram resultados interessantes durante as experiências que realizaram com pessoas que estavam à beira da morte: os estudiosos registraram uma forte atividade elétrica no cérebro em cada um dos indivíduos após a parada cardíaca e depois também do envio de oxigênio para o cérebro. Claro que isso tem uma explicação: por conta da falta de oxigênio, os neurônios perdem a capacidade de manter seu potencial elétrico e se descarregam, emitindo uma avalanche de impulsos elétricos.

Mas é possível que esses resultados, e a declaração do professor Stuart Hameroff, do Departamento de Anestesiologia e Psicologia da Universidade do Arizona (EUA), nos deem a oportunidade de responder a essa pergunta num futuro próximo. A essência de sua declaração está no fato de que a consciência de uma pessoa não desaparece sem deixar rastros após sua morte. Ela seria literalmente absorvida pela estrutura do universo, e possivelmente o mecanismo para executar esse processo está integrado em nosso sistema nervoso.

4. Deus existe?

Muita gente considera que essa pergunta é uma questão de fé e respeitamos a posição de cada um. Mas o que os cientistas têm a dizer a respeito? O astrofísico britânico Martin John Rees, da Universidade de Cambridge, já declarou oficialmente que as últimas descobertas científicas o levaram a refletir sobre o fato de que seria preciso abandonar uma cosmovisão ateia. Rees explica sua posição da seguinte maneira: Deus existe, só assim poderia ser explicado o surgimento do primeiro sistema de reprodução.

Até o presente momento, apesar das inúmeras descobertas, a ciência não foi capaz de decifrar as peculiaridades das moléculas de DNA: esse complexo mecanismo contém tanta informação que simplesmente não poderia ter surgido do nada. E pela perspectiva da teoria da evolução e da hierarquia da inteligência dos seres vivos, depois de nós deveria haver uma etapa seguinte de inteligência: um deus, um criador, um arquiteto, um grande programador, que fosse capaz de pensar e executar seu próprio projeto, que seria o nosso universo.

5. Fantasmas existem?

É fácil encontrar pessoas que se encantam com histórias místicas: afinal, elas garantem uma descarga de adrenalina e trazem às nossas vidas uma pequena fração do inexplicável. Mas os fantasmas são reais? Os pesquisadores ainda não encontraram nenhuma evidência que ateste a existência dos espíritos, e explicam todas as histórias e acontecimentos místicos por meio de diferentes mecanismos psicossomáticos e neurobiológicos: nossa consciência às vezes nos engana sobre o que vemos e o que sentimos.

6. Poderemos dormir para só acordar daqui a 200 anos?

É fato que praticamente todo mundo já pensou na morte e em como evitá-la. Ou, ao menos, em como adiá-la. A verdade é que é pouco provável que sobrevivamos até o momento em que a evolução tecnológica permita o surgimento de seres humanos imortais — o que leva, inclusive, a discussões de ordem ética. Afinal, queremos, mesmo viver para sempre?

Mas existiria uma maneira de ’adiantar’ o tempo em 50 ou 200 anos entrando, por exemplo, num estado do sono criogênico, para acordar só quando essa ’fórmula da imortalidade’ fosse inventada? Ou, por exemplo, ao descobrirmos que temos uma doença incurável, sermos congelados para voltarmos apenas quando a cura para essa doença for descoberta?

Infelizmente, não. Os especialistas ainda não encontraram uma forma de congelar o corpo humano de maneira que todo o líquido presente nas células não rompa essas estruturas após o congelamento. Obviamente, os cientistas vêm tentando compreender e resolver esse problema, mas até o momento, a única solução possível seria a modificação genética do nosso corpo, que incluiria as características da fisiologia dos répteis e dos anfíbios, seres capazes de entrar num estado de animação suspensa (por meio do congelamento natural do corpo) sem prejudicar o organismo. Caso a engenharia genética chegue a esse ponto, aí sim, nossos corpos poderiam ser congelados.

7. Quando e como se formou a Lua?

Uma nova hipótese sobre a formação da Lua diz que o satélite da Terra foi formado dentro de uma sinestia: uma nuvem de gás e rocha derretida. Essa teoria foi desenvolvida por cientistas das universidades da Califórnia e de Harvard, com base em resultados da modelagem teórica. A existência da sinestia como uma nova espécie de corpos celestes foi sugerida em 2017 pelos físicos americanos Simon Lock e Sarah Stewart.

“No novo trabalho, são explicadas as características da Lua, que eram difíceis de serem compreendidas com as ideias modernas. Quimicamente, a Lua é quase igual à Terra, mas com algumas diferenças. Este é o primeiro modelo que pode se encaixar ao modelo da composição lunar ”, diz Sarah Stewart, professora de ciências planetárias na Universidade da Califórnia. Os especialistas acreditam que os planetas podem existir na forma de sinestia por várias centenas de anos. Após isso, eles começam a adotar uma forma esférica; mas outros corpos celestes também podem ser formados em seu interior.

8. Como surgiu a vida na Terra?

Os pesquisadores continuam discutindo sobre como surgiu a vida na Terra, pois as 3 teorias principais sobre o assunto não podem ser combinadas numa só. Mas o pesquisados Armen Mulkidjanian, da área de Genética e Evoulção MOlecular da Universidade de Moscou (Rússia) sugeriu uma alternativa: e se a vida tiver surgido na água, mas não num oceano, e sim na terra, num local de acúmulo de água nascido de uma atividade vulcânica? Mulkidjanian refletiu sobre a composição química das células e, em particular, sobre as substâncias que essas células aceitam e quais elas rejeitam. Descobriu-se que as células de qualquer organismo contêm uma grande quantidade de fosfato de potássio e outros metais, com exceção do sódio.

Isso elimina imediatamente os oceanos da lista de possíveis ’berços da vida’: as células vivas contêm muito mais fosfato de potássio e muito menos sódio que no oceano. As fontes geotérmicas próximas a vulcões são mais adequadas para esse papel, sobretudo as de regiões com atividade vulcânica ativa, como Yellowstone, nos EUA. Tais locais possuem a mesma mistura de metais que as células.

O debate, ao que parece, ainda irá longe, e os pesquisadores não chegarão a uma única opinião em curto prazo. A decisão final será tomada com base nas experiências com reações químicas e protocélulas. O que significa que, pela primeira vez na história, estamos à beira de uma explicação mais completa de como surgiu a vida na Terra.

9. O Planeta resistirá à super exploração humana?

A discussão sobre a suposta existência do risco de a Terra vir a sofrer as consequências de uma superpopulação costuma aparecer com frequência no noticiário. Mas será que essa informação faz sentido quando confrontada com os indicadores reais? Muitos cálculos feitos por especialistas mostram que, por volta do ano de 2050, a população mundial pode atingir a marca de 13 bilhões de pessoas. Contudo, atualmente toda a população do nosso Planeta ocupa apenas cerca de 5% de sua superfície. Se reunirmos todas as pessoas na Austrália, cada uma delas disporia de aproximadamente mil metros quadrados. De acordo com os cálculos do físico romeno Viorel Badescu, a população máxima possível na Terra é de cerca de 1,3 trilhão de pessoas.

A notícia poderia parecer reconfortante, mas o mundo agora está preocupado com outra questão: por quanto tempo teremos recursos naturais suficientes para todos? Estima-se que, a partir de agosto de 2018, já começamos a usar esses recursos ’no crédito’: fomos capazes de esgotar muitos dos recursos naturais antes que eles tivessem tempo de se recuperar.

Quanto a isso, as opiniões dos especialistas se dividem: ou a utilização dos recursos diminuirá a cada ano que passa, o que pode representar a ocorrência de fome e guerras por recursos, ou será necessário aprender a encontrar e usar os recursos presentes em cantos do Planeta que ainda não foram explorados. E é preciso começar a fazer isso o quanto antes. Do contrário, o futuro do Planeta não tende a ser nada agradável.

10. O que aconteceria com um corpo humano sem cérebro?

Existe uma doença chamada anencefalia, que se caracteriza quando a criança nasce sem cérebro. Ela tem ocorrência relativamente rara, e é ainda mais raro que o feto com essa anomalia se desenvolva no útero normalmente antes de nascer. A única pessoa que viveu até os 2 anos sem cérebro foi a menina Baby K. Mas como ela vivia sem cérebro?

Além do cérebro, nós possuímos também a medula espinhal e a oblonga, que são responsáveis pelas funções vitais no nosso corpo, como respiração, circulação sanguínea e reflexos. É por conta disso que o corpo continua funcionando dentro dos limites que permitem a sobrevivência.

Porém, com a ausência total do cérebro, desaparece a consciência do ’eu’: a pessoa é incapaz de pensar, avaliar e analisar.

Bônus: o que essa ilusão diz sobre seu cérebro?

O efeito do movimento ocorre porque nosso cérebro nem sempre decifra e transmite corretamente os sinais provenientes dos olhos. Muitas vezes, o cérebro também nos engana: nos faz pensar que vemos aquilo que queremos ou aquilo com que estamos acostumados, e não o que é na realidade. Esse tipo de engano pode ser causado pelo efeito da percepção, dependendo de como você percebe visualmente determinada informação. Quando observamos um fragmento de imagem e quando tentamos vê-la de forma completa, o cérebro transmite a informação de diferentes formas, o que causa uma discrepância entre a percepção de uma parte e do todo. As pessoas portadoras de lesões cerebrais ou de algum transtorno no órgão pode não ver o movimento na imagem acima, ou então perceber essa ilusão de maneira diferente.

Como podemos ver, a ciência nunca dorme e está o tempo todo tentando encontrar respostas para questões de fundo filosófico. O que você acha? A realidade é uma simulação virtual? Deixe um comentário com suas impressões e teorias!

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